Heurística da representatividade: o que é e como te afeta?

1 de setembro de 2022, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 4 min, 2 seg


A heurística da representatividade é um tipo de atalho de raciocínio. Sendo assim, ela é uma forma de tomar decisões de uma forma mais simples.

Para isso, a pessoa leva em conta as situações passadas para tomar decisões mais rápidas nas situações do presente. 

Ou seja, a pessoa toma como base uma situação passada, que tem características parecidas, para tomar uma decisão no presente.

Desse modo, essa heurística tem como base a ideia de que se algo parecido aconteceu no passado, algo similar irá acontecer no evento presente.

O grande problema da heurística da representatividade é que ela pode conduzir a erros de julgamento. Com isso, a pessoa pode tomar decisões erradas que serão prejudiciais.

Por exemplo, no mundo dos investimentos, a pessoa pode optar por ativos ruins ao ser guiado por essa heurística. Dessa maneira, as chances de prejuízos financeiros são grandes.

Como funciona a heurística da representatividade

Primeiramente, a heurística é um atalho mental que nosso cérebro pega para resolver problemas ou fazer julgamentos de uma maneira mais rápida e eficiente.

Portanto, trata-se de uma forma que o nosso cérebro encontra de tomar decisões mais rápido. Apesar de facilitar as tomadas de decisões, podem ocorrer erros de julgamento.

Nesse sentido, a heurística da representatividade é um atalho mental onde a pessoa toma como base eventos passados para tomar decisões sobre eventos no presente.

Esse é um processo que se desenvolveu no cérebro humano há muito tempo e nos ajudou a sobreviver. Por exemplo, quando os seres humanos viviam nas cavernas, era preciso caçar para comer.

Ao caçar, era preciso tomar decisões rápidas. Com isso, o cérebro desenvolveu estratégias para tomar decisões rápidas. Desse modo, não era preciso de longos processos mentais para tomar cada decisão.

Hoje em dia nós usamos os atalhos mentais da heurística da representatividade para tomar decisões rápidas e, muitas vezes, nem percebemos isso.

Vamos supor que seu vizinho comprou um carro novo. Da última vez que você viu uma pessoa que pudesse pagar por um carro desses, ele era rico. Conclusão: o seu vizinho é rico.

Isso também acontece no mundo dos investimentos. Vamos imaginar que você quer investir. Da última vez que você leu sobre investimentos, o mercado x estava com alto retorno. Portanto, você decide investir no mercado x.

O problema da heurística

A heurística da representatividade é muito útil para tomar decisões mais rápido. Isso pode ser muito útil em certas situações.

O problema é que ela pode levar a erros de julgamento. Isso porque não existe nenhuma certeza de que a lógica usada com base nessa heurística está correta.

Por exemplo, o vizinho com o carrão pode não ser rico. Ao invés disso, ele pode ter se endividado para conseguir pagar um carro que está acima da sua condição financeira.

Em muitos casos, as decisões tomadas com base na heurística da representatividade podem não trazer nenhum resultado negativo.

No entanto, em algumas situações, ela pode ser muito prejudicial. Por exemplo, se você investir tendo como base essa heurística, você pode ter um alto prejuízo.

Heurística da representatividade e os investimentos

Muitas vezes os investidores são guiados pela heurística da representatividade ao tomar decisões de investimento. Dessa maneira, a pessoa pode acabar escolhendo ativos ruins.

Sendo que é possível tomar decisões erradas com base nessa heurística tanto em investimentos de renda fixa, quanto em ativos de renda variável.

A solução para isso, é tomar suas decisões de investimento com base em vários indicadores. Desse modo, você consegue reduzir os riscos da aplicação e aumentar as chances de bons retornos.

Por exemplo, pode meio da análise fundamentalista de ações, você analisa os ativos com base em uma série de indicadores. Sendo assim, você evita se basear em atalhos mentais ao investir.

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Fontes: T2, Mais retorno e The cap.