14 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Gross Up é um método no qual o investidor atribui um valor fictício de imposto em cima dos rendimentos de um ativo totalmente isento de imposto, como por exemplo, as LCIs e LCAs.
O objetivo com a atribuição de imposto é determinar qual investimento compensa mais, entre uma opção com imposto e uma que é isenta.
Além disso, o Gross Up é útil para calcular a rentabilidade de uma carteira de investimentos que possui tanto ativos tributáveis, quanto investimentos isentos de IR.
O que é Gross Up
O Gross Up é uma das maneiras de se analisar um investimento. Neste método, o investidor atribui um valor fictício de imposto em cima de ativos isentos de tributos.
Em outras palavras, o investidor escolhe um ativo, por exemplo, de renda fixa, que seja isento de tributos e calcula um valor fictício de IR no valor bruto do investimento, o que resulta em um valor bruto fictício “tributável”.
O objetivo com a atribuição de imposto é nivelar os cálculos entre os investimentos isentos e os tributáveis. Dessa maneira, fica mais fácil perceber quais deles é a melhor alternativa em comparação com o lucro final.
Como calcular o Gross Up
Inicialmente, pode parecer confuso a atribuição de imposto em investimentos isentos. No entanto, suponhamos que você queria a resposta para a seguinte pergunta: Qual a melhor opção de investimento, uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI) a 92% do CDI (isento) ou um CDB a 108% do CDI?
É para questões como essa, e para determinar a rentabilidade de uma carteira com ativos isentos e tributáveis, que usamos o Gross Up.
O método mais utilizado para calcular o Gross Up é dividir a rentabilidade do papel isento pelo fator (1-IR). Se aplicarmos os cálculos em um LCI a 92% do CDI (isento) e considerarmos um IR de 15%, temos que: Rentabilidade LCI com Gross Up = 92% CDI / (1-15%) = 108,2%.
Portanto, com os cálculos, podemos perceber que, entre investir em uma LCI com 92% do CDI ou um CDB com 108% do CDI, a LCI seria mais vantajosa, pois não possui o desconto do IR.
Além dessa forma mais simples de calcular o Gross Up, existe também a mais completa, que traz resultados mais precisos. Neste caso, a fórmula é:
Neste caso, VF é o valor final, VI é o valor inicial e, por fim, IR é a alíquota de imposto. Apesar de mais complexo, este cálculo é o mais recomendado para análises de investimentos a longo prazo.
Vantagens e desvantagens
A grande vantagem de se utilizar os cálculos de Gross Up é a possibilidade de escolher entre dois ativos, o que possui maior rentabilidade. Além disso, é possível determinar a rentabilidade de uma carteira de investimentos com ativos tributáveis e isentos.
Por outro lado, temos como desvantagem o fato de que os resultados, principalmente com o cálculo simples, não são totalmente confiáveis. Sendo assim, o Gross Up nunca deve ser usado sozinho ao se escolher um ativo. O mais recomendado é usar vários indicadores e o Gross Up como complemento.
Ativos isentos
Algumas opções de investimentos são isentas de IR, pois o governo busca incentivar determinados setores. Dessa maneira, temos algumas opções de investimentos isentos e que podemos utilizar o Gross Up para determinar se suas rentabilidades são mais atrativas em comparação com os investimentos não isentos.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI): Ao aplicar em LCIs, o investidor basicamente empresta dinheiro para os bancos, em troca de uma porcentagem de juros. Em contrapartida, os bancos direcionam os recursos para o setor imobiliário.
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA): As LCAs funcionam da mesma maneira que as LCIs, com a diferença de que os recursos são destinados para o setor do agronegócio.
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI): Outro investimento possível de aplicar o Gross Up são os CRIs. Em resumo, esses certificados são emitidos por empresas securitizadas. Entretanto, eles não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e o investidor deve esperar até o vencimento para fazer o resgate.
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA): O funcionamento dos CRAs é semelhante aos CRIs. Desse modo, eles não contam com a garantia do FGC e o investidor deve esperar para fazer o resgate.
Debêntures incentivadas: As debêntures são emitidas por empresas de capital aberto ou fechado que desejam arrecadar recursos para financiar seus projetos.
A diferença entre uma debênture normal e uma incentivada, é que as incentivadas são voltadas para os setores de infraestrutura e são isentas. Já as debêntures normais não são isentas. Entenda mais sobre o funcionamento das Debêntures, o que são? Definição, como funcionam, tipos e segurança.
Fontes: Trademap, Suno e Mais retorno
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