7 de abril de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Viver de renda é uma meta sensata e comum aos bons investidores. E os fundos imobiliários vem crescendo exponencialmente, no Brasil, exatamente por oferecerem uma ótima perspectiva de rentabilidade. Hoje, você vai conhecer os 3 Fundos Imobiliários (FIIs) que mais pagaram dividendos na carteira de investimentos do canal Investidor Sardinha.
Antes, porém, preciso esclarecer uma coisa importante, principalmente pra quem viu nossa última publicação. Lá, mostramos as 3 ações que mais pagaram dividend yield, dentre todas as 19 da nossa carteira.
Você aprendeu a calcular o porcentual de dividendos distribuídos nos últimos 12 meses, usando a fórmula:
Ocorre que existe um cálculo que vai ser melhor aplicado tanto para as suas ações quanto para os fundos imobiliários.
Calcular o dividend yield de ações e fundos imobiliários
A bem da verdade, o cálculo que apresentamos acima não vai ser muito útil no seu dia a dia.
Utilizar a fórmula correta para calcular o dividend yield é importante, mas somente na hora de comprar a ação.
Depois, não vai ter mais nenhuma utilidade.
E por que isso?
Por uma razão simples: sempre que calcular o porcentual de dividendos recebidos nos últimos 12 meses, por exemplo, seu referencial vai ser o valor atual daquela ação ou fundo imobiliário.
Porém, o detalhe é que você não pagou, necessariamente, aquele valor.
Ou seja, para você o valor dos dividendos vai ser maior ou menor se comparado ao valor atual da ação ou do FII.
Rentabilidade correta de ações e fundos imobiliários?
Para saber o porcentual correto que está sendo distribuído em dividendos, temos que usar o chamado Yield on Cost. Em tradução livre: rendimento sobre o custo.
Nada mais é do que considerar o valor que você pagou pela ação ou fundo imobiliário – e não o quanto ele está valendo hoje – na hora de definir o porcentual de dividendos recebidos.
Para isso, você vai precisar conferir todos os seus aportes feitos naquele ativo e tirar a média do preço que você pagou.
Vamos usar, na prática, o exemplo das ações de Fleury (FLRY3): a mesma que usei na publicação anterior.
Fazendo as contas pro Yield on Cost
Embora as ações de Fleury estivessem valendo R$ 16,71 no dia que recebi os dividendos (4/4), meu preço médio – considerando quanto paguei em todas as compras de FLRY3 – é de R$ 20,60.
Ou seja, na média, eu paguei um valor acima do preço atual de mercado.
E este, portanto, é o número que me interessa.
Vamos lembrar que, na publicação anterior, eu já havia somado o valor total de dividendos recebidos nos últimos 12 meses: R$ 0,9385 por ação.
Então, basta colocar nos novos números na nossa fórmula para encontrar o Yield on Cost.
Na prática, o que fizemos foi trocar o valor atual da ação pelo preço médio que pagamos por ela:
Assim, dividimos o total de dividendos pagos nos últimos 12 meses (R$ 0,9385) pelo nosso preço médio de R$ 20,60.
Em seguida, multiplicamos o resultado por 100.
Finalmente, chegamos ao porcentual correto que estamos recebendo, de dividendos, sobre o valor total que investimos na FLRY3: 4,55%.
Este é o nosso Yield on Cost de Fleury.
E os 3 Fundos Imobiliários que mais pagaram dividendos?
Agora que você entendeu a diferença entre o dividend yield e o Yield on Cost, vamos finalmente conhecer os 3 Fundos Imobiliários que mais pagaram dividendos, nos últimos 12 meses:
- MCCI11 – 11,24%
- XPPR11 – 10,30%
- HGLG11 – 8,91%
Lembrando que consideramos apenas os FIIs da carteira de investimentos do canal.
E, pra fazer mais sentido pra você e não confundir sua cabeça, usamos o dividend yield e não o Yield on Cost.
3º colocado: HGLG11
A medalha de bronze dos fundos imobiliários que mais renderam dividendos na nossa carteira vai para o HGLG11.
Trata-se de um FII de tijolo, que investe em empreendimentos de galpões logísticos: nicho que está muito em alta no mercado financeiro. E tende a crescer bastante nos próximos anos.
O fundo tem mais de R$ 3 bilhões de patrimônio líquido e cada cota vale, hoje, R$ 166,36.
Nos últimos 12 meses, o HGLG11 rendeu 8,91% de dividend yield. Nada mal, não?
2º colocado: XPPR11
Na segunda posição do nosso top 3 está o XP Properties (XPPR11): um fundo imobiliário de tijolo focado em lajes corporativas.
Pessoalmente, considero o XPPR11 um fundo extremamente interessante porque mantém edifícios e escritórios em locais bastante prestigiados e valorizados.
O FII tem patrimônio líquido de R$ 577 milhões e está cotado no valor unitário de R$ 59,12.
E o mais importante: o XPPR11 nos rendeu 10,30% nos últimos 12 meses.
1º colocado: MCCI11
And the oscar goes to… Mauá Capital Recebíveis Imobiliários!
Isso mesmo: o MCCI11 é o fundo imobiliário que apresentou o melhor dividend yield na nossa carteira de investimentos.
Diferentemente dos dois anteriores, trata-se de um fundo de papel.
Ou seja, é um FII que investe apenas em títulos de crédito vinculados ao setor imobiliário, como os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).
Com patrimônio líquido de R$ 1,2 bilhão, cada cota do Mauá Capital é negociada a R$ 100,10.
Sinceramente, eu não gostava deste tipo de fundo, mas acabei convertido depois de ver a quantidade de papéis interessantes na carteira do MCCI11.
E o tiro foi certo: dividend yield de 11,24%. Um rendimento simplesmente espetacular!
Se você gostou do conteúdo, veja mais detalhes sobre os 3 fundos imobiliários que pagaram mais dividendos, no vídeo acima, que publiquei no canal do Investidor Sardinha.
Lembrando que isso não é e jamais deve ser interpretado como uma recomendação de investimento!
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E não deixe de conferir, também: 22 fundos imobiliários que pagam dividendos acima da Selic.