17 de setembro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O CAPM é um método usado para avaliar o retorno esperado por um ativo. Isso é feito por meio do cálculo do equilíbrio entre o risco e a rentabilidade.
Nesse sentido, ele serve para atribuir uma precificação dos ativos com risco de uma carteira. Sendo assim, o CAPM pode ajudar os investidores a analisarem a relação de risco e retorno de um ativo.
Logo, os investidores podem tomar decisões mais acertadas em sua carteira de investimentos. O CAPM é útil também para verificar o valor de um projeto. Ou seja, o seu uso não se limita apenas aos ativos financeiros.
O que é CAPM?
CAPM é a sigla de Capital Asset Pricing Model. Em português o CAPM é o Modelo de Precificação de Ativos de Capital. Em resumo, o CAPM é um método utilizado para analisar a relação entre o risco e retorno de um investimento.
Ele é muito usado nas finanças para precificar os títulos de risco e obter os rendimentos esperados pelos ativos. Dessa maneira, o CAPM estabelece a taxa de retorno teórica para um ativo, tendo como base uma carteira diversificada.
O CAPM é de autoria de William Forsyth Sharpe, Jack Treynor, John Lintner e Jan Mossin. Sendo que eles tiveram como base o trabalho de Harry Markowitz e Merton Miller, a Teoria do Portfólio. Em síntese, a Teoria do Portfólio fala sobre como os investidores usam a diversificação para otimizar as carteiras. Segundo essa teoria:
- As escolhas de ativos devem ser feitas de acordo com a relação de risco e retorno;
- Os modelos de otimização das carteiras são auxiliares;
- Os modelos devem apontar os níveis de risco e retorno dos ativos.
Como funciona?
O CAPM funciona como uma maneira dos investidores analisarem a relação de risco de retorno de um investimento. Isso porque ele aponta qual a taxa de retorno apropriada para um ativo em comparação com a carteira de mercado diversificada. Dessa forma, ele contribui para que os investidores tomem melhores decisões ao investir. O CAPM se baseia em:
- Suposições em relação aos comportamentos dos investidores;
- Distribuição de risco e retorno;
- Fundamentos de mercado.
Desse modo, ele funciona a partir do risco do ativo e do custo de capital. Em seu cálculo, o CAPM busca avaliar se uma ação está valorizada ao comparar o seu risco e o valor do dinheiro no tempo com o retorno esperado. Enfim, o CAPM adota as seguintes premissas:
- Não há custos de transação;
- Existe informação perfeita e todos os agentes têm as mesmas informações;
- A diversificação consegue eliminar o risco;
- Há liquidez dos ativos do mercado.
Cálculo
A fórmula do CAPM é: ERi = Rf + βi (ERm – Rf). O ERI é o Retorno Esperado do Investimento. Rf é a Taxa Livre de Risco. O βi é o Beta do investimento. ERM é o Retorno Esperado do Mercado. Por fim, o (ERm – Rf) é o Prêmio de Risco de Mercado.
Basicamente, na fórmula, a taxa livre é o valor do dinheiro no tempo. Já os outros componentes são úteis para expressar os riscos adicionais que o investidor assume. Sendo que a taxa livre de risco é uma taxa de rendimento que não tem risco como, por exemplo, o Tesouro Direto.
Nesse sentido, essa taxa é o valor mínimo que deve ser obtido pelo retorno previsto. Afinal de contas, se você corre riscos, você vai querer retornos maiores.
Por exemplo, se considerarmos uma taxa Selic de 6,5% como taxa livre de risco, com uma remuneração de mercado de 12% e beta de 1,2 temos o seguinte cálculo: E(R) = 0,065 + 1,2 x (0,12 – 0,065) = 0,131 Neste caso, o retorno esperado é de 13,1%.
CAPM e índice Beta
O prêmio de risco varia de acordo com o risco não-diversificável, que é o beta. Em outras palavras, beta é um investimento potencial e um nível de risco que a aplicação irá aderir ao portfólio.
Segundo o CAPM o custo de capital irá ser equivalente à taxa de rendimento que os investidores esperam pelo risco que eles irão correr. O resultado disso é que o investidor consegue a taxa de retorno ou desconto que pode ser usada para encontrar o valor de um ativo.
APM
O Modelo de Precificação por Arbitragem (APM) é uma das opções do CAPM. O APM flexibiliza as premissas de custos de transação, o que atrapalha um pouco a informação perfeita e a liquidez. Isso ocorre por meio da modelagem de fontes múltiplas de risco de mercado.
Nesse caso, cada ativo passa a ter betas diferentes em relação a cada risco de mercado. Ou seja, cada beta e retorno está ligado a um fator econômico diferente. Entretanto, essas variáveis podem ser correlacionadas.
Isso faz com que surja um problema de multicolinearidade. Isso significa que as variáveis usadas são redundantes, o que reduz o poder explicativo das variáveis. Outro ponto falho desse modelo é que as variáveis macroeconômicas podem mudar muito ao longo do tempo.
Riscos do CAPM
Existem alguns riscos ao usar o CAPM. Para analisar esses riscos, é preciso considerar dois tipos de riscos:
- Risco não-diversificável: O risco não-diversificável é o risco que não pode ser evitado por meio da diversificação. Ele está ligado, por exemplo, a aspectos climáticos, mudanças na taxa básica de juros, inflação e cenário político.
- Risco diversificável: É o risco que pode ser reduzido com a correta diversificação de ativos. Esses riscos estão ligados a um ativo ou setor em específico, logo, a diversificação pode reduzi-lo.
Enfim, o CAPM permite estabelecer um possível retorno de um ativo. Contudo, ele leva sempre em conta o risco não-diversificável. De acordo com este modelo, sempre existe um modo de apontar o risco que não pode ser eliminado por meio da diversificação.
E aí, gostou de aprender sobre o CAPM? Então não deixe de aprender também o que é Taxa PTAX: o que é, como funciona e como é calculada
Fontes: Suno, Capital research, Dicionário financeiro e Nova futura
Imagens: Eleven financial, Seu dinheiro, Contajul, Contábeis, Clinica nas nuvens e Diffit