Custo operacional nos investimentos: o que é e como calcular?

O custo operacional nos investimentos envolve todas as despesas de uma aplicação e que podem diminuir o seu rendimento.

25 de abril de 2022 - por Jaíne Jehniffer


Ao realizar um investimento, é preciso levar vários fatores em consideração, inclusive o custo operacional envolvido com a aplicação.

O que é o custo operacional nos investimentos

O custo operacional envolve todas as despesas de um investimento como, por exemplo, os impostos e as taxas.

Como existem vários tipos de custos operacionais, é essencial levar em consideração todos eles ao investir. Isso porque, quanto maiores forem os seus custos operacionais, menor será a sua rentabilidade.

Sendo assim, os custos operacionais ajudam na tomada de decisão do investidor e na escolha de qual é o melhor ativo segundo o seu perfil de investidor, retorno oferecido, custos e afins.

Além disso, é importante levar em conta esses custos na hora de escolher a melhor corretora, já que nem todas as corretoras cobram as mesmas taxas.

Quais são os tipos de custos operacionais

Os custos operacionais são:

1- Taxa de administração

A taxa de administração existe em alguns tipos de aplicações como, por exemplo, em fundos de investimento.  No caso dos fundos, serve para a sua manutenção.

Ou seja, ela serve como uma forma de remunerar os profissionais e empresas responsáveis pelo fundo. Sendo que essa taxa geralmente tem um valor fixo e conta com reajuste anual.

2- Taxa de performance

A taxa de performance existe em alguns tipos de fundos de investimentos, quando o gestor consegue um retorno acima do esperado.

Sendo assim, ela funciona como uma espécie de bônus pelo gestor ter obtido um retorno acima do benchmark do fundo. Portanto, essa taxa ocorre apenas se o gestor conseguir um retorno acima do esperado.

Essa taxa não existe em todos os tipos de fundos, mas pode existir, por exemplo, em fundos multimercado, fundos cambiais e fundos de dívida externa.

3- Taxa de carregamento

A taxa de carregamento é mais um tipo de custo operacional nos investimentos, que existe nos planos de previdência privada e incide em cima do valor da cada valor aplicado (depósito).

Não são todas as seguradoras que cobram essa taxa, mas é essencial que você preste atenção nela, já que quanto maior ela for, menos a sua aplicação renderá.

4- Taxa de entrada e saída

A taxa de entrada não é muito comum e aparece, sobretudo, em fundos de previdência. Por outro lado, a taxa de saída geralmente é aplicada com o investidor opta por resgatar o dinheiro antes do prazo.

Em ambos os casos, a previsão deste custo operacional vai diminuindo ao longo do tempo em que a aplicação é mantida, até desaparecer por completo.

5- Taxa de corretagem

A taxa de corretagem é cobrada pelas corretoras. Hoje em dia, muitas corretoras zeraram várias taxas.

Mas algumas continuam a cobrar a taxa de corretagem sobre cada operação de compra e venda de ações ou de outros ativos na bolsa de valores.

Na prática, a taxa de corretagem é cobrada pelas corretoras para intermediar as operações de compra ou venda de ações junto à bolsa de valores.

Essa taxa pode ter um valor fixo ou variável. No primeiro caso, a taxa será sempre a mesma. Já na taxa variável, pode ser descontado uma porcentagem em cima do montante da operação.

Por fim, existe ainda a cobrança híbrida, onde existe um valor fixo mais uma porcentagem.

6- Taxa de custódia

A taxa de custódia é um custo operacional dos investimentos das financeiras junto a CBLC – Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia.

Não são todas as instituições que exigem essa taxa, mas as que exigem pode fazer a cobrança de forma mensal debitando o valor direto na conta do investidor.

7- IOF

O IOF – Imposto sobre Operações Financeiras não existe em todos os tipos de investimentos. Contudo, ele está presente em aplicações como tesouro direto, CDB, LCA  e LCI.

O IOF segue a tabela regressiva. Sendo assim, se você resgatar a aplicação com poucos dias, a alíquota é maior.

Se você esperar mais dias, a alíquota vai diminuindo. Sendo que com 30 dias após a aplicação, o IOF é zerado.

8- Custo operacional no investimentos: emolumentos

Em resumo, emolumento é um custo operacional cobrado pela bolsa de valores e CBLC por cada operação de compra e venda.

Desse modo, ocorre a reversão do valor percentual para cobrir os custos das transações financeiras no mercado de ações.

Para cada tipo de operação existe uma taxa. Dessa forma, nas operações normais de compra e venda de ações em pregões distintos, a taxa é de 0,0325%, sendo 0,0275% de liquidação e 0,005% de emolumentos.

Em contrapartida, nas operações de day trade, a incidência é de 0,025% sendo 0,02% de liquidação de 0,005% de emolumentos.

Vamos supor que você comprou R$ 10.000 de ações PETR4 e vendeu depois de alguns dias por R$ 11.000,00. Vamos imaginar também que a taxa de corretagem foi de R$ 10,00.

Uma única operação na compra das ações o custo da corretagem foi de R$ 10,00. Como a venda das ações não foi feita no mesmo dia, a incidência dos emolumentos foi de 0,0345% sobre os R$ 10.000,00, resultando em R$ 3,45.

Já na operação de venda, considerando também uma única operação, a taxa de corretagem foi de R$ 10,00. O valor dos emolumentos foi aproximadamente de R$ 3,80 (0,0345% sobre os R$ 11.000,00).

No fim das contas, o custo total da operação foi de R$ 27,25, reduzindo assim seu lucro na operação de R$ 1.000,00 para R$ 972,75.

9- Imposto de renda

Por fim, temos o imposto de renda que é cobrado de diferentes formas de acordo com o tipo de aplicação. Na renda fixa, por exemplo, ele ocorre por meio de uma tabela regressiva própria.

Já nos fundos ele pode ser retido por meio do come-cotas, por exemplo. Enfim, existem alguns tipos de aplicações que são isentos de imposto de renda, como por exemplo, LCI e LCA.

Exemplo de custo operacional nos investimentos

Como exemplo do impacto dos custos operacionais, vamos considerar uma aplicação no tesouro direto. Suponhamos que a taxa de custódia é de 0,25% ao ano sobre o total aplicado.

Vamos supor ainda que a corretora tenha uma taxa de administração de 2% sobre o total investido. Desse modo, vamos imaginar que você investiu R$ 10.000.

Neste caso, você vai pagar R$ 25 de taxa de custódia e R$ 200 de taxa de administração. Sendo assim, este é o seu custo operacional com o investimento.

Agora vamos supor que você opte por fazer o resgate antecipado no 20º dia depois de fazer o investimento. Você terá que pagar 66% de IOF e 22,5% de imposto de renda sobre a rentabilidade.

Dessa forma, se você tiver um ganho no período de 0,3% (R$ 30,00) você terá que pagar 66% de IOF (R$ 19,80) e 22,5% de IR (R$ 6,75). 

Enfim, no texto acima eu te expliquei quais são os custos operacionais (via Capital research e Dvinvest). Aproveite para aprender também como diminuir os riscos dos investimentos.

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