6 de agosto de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O gestor de investimentos é um profissional focado no gerenciamento do patrimônio de um fundo de investimentos. Sendo que o objetivo é encontrar as melhores oportunidades de investimento, de acordo com as políticas do fundo.
A liberdade de escolha dos ativos vai depender do tipo de gestão que o gestor irá adotar. Quando a gestão é ativa, ele tem maior autonomia para escolher os ativos que apresentam maiores possibilidades de altos ganhos.
Em contrapartida, na gestão passiva o gestor não pode escolher os ativos. Isso porque, os fundos com gestão passiva têm como objetivo apenas replicar o desempenho do índice de referência.
O que é um gestor de investimentos?
O gestor de investimentos, também conhecido como gestor de fundos, gestor de ativos ou asset manager, é o profissional que gerencia os recursos de terceiros com o objetivo de potencializar seu rendimento.
Em outras palavras, o gestor de investimentos é um profissional que pode atuar no gerenciamento dos recursos de um fundo de investimentos ou gerenciar diretamente os ativos de um cliente. Nesse sentido, o gestor é quem decide quais aplicações serão realizadas e quais ativos evitar, sempre tendo em vista o aumento do patrimônio.
A área de gestão de investimentos está ganhando cada vez maior destaque. Sendo que, o papel do gestor de investimentos é muito importante, já que ele contribui para que o mercado esteja sempre aquecido.
Além disso, essa é uma profissão que exige bastante responsabilidade, já que o gestor está administrando o patrimônio de outras pessoas. Ou seja, ele pode contribuir para o sucesso financeiro dos cotistas do fundo.
Gestor de fundos ou pessoal
O gestor de fundos é o profissional que seleciona os ativos que irão compor a carteira do fundo. É importante que esse profissional tenha experiência no mercado financeiro e alta qualificação. Afinal de contas, ele irá gerir um patrimônio alto e o retorno dos vários investidores que aplicaram no fundo, vai depender dele.
Sendo assim, o gestor deve saber identificar oportunidades e os melhores momentos para investir ou retirar ativos do portfólio do fundo. Já o gestor de ativos pessoal ou asset manager pessoal, atua de maneira parecida com o gestor de fundos de investimentos.
A diferença é que este profissional administra os recursos de um cliente em específico. Ou seja, trata-se de uma gestão personalizada para atender o perfil e os objetivos do cliente. Dessa maneira, o gestor e o cliente se reúnem e definem critérios importantes, como, por exemplo, prazo dos investimentos, nível de risco e objetivos financeiros.
É claro que essa personalização custa mais caro para o cliente. Porém, para os investidores com altos patrimônios, a gestão personalizada pode valer a pena. Assim como o gestor de fundos, o asset manager pessoal também possui uma grande responsabilidade. Isso porque um cliente com um alto poder financeiro está confiando no profissional para a gestão do seu patrimônio.
Funções
A função do gestor de investimentos é gerenciar o patrimônio sob sua responsabilidade da melhor forma possível, para obter os melhores rendimentos. Para isso, ele deve avaliar quais são as melhores opções de investimentos e decidir quais são as melhores alternativas.
Dentre as aplicações mais comuns estão as ações, os imóveis, as commodities, os fundos de investimento e os títulos de renda fixa. O gestor de investimentos tem o poder de decidir quais ativos serão comprados ou vendidos e quando essas movimentações deverão ser feitas.
Apesar de ter o poder de decisão, ele deve sempre respeitar a política do fundo ou do cliente. As decisões geralmente são tomadas tendo como base os indicativos do mercado e as tendências. Desse modo, ao se deparar com oportunidades de investimentos, o gestor deve identificar quais são as melhores oportunidades para os seus clientes.
Isso significa que a atuação do gestor vai depender do perfil do cliente. Por exemplo, se o cliente não se importar em correr riscos, o gestor pode aproveitar oportunidades mais arriscadas que podem resultar em ganhos altos. Por outro lado, se o cliente for mais conservador o gestor deve aproveitar as oportunidades de bons retornos com baixos riscos.
Características de um bom gestor
Existem algumas características que podem ser identificadas em bons gestores. Algumas delas são:
1- Versatilidade: Um bom profissional é aquele que possui versatilidade para entender os diferentes cenários econômicos. Essa versatilidade é essencial, pois com ela o gestor consegue aproveitar melhor as oportunidades e corrigir erros rapidamente.
2- Comunicação: A rotina de um gestor de investimentos é bastante corrida. Entretanto, é fundamental que ele mantenha uma comunicação periódica com os cotistas, afinal, é o dinheiro dos cotistas que ele está investindo.
3- Mente aberta: Normalmente os gestores tomam melhores decisões quando estudam diariamente e entendem novas tendências ao se aprofundarem e atualizarem os conhecimentos além do necessário para a gestão de carteiras.
4- Controle emocional: Construir um portfólio baseado na lógica e não nos sentimentos, é fundamental para que o gestor não perca o controle em momentos de fortes oscilações do mercado.
Gestão ativa versus passiva
Na gestão ativa de investimentos, o gestor possui maior liberdade para escolher ativos, dentro da política de investimentos do fundo. Em um fundo de ações, por exemplo, o gestor pode analisar os ativos e escolher a ação que representa uma oportunidade de obter altos lucros.
Em contrapartida, na gestão passiva o profissional deve replicar o desempenho de um índice. Neste caso, ele não possui liberdade para escolher os ativos que ele acredita que irão trazer um retorno maior, já que ele deve sempre seguir o índice.
Portanto, a diferença entre os dois tipos de gestão é que na ativa o gestor pode analisar o mercado e se esforçar para alcançar um rendimento acima da média. Já na passiva o profissional se limita a investir nos mesmos ativos que compõem a carteira teórica do índice de referência. A gestão ativa é o tipo mais comum no mercado.
Rotina e salário
O gestor de investimentos deve estar sempre atento ao mercado, além de ter experiência e um profundo conhecimento de mercado. Esses aspectos são importantes, pois os gestores normalmente possuem uma rotina agitada, sempre em busca de novas oportunidades. O salário de um gestor é composto por uma parte da taxa de administração e a taxa de performance.
1- Taxa de administração: É um valor cobrado pela administradora para pagar o salário das pessoas que trabalham para o fundo. Se a gestão do fundo for passiva, ela vai exigir menos profissionais e a taxa será mais baixa. Já na gestão ativa, é necessário mais profissionais acompanhando e analisando o mercado, o que resulta em uma taxa maior.
2- Taxa de performance: A taxa de performance é uma porcentagem que o gestor ganha quando ele consegue superar o benchmark do fundo. Sendo assim, ele funciona como uma espécie de bonificação. Nos fundos com gestão ativa os gestores estão sempre em busca de superar o benchmark.
Contudo, no caso do asset manager pessoal, o gestor também precisa se esforçar para conseguir resultados acima da média do mercado. Até porque, como este é um serviço que custa caro para o cliente, ele espera altos rendimentos em troca.
Enfim, o salário de um gestor pode variar bastante. A média salarial no Brasil é de R$ 8.346,00. Mas os gestores de carteiras grandes podem ganhar até R$ 35 mil por mês.
Como se tornar um gestor de investimentos?
Para ser um gestor de investimentos, é preciso de uma autorização especial da Comissão de Valores Mobiliário (CVM). De acordo com a CVM, o gestor pode ser uma pessoa jurídica, como, por exemplo, uma instituição financeira ou ainda uma pessoa física, como ocorre com as pessoas contratadas pela administradora de um fundo.
Além de ser credenciado na CVM, o profissional deve também ser habilitado na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima). Como é uma responsabilidade muito grande gerir os recursos de terceiros, o gestor deve ser um profissional com amplo conhecimento e experiência de mercado.
Geralmente, para atuar como gestor de investimentos, é preciso ter um curso superior e obter algumas certificações da Anbima. Alguns exemplos de certificações da Anbima são:
- CFG: É a certificação inicial para obter a CGA e CGE;
- CGA: Certificação indicada para os profissionais que pretendem fazer a gestão de recursos de terceiros. Para atuar como gestor no Brasil, é preciso dessa certificação.
- CGE: Essa certificação é indicada para os profissionais que pretendem fazer a gestão dos recursos de terceiros como foco na indústria dos produtos estruturados;
- CEA: Por fim, temos ainda a CEA, que é a certificação de especialista de investimentos.
Além dessas certificações da Anbima, o gestor pode obter outras certificações, como, por exemplo, o Certificado Nacional do Profissional de Investimentos (CNPI), que é fornecido pela Apimec. Existem também algumas certificações internacionais, como, por exemplo, o Chartered Financial Analyst (CFA), um certificado internacional voltado para a análise financeira e gestão de ativos de terceiros.
Agora que você conhece a profissão do gestor de investimentos, aprenda o que é Planejamento patrimonial: importância e como fazer
Fontes: Ead, Certifiquei e Xpi
Imagens: Capital research, Ibc coaching, Longa, Engeman, Globo, Neopay, Cision e Entrepreneur