O que são derivativos agrícolas?

16 de fevereiro de 2022, por Jaíne Jehniffer

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Você está interessado em investir em derivativos agrícolas? No texto de hoje eu vou te contar como você pode fazer isso. Além disso, vou te dar algumas dicas para investir melhor.

O que são derivativos agrícolas?

Em resumo, os derivativos agrícolas são instrumentos financeiros. Desse modo, por meio deles, é possível transferir os riscos sem transferir os recursos. Eles têm esse nome, pois o seu preço está relacionado com outro ativo.

No mercado, diz-se que o derivativo varia de acordo com o ativo subjacente. Ou seja, o preço vai mudar de acordo com o ativo que ele tem relação.

Os derivativos agrícolas são muito usados como hedge para gerenciar riscos. Sendo assim, como os derivativos são bem flexíveis, é possível montar várias estratégias. Alguns exemplos são:

  • Travar o preço mínimo e deixar o teto aberto. A intenção é acompanhar a alta total. Dessa forma, essa estratégia pode ser uma boa para produtores.
  • Travar o teto e deixar o piso aberto. Busca-se lucrar com a queda do ativo. Desse modo, ele é voltado para a indústria.
  • Travar piso e teto acima do preço corrente. A alta é acompanhada parcialmente. Pode ser legal para produtores.
  • Por fim, você pode ainda travar teto e piso abaixo do preço corrente. Com isso, você acompanha a queda parcialmente. É mais interessante para a indústria.

Além dessas estratégias, existem muitas outras. Sendo que algumas vantagens são:

  • Transferência de risco;
  • Assegurar margem de lucro que deseja;
  • Liquidez;
  • E, por fim, baixo custo.

O que são commodities agrícolas?

As commodities agrícolas são os produtos primários. Eles são comercializados “in natura” ou com baixo nível de industrialização.

As commodities, no geral, são usadas como matéria-prima para que outros produtos sejam produzidos.

Sendo que elas são cotadas no mercado internacional. Isso de acordo com a lei da oferta e demanda. Enfim, os produtos agrícolas podem ser de dois tipos:

  • Soft commodities. São as commodities leves.
  • Hard commodities. Alguns exemplos de commodities duras são ouro e petróleo.

Além disso, os produtos primários de origem agropecuária são:

  • Grãos. Tais como: soja, milho e café.
  • Proteína animal. Como, por exemplo, carne e leite.

Por outro lado, as características principais das commodities são:

  • Produtos primários;
  • Pouco ou nenhum nível de industrialização;
  • Comercialização em escala mundial;
  • Produção em grande volume;
  • Preços cotados de forma internacional;
  • É possível ser estocado;
  • A produção ocorre em grande volume.

Além disso, vale destacar que o Brasil é um dos principais países em produção de commodities agrícolas do mundo. Alguns dos motivos para isso são, por exemplo:

  • Grande extensão territorial;
  • Abundância de recursos naturais;
  • Clima favorável;
  • Investimento em tecnologias;
  • E, por fim, terras cultiváveis.

Caso você esteja se perguntando quais são os principais produtos primários do Brasil, são:

  • Soja;
  • Trigo;
  • Milho;
  • Café;
  • Laranja;
  • Açúcar;
  • Algodão;
  • Carne.

Como é o mercado?

As commodities agrícolas podem ser negociadas de várias formas, por exemplo:

1- Mercado físico. É onde ocorre a troca de dinheiro por mercadoria. Sendo que essa troca pode ser feita no Brasil ou fora.

Em resumo, essa venda dos produtos do produtor para o comprador, costuma ocorrer por meio de bolsas de mercadorias.

2- Mercado a termo. Neste local, o comprador e o vendedor fazem um acordo para compra ou venda da mercadoria a prazo.

Sendo assim, nesse acordo são estabelecidos preço, data de liquidação do contrato e a quantidade de mercadoria. Depois que o contrato é fechado, as mudanças de preços do produto não impactam mais a negociação.

Desse modo, na data combinada, o vendedor entrega ao comprador a commodity. Em troca, ele recebe o pagamento acordado.

3- Mercado futuro. Neste mercado, os compradores e vendedores negociam contratos futuros de commodities ou de outros tipos de ativos.

A diferença com o mercado a termo é que no futuro a mercadoria não é entregue. Ou seja, ocorre apenas uma liquidação financeira. Além disso, ocorre um ajuste diário dos contratos.

4- Opções. Por fim, no mercado de opções, o titular tem a opção de adquirir ou vender um ativo em uma data futura, por determinado preço.

As opções são negociadas na bolsa e em mercados de balcão organizados. Na bolsa, as opções são padronizadas. Já no balcão elas podem ser personalizadas.

Investir em commodities agrícolas

Ficou interessado em investir em commodities agrícolas? Você pode fazer isso de várias formas. Por exemplo, você pode investir em ETFs ou ações de empresas do setor.

Além disso, você pode montar posições no mercado futuro, por exemplo. Vale destacar que operações como o mercado futuro costumam ser especulativas.

Isso não é investimento e envolve altos riscos. Já as ações e ETFs são uma boa para investimentos com foco no longo prazo.

Sendo que aplicar para o longo prazo é o mais recomendado. Algumas vantagens de investir em commodities são:

1- Diversificação. Ao diversificar, você dilui os riscos e potencializa as chances de altos retornos. Por exemplo, investir em ações de empresas desse setor pode ser uma boa para diversificar sua carteira de ações.

2- Liquidez. Se você investir em boas empresas, você não vai precisar vender por tão cedo.

Mas caso precise, as ações de boas empresas costumam ter boa liquidez. As operações no curto prazo com commodities geralmente também têm boa liquidez.

3- Ciclos. Você pode aproveitar os ciclos das commodities. Mas para isso, é importante conhecer o mercado e saber se posicionar.

No entanto, não existem apenas vantagens ao investir em commodities. Isso porque, existem também os riscos. O nível de risco vai depender da aplicação.

Por exemplo, ao investir em ações de boas empresas, com foco no longo prazo, os riscos não são tão altos. Por outro lado, ao fazer operações de especulação, os riscos são bem maiores.

Dicas para investir

Algumas dicas para investir são:

  • Perfil: Leve em conta o seu perfil de investidor. Isso é essencial para que você escolha o ativo de acordo com o risco que você aceita correr.
  • Objetivos: Quais são os seus objetivos ao investir? Saber disso irá te ajudar a escolher o ativo ideal.
  • Análise. Verifique quais são os prós e contras das opções de aplicações. Para isso, não deixe de levar em conta seu perfil e objetivos.
  • Estude. Não invista em algo que você não conhece. Se você fizer isso, as chances de perdas são maiores.
  • Diversifique. Por fim, não se esqueça de montar uma carteira bem diversificada.

Enfim, agora que você sabe o que são derivativos agrícolas, não deixe de ler também: 7 lições que eu aprendi com Warren Buffett