14 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Os títulos de crédito privado são títulos emitidos por empresas e instituições com a intenção de captar recursos para investir nos seus projetos. Nesse sentido, ao aplicar nesses papéis, o investidor está basicamente emprestando dinheiro para a empresa em troca de uma taxa de juros.
Esses títulos são geralmente usados pelos investidores que desejam diversificar sua carteira de investimentos em renda fixa. Sendo que eles proporcionam um retorno superior aos ativos de renda fixa tradicional.
Por outro lado, eles também são mais arriscados do que os títulos públicos e privados. Isso porque, eles não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição em caso de calote.
O que são títulos de crédito privado?
Os títulos de crédito privado são emitidos por empresas e instituições privadas com o objetivo de captar recursos para financiar seus projetos. Em outras palavras, os títulos de crédito privado são um tipo de aplicação de renda fixa, onde o investidor empresta seu dinheiro para a empresa, em troca de uma taxa de juros.
Dessa forma, os títulos de crédito privado servem como uma maneira das empresas conseguirem dinheiro. Já para os investidores, esses títulos funcionam como uma espécie de empréstimo do seu dinheiro para a empresa em troca de uma taxa de juros.
Os títulos podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos. No caso dos prefixados, o investidor já sabe desde o momento da aplicação qual será a taxa de juros. Em contrapartida, nos pós-fixados a taxa é atrelada a um indicador e os títulos híbridos remuneram de acordo com um indicador, mais uma taxa de juros previamente estipulada.
Diferenças entre títulos de crédito privado, títulos privados e públicos
Os três tipos diferentes de títulos possuem ativos classificados como renda fixa. Apesar disso, cada uma dessas categorias conta com características específicas:
1- Títulos de crédito privado: Os títulos de crédito privado são emitidos por empresas securitizadoras. Alguns exemplos são as debêntures e as CRAs.
2- Títulos privados: Os títulos privados são emitidos por bancos e instituições financeiras. Alguns exemplos de títulos privados são: LCI, LCA e CDBs.
3- Títulos públicos: São emitidos pelo Tesouro Nacional e funcionam como uma maneira do investidor financiar a dívida pública.
Apesar de não possuírem a proteção do FGC os títulos públicos são considerados como os papéis mais seguros do mercado, já que contam com a garantia do governo. Um exemplo de título público é o Tesouro IPCA+ que rende o IPCA mais uma taxa previamente determinada.
Quais são os títulos de crédito privado?
Existem basicamente três tipos de títulos de crédito privado:
1- Debêntures: São títulos emitidos por empresas privadas com a intenção de investir em projetos de crescimento e desenvolvimento do negócio. As debêntures comuns possuem a cobrança do Imposto de Renda (IR).
Contudo, as debêntures incentivadas são especialmente vantajosas, pois são isentas de IR. As debêntures incentivadas envolvem projetos de infraestrutura, portanto, como o governo deseja incentivar esse tipo de investimento, ele não cobra o imposto.
2- CRIs e CRAs: Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), são títulos com promessa de pagamento futuro. Sendo que, o investidor pode escolher entre o recebimento do pagamento de maneira periódica ou no vencimento do título.
Um detalhe importante é que os CRIs e CRAs são emitidos somente por empresas securitizadoras e são uma boa alternativa para as empresas que financiam projetos nos respectivos setores imobiliário e do agronegócio. A vantagem é que os CRIs e CRAs são isentos de imposto de renda.
3- FIDC: Por fim, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), é um tipo de fundo de investimento que aplica pelo menos 50% do portfólio em direitos creditórios.
Em resumo, os direitos creditórios são créditos que as empresas irão receber, como, por exemplo, aluguéis, cheques e pagamentos a prazo no cartão de crédito. Essas dívidas são convertidas em títulos e oferecidas no mercado.
Vantagens e desvantagens
A grande vantagem desses títulos é que a rentabilidade oferecida é superior à dos títulos públicos. Essa rentabilidade mais alta é oferecida, pois esses são títulos mais arriscados do que os títulos públicos, que possuem a garantia do governo.
O principal risco desses títulos é o risco de calote. Isso porque, o investidor empresta o dinheiro para a empresa emissora dos títulos e espera que no vencimento a companhia devolva o dinheiro acrescido de juros. Entretanto, se a empresa não devolver o dinheiro, o investidor fica no prejuízo, já que esses títulos não contam com a proteção do FGC.
Ou seja, apesar de serem títulos de renda fixa, uma modalidade de investimento menos arriscada, os títulos de crédito privado ainda possuem um grau considerável de risco. Além da desvantagem de não possuir proteção do FGC, esses títulos geralmente exigem um investimento alto.
Diferente de vários títulos de renda fixa que exigem uma aplicação mínima baixa, os títulos de crédito privado normalmente exigem uma aplicação alta. Enquanto na renda fixa tradicional é possível investir a partir de R$ 100,00 ou menos, nos títulos de crédito privado, dificilmente o investidor irá encontrar uma aplicação com valor mínimo inferior a R$ 1 mil.
Apesar de R$ 1 mil não ser um valor extremamente alto, ele ainda funciona como um impeditivo para os investidores que aplicam pequenas quantias mensalmente. Sendo que, não existe uma regra que especifique qual deve ser o valor mínimo da aplicação, ficando a cargo da instituição emissora estabelecer um valor.
Como investir?
O primeiro passo para investir em títulos de crédito privado, é descobrir o seu perfil de investidor. Considerar o seu perfil é importante, pois, apesar de ser uma categoria de renda fixa, esses títulos contêm um risco considerável e não possuem garantia do FGC.
Depois disso, é preciso verificar se as condições desses títulos e os prazos são condizentes com os seus objetivos pessoais. O próximo passo é abrir uma conta em uma corretora de valores e verificar as opções disponíveis. Após verificar quais títulos de crédito privado estão sendo ofertados, está na hora de analisar os ativos.
Primeiramente, você deve analisar qual o risco de inadimplência da empresa ou instituição emissora dos títulos. Para isso, você pode verificar dados como rating, o nível de endividamento e o histórico da empresa. Como esses títulos não contam com o FGC, as instituições emissoras oferecem as próprias garantias.
Portanto, não deixe de consultar qual tipo de garantia cada empresa está oferecendo. Por fim, depois de analisar todos os dados referentes aos títulos de crédito privado, basta fazer uma transferência para sua conta na corretora, selecionar os ativos e investir.
Lembrando que o mais recomendado é diversificar sua carteira de investimentos, mesmo que você invista apenas em renda fixa. Inclusive, existem algumas opções de aplicações em renda fixa que proporcionam ótimos retornos, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha e descubra que aplicações são essas:
E aí, gostou de conhecer os títulos de crédito privado? Aproveite para conhecer também os Investimentos seguros – Alternativas de aplicações com pouco risco
Fontes: Riconnect, Capital research, Cm capital e Parmais
Imagens: Target invest, Só sergipe, Investnews, Capitalizo, Fdr e Onze