20 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Os fundos de recebíveis são um tipo de fundo imobiliário, com portfólio composto sobretudo por títulos relacionados ao setor imobiliário, como, por exemplo, as LCIs.
Esses fundos, que podem ser uma boa alternativa para a diversificação da carteira, possuem a vantagem de proporcionarem um retorno superior a algumas aplicações de renda fixa.
Em contrapartida, eles possuem a desvantagem de terem um certo grau de risco. No entanto, é justamente por serem mais arriscados do que os ativos de renda fixa, que eles trazem um retorno melhor, é a velha relação entre risco e retorno.
O que são fundos de recebíveis?
Os fundos de recebíveis, também conhecidos como fundos de papel, são um tipo de fundo de investimento imobiliário. O portfólio desses fundos é composto majoritariamente por títulos do setor imobiliário.
De acordo com a Associação Brasileira de Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA), no mínimo dois terços do patrimônio do fundo deve ser alocado em títulos e valores mobiliários. Inclusive, esses fundos também são chamados de fundos de papel, justamente porque aplicam em papéis relacionados ao setor imobiliário.
Por outro lado, os fundos que aplicam em imóveis físicos são conhecidos como fundos de tijolo. Vale destacar que um terço do patrimônio do fundo pode ser aplicado em outros tipos de ativos, como, por exemplo, cotas de outros fundos imobiliários ou ações de companhias do setor imobiliário.
Como os fundos de recebíveis funcionam?
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), no geral, funcionam como uma reunião de investidores interessados em aplicar em imóveis ou títulos relacionados com o setor imobiliário. Como os fundos de recebíveis são um tipo de FIIs, eles funcionam de maneira similar aos demais fundos imobiliários.
A única particularidade é que eles aplicam sobretudo em títulos e valores mobiliários e não em imóveis físicos. Ao investir em fundos imobiliários no geral, o investidor pode obter rendimentos de três maneiras diferentes. A primeira delas é por meio da distribuição mensal de dividendos.
Você pode usar os dividendos para reinvestir (se você estiver na fase de acumulação de patrimônio) ou como uma espécie de salário (caso você esteja vivendo de renda). A segunda maneira de lucrar é com a valorização das cotas. Essa valorização ocorre quando o fundo apresenta uma boa performance e os ativos do fundo são bem avaliados.
Por fim, a terceira forma de obter rendimentos é através da dissolução do fundo. Essa é uma maneira pouco comum, já que ela ocorre quando o fundo vende os ativos e divide os valores entre os cotistas. Como os fundos de recebíveis investem em títulos do setor imobiliário, eles podem gerar lucros de duas maneiras:
- Negociação de títulos mobiliários no mercado: Consiste no rendimento obtido com as variações de preços na compra e venda de títulos.
- Vencimento dos títulos: No vencimento a empresa que emitiu os papéis faz a devolução do dinheiro juntamente com a taxa de juros combinada.
Carteira dos fundos de recebíveis
A carteira dos fundos de recebíveis devem ser compostas principalmente de títulos relacionados ao setor imobiliário. Alguns exemplos de fundos de recebíveis são: KNCR11, HGCR11, VRTA11 e MXRF11 (essa não é uma indicação de investimentos). Enfim, alguns ativos que podem ser escolhidos pelo gestor do fundo são:
1- CRIs
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) é um dos tipos de títulos mais usados nos fundos de papel. Esses títulos são emitidos por empresas não financeiras com o objetivo de captar recursos para financiar suas atividades imobiliárias.
Por exemplo, uma construtora que irá construir um edifício residencial para venda de apartamentos, teria que esperar os compradores pagarem o valor dos apartamentos para ter recursos para a construção do edifício. Contudo, para agilizar o processo ela pode recorrer às empresas securitizadoras.
Essas empresas irão comprar as dívidas e transformar em títulos que serão ofertados aos investidores com o nome de CRI. É esse título que os gestores do fundo de recebíveis podem comprar no mercado e obter um retorno superior a algumas aplicações de renda fixa. O retorno desses títulos é superior, pois eles não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Ou seja, se o investidor levar o calote, ele fica no prejuízo. Vale destaque que, como esses títulos são ofertados no mercado, o investidor individual também pode investir neles. Entretanto, o valor inicial de investimento costuma ser alto e o risco de investir sozinho em um título sem a proteção do FGC, é maior.
2- LHs
As Letras Hipotecárias (LHs) são emitidas por instituições financeiras com o intuito de obter recursos para aplicar na modalidade de hipoteca para clientes. Esses títulos não são muito conhecidos no mercado, mas alguns fundos aplicam neles.
3- LCIs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) são emitidas por empresas financeiras com a intenção de levantar recursos que, posteriormente, serão destinados ao setor imobiliário. A vantagem desses títulos é que eles contam com a proteção do FGC e são isentos de Imposto de Renda (IR).
Como as LCIs são menos arriscadas, já que possuem a garantia do FGC, elas oferecem um retorno menor do que os CRIs. É por isso que os fundos de recebíveis investem mais em CRIs do que em LCIs. Porém, as LCIs são mais acessíveis e seguras para o investidor individual.
Vantagens e desvantagens
Uma das principais vantagens de investir em fundos de recebíveis é a diversificação da carteira de investimentos. Outra vantagem é que você pode ter um retorno melhor do que investindo em algumas opções de renda fixa. Temos ainda a vantagem de que os fundos de papel são isentos de imposto de renda.
Por outro lado, como desvantagem temos o risco, já que eles são uma alternativa de aplicação de renda variável, cujas cotas podem ser compradas no home broker de maneira similar às ações. Sendo assim, apesar de investirem em ativos de renda fixa, existe o risco do fundo levar calote nos títulos e o risco das oscilações nos preços das cotas.
Outra desvantagem é que alguns desses fundos são indexados ao CDI, o que significa que quando a Selic está baixa, o desempenho do fundo pode ser ruim, já que o CDI fica próximo à Selic. Por fim, temos ainda a desvantagem de que é difícil ver a valorização do patrimônio dos fundos de recebíveis, já que eles são obrigados a distribuir 95% dos lucros.
Agora que você conhece as vantagens e desvantagens dos fundos de recebíveis, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e descubra quais são os fundos imobiliários com melhores retornos:
E aí, curtiu conhecer sobre os fundos de recebíveis? Então aprenda também sobre os Fundos de tijolo, o que são? Como funcionam, tipos e como investir
Fontes: Empreender dinheiro e Mais retorno
Imagens: Kinvo, André Bona, Imóvel magazine, Moria empreendimentos e Brasil 247