31 de maio de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Não tem conversinha nem desculpa. Investimento é pro longo prazo, e ponto. O maior problema é que nem todo mundo entendeu, exatamente, o que isso quer dizer. Assim, tem muita gente investindo com o fundamento certo, mas fazendo tudo errado na Bolsa de Valores.
Achou a introdução impactante? Você não tem ideia de como eu me sinto com relação a isso! Chega a dar raiva mesmo.
Na verdade, na Escola UVP (Única Verdade Possível), nos esforçamos ao máximo para ensinar o jeito certo de investir.
Ocorre, no entanto, que investidores novos – e alguns calejados também – ainda não entenderam o básico. Ou seja, sequer aprenderam a montar uma carteira de investimentos.
Esses investidores, contudo, já se convenceram de que investir é pro longo prazo.
Aí, sabe o que eles fazem? Simplesmente enchem a carteira de ações horríveis, péssimas mesmo, achando que o tempo vai fazer algum milagre.
Longo prazo não é curandeiro
Não adianta absolutamente nada investir como um idiota e esperar os resultados do Investidor Inteligente.
Tenho recebido muitas das velhas perguntas bobas a respeito das ações da modinha. Será que vai subir? Tá na hora de comprar?
Pior ainda, vejo gente botando um monte dessas ações na carteira e, ainda, entrando em tudo quanto é IPO que surge por aí. É só falar que uma empresa vai entrar na bolsa, que lá vão os “espertinhos” aproveitar a “oportunidade”.
Esse, sem sombra de dúvida, é o pior problema de investir pro longo prazo.
Você precisa entender, de uma vez por todas: longo prazo não é curandeiro!
Se você bota um saco de lixo na sua carteira, hoje, ele estará ainda mais podre daqui a 10 anos.
Longo prazo é para boas empresas
Todo mundo que já entendeu como funciona o jogo da Bolsa de Valores sabe que o longo prazo é a regra de ouro.
Isso, no entanto, só vale para as boas empresas. É óbvio demais!
Acontece que, no longo prazo, as ações viram uma bola de neve – pelo efeito dos juros compostos – que faz o dinheiro render cada vez mais. Mas, qual dinheiro?
Obviamente, estamos falando, principalmente, do dinheiro distribuído das empresas; os dividendos que são pagos todos os anos para o investidor.
Então, como você se acha tão esperto “investindo” em empresas que não dão lucro? Olha o tamanho dessa vaquinha pastando em cima da árvore!
Apenas uma ignorância absurda vai justificar a compra, pro longo prazo, de ações de empresas que não têm lucro consistente nem perspectiva de futuro.
Aliás, podemos somar a isso as companhias quebradas, as que nunca crescem, as que têm péssimo histórico de gestão e as que são extremamente novas na Bolsa de Valores.
Pare e pense: como isso pode dar certo no longo prazo? Por que comprar essa roupinha horrorosa, quando há tantas lindas – e com desconto – na vitrine?
Caiu, compra mais!
Muita gente se ilude demais com os preços das ações. Mais uma vez, são os que se acham “espertos”, que vivem tentando acertar o c* da mosca.
Se você acha que é vantajoso comprar uma péssima empresa simplesmente porque o preço caiu, você será um fracassado na Bolsa. Aliás, você é um especulador, e não um investidor.
Na prática, a lógica do “caiu, compra mais” só funciona para as boas empresas. Agindo assim, você sempre consegue fazer um ótimo negócio, mantendo um preço médio baixo.
Estamos falando, portanto, de comprar companhias perenes, lucrativas, pouco endividadas, com bom patrimônio e que gostam de inovar e se desenvolver.
No longo prazo, essas ações sempre vão colocar dinheiro no seu bolso!
Por outro lado, quando você “aproveita” a queda para comprar ações ruins, está apenas pagando mais barato por algo que não vale nada.
Em outras palavras, você está jogando o seu dinheiro no lixo. Basta ver exemplos recentes, como as ações da Saraiva, das empresas de Eike Batista e da Blockbuster.
Tenha uma estratégia pro longo prazo
A solução para esse grande problema dos investidores de longo prazo tem nome e sobrenome: estratégia de investimentos. É ela quem vai te blindar de fazer cagada na Bolsa.
Aqui, porém, entra muito a questão da pessoalidade. Cada um precisa ter sua própria estratégia, de acordo com seus objetivos financeiros, valores e preferências pessoais.
Lembre-se de que, no fim das contas, você está se tornando dono das empresas. Por isso, fica mais leve quando suas escolhas refletem, um pouco, quem você é.
Na Escola UVP, eu sempre ensino que não existe fórmula mágica. Assim, um erro extremamente comum é o investidor sair botando, na carteira, tudo que vê alguém indicando por aí, sem qualquer critério.
Não é assim que funciona. Se você quer ser bem sucedido nos investimentos, tem de, antes de tudo, montar uma estratégia coerente.
Então, a carteira de investimentos ideal é aquela com uma boa gestão de risco e, principalmente, que você consiga explicar os porquês de cada escolha.
Longo prazo é bem longo!
Além de evitar problemas e se proteger de si mesmo, montar e seguir uma estratégia também cumpre outra função importante.
Primeiramente, você precisa entender que longo prazo é longo mesmo… muito longo! Estamos falando de 10, 20, 30 anos.
Logo, consistência e consciência são extremamente importantes.
A partir do momento em que se torna investidor, você terá de fazer aportes todos os meses, sem uma falha sequer. Da mesma forma, terá de manter as emoções sob controle.
Então, ter uma estratégia bem desenhada – e segui-la religiosamente – vai te fazer dormir tranquilo noite após noite, sem jamais se preocupar com o sobe e desce do mercado.
Faça chuva ou faça sol, seus investimentos estarão seguros se a estratégia estiver certinha.
Somente este benefício, o do sono tranquilo, já vale todo o trabalho de criar e respeitar uma estratégia.
Assim, você será um investidor de longo prazo consciente, focado e lucrativo!
E, se você ainda tem dúvida do quanto certos erros de investidores me tiram do sério, basta ver o quanto eu estava “feliz” falando disso no vídeo acima, do canal Investidor Sardinha.
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E não deixe de conferir, também: Carteira de investimentos mais segura do mundo: como montar.