26 de maio de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Investir no exterior é uma maneira de diversificar a carteira de investimentos e se proteger contra as oscilações na economia nacional e as possíveis mudanças nas leis brasileiras.
Ao dolarizar sua carteira, o investidor passa a ter parte do seu patrimônio atrelado a uma moeda forte que passa por oscilações diferentes do real. Isso significa que o investidor consegue diluir os riscos da sua carteira.
Existem diversas alternativas de ativos para quem deseja aplicar no exterior. Sendo que é possível investir através da bolsa brasileira ou abrindo uma conta em uma corretora internacional.
Vantagens de investir fora
Uma das principais vantagens de investir no exterior, é a possibilidade de diversificar a carteira de investimentos. As ações disponíveis na bolsa de valores brasileira corresponde somente a cerca de 1% das ações existentes no mundo.
Sendo assim, como o mercado de ações nos Estados Unidos é muito mais desenvolvido do que o brasileiro, investir fora é uma boa forma de diversificação.
Além disso, parte do patrimônio do investidor fica protegido contra as possíveis mudanças nas legislações e tributações brasileiras.
Outra vantagem de investir fora é a segurança da carteira contra as alterações na economia nacional. Dessa maneira, o dinheiro atrelado ao dólar está mais protegido contra as oscilações e a inflação no Brasil.
Por fim, existe ainda a vantagem de que atrelar o dinheiro ao dólar contribuiu com o balanceamento da carteira. Logo, quando o mercado nacional estiver passando por maus momentos, a carteira inteira não é impactada, já que parte está alocada no exterior.
Como investir no exterior?
Existem diferentes caminhos para investir fora, dentre eles:
1- Corretora internacional
Antigamente, investir fora através de uma corretora internacional era muito mais complicado do que hoje em dia. No entanto, hoje em dia existem corretoras focadas no atendimento ao investidor brasileiro com plataformas em português, como a Avenue e a Passfolio.
Ou seja, você nem precisa falar inglês para investir em uma corretora internacional. A grande vantagem de investir com as corretoras internacionais é a possibilidade de aplicar diretamente nas diversas empresas listadas nas bolsas dos EUA.
Existem alguns custos envolvidos na transferência para a corretora, como a taxa de conversão de reais em dólar. Existe ainda a tributação em cima dos ganhos. Em resumo, ganhos de até R$ 5 milhões possuem a alíquota de 15%, os ganhos acima de R$ 5 milhões e até R$ 10 milhões possuem Imposto de Renda (IR) de 17,5%.
Acima de R$ 10 milhões e até R$ 30 milhões a alíquota fica em 20%. Por fim, acima de R$ 30 milhões o IR é de 22,5%. Em relação aos rendimentos e dividendos, o investidor está isento no recebimento de até R$ 1.903,98. Acima desse valor, o imposto começa em 7,5% e chega ao seu máximo de 27,5%.
2- Fundos de investimento no exterior
Os fundos de investimento, de maneira geral, funcionam como uma reunião de investidores com o objetivo de aplicar em um ativo ou setor específico.
Dessa forma, os fundos de investimento internacionais se diferem dos demais somente pelo fato de que boa parte do seu portfólio está alocado em ativos internacionais.
Exceto por essa diferenciação, eles são iguais aos demais fundos de investimentos. Desse modo, a sua negociação ocorre da mesma maneira que os demais fundos e, se ele for de ações, existe a tributação de 15% em cima dos ganhos.
Por outro lado, se o fundo for multimercado ou renda fixa, ele segue a tabela regressiva do IR, que tem a alíquota máxima de 22,5% e mínima de 15%.
Enfim, essa é uma boa opção para os investidores que desejam praticidade ou que ainda não se sentem seguros de investir diretamente no exterior por meio de corretoras internacionais.
3- ETFs
Os Exchange Traded Funds são fundos que investem nos mesmos ativos que a carteira de algum índice, com a intenção de ter um desempenho semelhante. As cotas dos ETFs são negociadas na bolsa da mesma maneira que as ações individuais.
Portanto, o investidor pode escolher um ETFs que acompanha, por exemplo, o S&P 500, um dos principais índices norte-americano. Em relação à tributação, os ETFs são tributados da mesma maneira que as ações. Logo, existe a isenção para vendas abaixo de R$ 20 mil por mês e o IR é de 15% em cima dos lucros.
4- Fundos cambiais
Os fundos cambiais investem em diversas moedas, sobretudo no dólar. Esse é um investimento bastante volátil já que o dólar passa por constantes oscilações e seu preço é afetado por diversos fatores.
Normalmente, a taxa de administração do fundo é de 1% ao ano em cima do valor investido e a aplicação mínima pode variar, sendo que alguns fundos possuem aplicação mínima de R$ 500,00.
5- BDRs
Os Brazilian Depositary Receipts são documentos negociados na bolsa brasileira e que representam ações internacionais. Ou seja, ao adquirir BDRs, o investidor não está comprando a ação em si.
Na verdade, ele está adquirindo um título lastreado no ativo internacional. Entretanto, essas ações existem de fato e devem permanecer depositadas e bloqueadas por um custodiante.
Assim como os demais tipos de ativos negociados no mercado, os BDRs possuem alguns custos, como a taxa de custódia, corretagem e emolumentos. Existe ainda a tributação de 15% de IR em cima dos ganhos das negociações. Os BDRs podem ser de dois tipos:
- Patrocinados: Os BDRs patrocinados são aqueles que a empresa emissora tem a interesse em oferecer suas ações em determinado país e para isso ela mesma contrata a instituição depositária.
- Não patrocinados: Os BDRs não patrocinados são aqueles que a iniciativa parte da instituição depositária e não da empresa emissora. Sendo assim, a responsável por divulgar informações importantes sobre a empresa, como os balanços, é a instituição depositária.
6- COEs
Os Certificados de Operações Estruturadas funcionam como uma espécie de pacote de operações financeiras. Esse pacote pode ser composto de operações de vários tipos, como ações, ouro e moedas. Como é um ativo bastante flexível, o pacote dos COEs pode conter também ativos internacionais.
Em relação aos custos, os COEs possuem taxa de administração que geralmente varia entre 0,5% a 2% ao ano. Além disso, os ganhos são tributados de acordo com a tabela regressiva de IR, com alíquotas entre 22,5% e 15%. Enfim, se você tem pouco dinheiro e acha que por isso não pode investir no exterior, veja o vídeo de Raul Sena:
Agora que você conhece algumas opções para investir no exterior, conhece algumas Corretoras para investir no exterior – Opções de corretoras e como investir
Fontes: Infomoney, Convex research, Xpi e Gorila
Imagens: The cap, Exame, Onze, Targetinvest, Brasília empresas e Parmais