6 de julho de 2023 - por Cesar Fontenele
Se você pensa que a economia é um tema puramente técnico, saiba que existem várias curiosidades interessantes sobre o mercado financeiro. Nesta matéria, você vai conhecer 19 delas, antes de se tornar um investidor exemplar.
19 curiosidades interessantes sobre o mercado financeiro
1) O Brasil já teve várias Bolsas de Valores
Isso mesmo! No passado, havia várias Bolsas de Valores no Brasil, praticamente uma por estado. Contudo, as bolsas foram fundidas, ao longo dos anos, até restar somente a Bovespa, que é a Bolsa de Valores de São Paulo.
Fundada em outubro de 1917, a Bolsa de Mercadorias de São Paulo foi a primeira a introduzir operações a termo. Em 1986, iniciou os pregões da Bolsa Mercantil & de Futuros (BM&F).
Desde março de 2017, a BM&FBovespa passou a operar sob o nome de B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), após união com as desenvolvidas pela Cetip SA – Mercados Organizados.
2) Homem x mulher na Bolsa de Valores
É fato que, quando pensamos em investidores, a primeira imagem que vem à mente é de homens. Historicamente, é verdade que os homens foram majoritários no mercado e na Bolsa de Valores. No entanto, isso tem mudado, pois, cada vez mais, mulheres tem se tornado investidoras.
Atualmente, as mulheres representam 25% dos investidores na Bolsa de Valores brasileira (B3), enquanto os homens são 75%. O número de investidoras saltou de 137 mil para 1,4 milhão nos últimos 10 anos, com a participação percentual feminina permanecendo estável.
3) Isaac Newton, o investidor
Você, provavelmente, lembra de Isaac Newton e das suas leis fundamentais da física, da época de escola. Além do cara ter sido um dos maiores cientistas da história da humanidade, o que você com quase toda certeza não sabia é que ele ainda tinha tempo para investir!
Newton adquiriu ações no ramo de extração de ouro na América do Sul, que, na época, era uma atividade econômica bastante promissora.
Como as terras colonizadas no nosso continente eram riquíssimas em ouro (o Brasil, inclusive), o consagrado cientista conseguiu dobrar a quantia investida no início, ao liquidar sua posição.
Todavia, genialidade à parte, a bolha da mineração do ouro por estas bandas acabou estourando, o que fez com que as ações adquiridas por ele se desvalorizassem rapidamente.
4) Pregão de 4 horas
Você já deve ter ouvido falar que as jornadas de trabalho na China são extremamente longas, não é? Realmente são. No entanto,o pregão da Bolsa de Valores de Xangai (SSE), por exemplo, tem duração de somente quatro horas.
Assim sendo, quando o ponteiro do relógio anuncia às 11h, as negociações são interrompidas para que os operadores possam almoçar.
Há, obviamente, um incentivo econômico por trás dessa pausa, que é o de aumentar o volume de negociação. A prática é adotada por algumas outras bolsas ao redor do mundo, como as de Singapura e da Turquia.
Por fim, na Jordânia, pais árabe localizado no Sudoeste Asiático, os operadores, não precisam nem voltar do almoço, porque o horário de pregão da Bolsa de Amã é apenas das 10h às 12h!
5) Esporte e mercado de ações
Para qual time europeu você torce? Se for o caso, sabia que, provavelmente, seu time está listado na bolsa? E que as ações dele podem subir ou cair a depender do jogador contratado?
Para exemplificar para você, a aquisição do craque Cristiano Ronaldo pela Juventus, em 2009, fez com que o clube italiano tivesse uma valorização de 200 milhões de euros na Bolsa de Milão em poucas semanas.
Por outro lado, na Índia, país no qual o futebol não é relevante, os movimentos da bolsa passam pelo desempenho de sua seleção nacional de críquete, o esporte mais popular do país.
Quando a equipe ganha, a bolsa reage sem grandes oscilações, mas quando é derrotada, o principal índice indiano tem queda de até 0,231%.
6) Adolescentes também investem
Assim como muitas mulheres têm se tornado investidoras, outra faixa da sociedade tem, também, investido cada vez mais: a dos adolescentes.
Primeiramente, é importante saber que é possível começar a investir desde muito cedo. Não é preciso completar 18 anos e ter um trabalho fixo para dar o passo inicial.
Atualmente há, no Brasil, cerca de 2.157 contas em nome de adolescentes com até 15 anos, segundo as informações do Governo Federal. Ao juntar os investimentosdesses jovens, o valor chega a mais de R$1 bilhão.
Portanto, é perceptível a presença de crianças e adolescentes no mercado financeiro, que quase triplicou desde 2020. De acordo com dados da B3, o número de investidores menores de 18 anos estava próximo dos 11 mil em março de 2020. Atualmente, esse número saltou 181%, para 30.732 pessoas.
7) Empresas da Bolsa equivalem a 90,5% do PIB
Em 2024, mais de 400 empresas estão listadas na bolsa brasileira, abrangendo diversos setores e subsetores. Essas empresas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento econômico do país, fornecendo infraestrutura, recursos e impulsionando a produção e inovação. Isso, além de negociar, indiretamente, ações de mais de 100 empresas estrangeiras.
As empresas listadas na B3 representam 90,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
8) Antes e depois do Home Broker
Vamos começar este item agradecendo à tecnologia. Nos anos 80, as ordens de compra e venda tinham que ser autenticadas mecanicamente, e só então, o corretor dirigia-se para o pregão para executá-las.
Além desse trabalho enorme, o investidor ainda tinha que ir até o local para entregar ao operador da corretora o valor total da transação, pegar o recibo e esperar mais uns dois dias para que o título comprado fosse, finalmente, entregue. Hoje está bem mais fácil, com o home broker.
9) Piratas também investem na Bolsa
De acordo com informação da agência de notícias Reuters, piratas da Somália criaram, em 2009, uma espécie de “bolsa de valores” para arrecadar recursos financeiros. Esse dinheiro financiaria os ataques aos navios no Golfo de Áden.
Ou seja, os piratas criaram empresas dentro de uma cooperativa, na qual os investidores compram cotas e financiam as ações criminosas. Se tudo continuar a acontecer como eles planejaram, os investidores recebem os “dividendos” da operação, isto é, parte da carga roubada. Caso ocorra o contrário, ficam, literalmente, a ver navios.
10) Pregão de domingo
Embora a maior parte das bolsas globais não opere aos fins de semana, em países de maioria muçulmana ou judaica as bolsas costumam ficar abertas. O motivo é que essas culturas consideram a sexta e o sábado sagrados.
Sendo assim, essa prática é mais comum mesmo no Oriente Médio, onde o islamismo e o judaísmo têm fortíssima influência em todos os âmbitos da sociedade. Por lá, a maioria das bolsas opera de domingo a quinta-feira, exceto na bolsa de Teerã, no Irã, que fecha nas quintas e sexta-feiras.
11) Touro x Urso
Muito provavelmente você já viu que há uma escultura em bronze de um touro no distrito de Wall Street, em Nova York. Mas por quê? O touro e o urso são símbolos presentes no mercado financeiro e representam movimentos de alta ou de baixa com base na forma como eles dão o bote em suas “presas”.
A ideia é que o touro (bull, em inglês) simboliza um movimento de alta, impulsionado, claro, pelas suas chifradas. Logo, quando estamos em um “bull market”, significa que o mercado está aquecido, ou seja, os investidores estão otimistas e apostando na alta dos ativos.
Por outro lado, quando temos um “bear market“, significa que o mercado se encontra em tendência de baixa. A simbologia por trás desta expressão é a patada do urso (bear, em inglês), que derruba os outros animais. Nesse cenário, são pessimistas as expectativas e o mercado aposta numa queda dos preços e desvalorização dos ativos.
12) Número de investidores na B3
Em junho de 2024, a B3 possuia 5,109 milhões de investidores pessoas físicas, O recorde de investidores na bolsa foi registrado em julho de 2023, com 5,356 milhões de CPFs. Após uma queda expressiva em agosto de 2023, devido ao resgate de BDRs do Nubank, o número de investidores voltou a se recuperar lentamente até abril de 2024.
Em relação ao final de 2021, observa-se um aumento de 1,7 milhão de investidores (17%) no número total. No segundo trimestre de 2022, em média 1,4 milhão de investidores fizeram ao menos uma operação no segmento de ações por mês, sendo responsáveis por 18% do volume de negociação na B3
13) Avenida Faria Lima
A região da Avenida Faria Lima, na cidade de São Paulo, é conhecida como por muitos como a “Wall Street brasileira”, porque ela é o maioremais importante centro financeiro do Brasil e da América Latina. Nesta avenida estão inúmeras companhias nacionaisemultinacionais de diversos setores, com destaque, claro, para o financeiro. São os chamados “faria limers”.
Diante disso, essa região se tornou super valorizada e, de acordo com pesquisas, é a responsável por ter a maior média salarial de São Paulo.
14) As maiores altas da bolsa
A maior alta do Ibovespa na história ocorreu em 4 de fevereiro de 1991, durante o período do Plano Collor 2. Na época, o índice registrou uma alta de 36,05% em um único dia.
Essa valorização foi impulsionada pela expectativa do mercado de que a hiperinflação do Brasil fosse finalmente controlada. Além disso, a abertura da bolsa de valores brasileira para investidores estrangeiros gerou um grande fluxo de capital externo.
A maior alta mais recente foi vista no dia 13 de março de 2020, com uma valorização de 13,9%, em meio às fortes quedas provocadas pela pandemia, quando a bolsa estava fortemente desvalorizada. Por outro lado, a maior queda da história do Ibovespa ocorreu em 21 de março de 1990, com um recuo de 22,26% em um único pregão, após a divulgação do Plano Collor.
15) Reserva de emergência deve ser o primeiro investimento
Ter uma reserva de emergência é um passo essencial para qualquer investidor que deseja entrar no mercado da B3, pois proporciona segurança, liquidez e uma base sólida para o crescimento financeiro a longo prazo.
Ela serve como um colchão financeiro que protege o investidor de imprevistos, como desemprego, emergências médicas ou despesas inesperadas, sem falar num invvestimento errado. Ter esse fundo evita que a pessoa precise recorrer a dívidas ou liquidar investimentos de longo prazo em momentos de crise.
Então, ao fazer ao se iniciar na B3, ter uma reserva de emergência deveria ser seu primeiro investimento na bolsa.
16) Lucrar com a queda das ações
Nem todo mundo precisa apostar na alta das ações para ganhar dinheiro. Existem diversas estratégias de investimento que permitem lucrar com a queda dos preços, como a venda a descoberto.
É possível lucrar com a queda das ações mesmo quando o mercado está em baixa. Aqui estão algumas estratégias que os investidores podem adotar:
- Aluguel de ações: Você pode alugar suas ações para outros investidores operarem. Assim, você recebe uma taxa pelo empréstimo e ainda mantém o direito aos lucros da empresa e bonificações, mesmo se a ação se desvalorizar durante o período.
- Operação vendida (venda a descoberto): Nessa estratégia, você vende ações que não possui, apostando na queda dos preços. Se a ação realmente cair, você pode recomprá-la a um preço mais baixo e embolsar a diferença.
- Diversificação: Ter parte dos seus recursos em títulos de renda fixa pode ajudar a lidar com as baixas do mercado de ações.
17) O maior impulso de crescimento é da classe C
Se você acredita que a classe A é a que mais investe na bolsa, está enganado. Nem tampouco a B. O maior impulso para o crescimento se deu na classe C.
A proporção de investidores nessa classe socioeconômica subiu de 29% para 36%. Houve aumento de cerca de 5 milhões de pessoas investindo na B3 a partir dessa classe social.
18) As bolsas reagem a eventos locais
Cada bolsa de valores reflete a economia e a cultura do país onde está localizada. Por isso, eventos locais, como eleições, crises políticas e desastres naturais, podem ter um impacto significativo no desempenho da bolsa.
19) Educação financeira é fundamental
Para finalizar, é preciso ressaltar que, para investir com segurança e alcançar seus objetivos, é fundamental ter uma boa educação financeira.
E você não precisa cursar faculdade de economia para isso. Existem diversos cursos, livros e materiais online que podem te ajudar a aprender mais sobre o assunto.
Portanto, estude, pesquise. Nunca houve tanta informação de qualidade disponível para um investidor iniciante.
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Fontes: AtivaInvestimentos, Guru, Certifiquei, B3, Investir e Viver