1 de dezembro de 2020 - por Sidemar Castro
O aluguel de ações funciona por meio do doador, que aluga suas ações, e do tomador, que pega as ações. Esta operação funciona através de um acordo, onde são determinados a quantidade de ações, o prazo do contrato e o preço da taxa de aluguel.
Basicamente, oaluguel de ações é uma maneira de dois investidores lucrarem com os mesmos ativos. Isso porque, ao realizar o aluguel de suas ações, o investidor continua recebendo os proventos dos papéis e passa a receber a taxa de aluguel. Já o tomador pode conseguir altos retornos com os papéis alugados.
Essa operação é extremamente segura para o doador, já que a responsável por intermediar as operações é a BM&FBOVESPA. Além disso, o aluguel de ações funciona por meio de um contrato, garantindo os direitos e deveres de ambas as partes e, no caso de descumprimento, a BM&FBOVESPA intervém para solucionar os problemas.
O que é o aluguel de ações?
O aluguel de ações é uma operação onde o doador aluga ações para o tomador. O objetivo desse tipo de acordo é que ambas as partes tenham lucros. Desse modo, o doador aluga seus ativos por meio de um acordo de remuneração específica.
Os ativos que podem ser alugados são as ações, as units, os ETFs e os BDRs. Ao pegar as ações, o tomador pode realizar diversas operações, como a venda no mercado à vista ou como cobertura no lançamento de opções de compra.
Como funciona o aluguel de ações?
Para fazer o aluguel de ações, o doador deve informar a corretora que pretende fazer esse tipo de operação. Assim sendo, ele precisa especificar a quantidade, prazo e remuneração. Normalmente, o contrato dura alguns meses, mas não existe um prazo mínimo ou máximo.
Já o tomador precisa ter uma garantia exigida pela corretora. Esta garantia pode conter diversos ativos, como títulos do tesouro direto, LCI ou CDBs. A intenção é garantir que o tomador tenha capital para cobrir a liquidação na data de vencimento do acordo.
Custos e Taxas
O aluguel de ações envolve alguns custos e taxas que os investidores devem considerar. Para o doador (quem aluga suas ações), a taxa de corretagem é de 40% sobre a taxa de aluguel acordada. Isso significa que, ao receber a remuneração pelo aluguel, uma parte desse valor será destinada à corretora.
Por outro lado, o tomador (quem pega as ações emprestadas) paga uma taxa de 0,25% sobre o volume financeiro liquidado, com um mínimo de R$ 10,00 por contrato. Além disso, é importante lembrar que o rendimento do aluguel é tributado como renda fixa, com alíquotas que variam conforme o prazo do empréstimo.
Rentabilidade
A rentabilidade do aluguel de ações pode ser uma excelente oportunidade para aumentar os ganhos na bolsa. O doador recebe uma taxa pelo empréstimo das ações, que funciona como uma forma de renda passiva. Mesmo durante o período em que as ações estão alugadas, o doador continua recebendo dividendos e outros proventos.
A taxa de aluguel é estabelecida no início da operação e pode variar conforme a demanda e a oferta das ações no mercado. Essa estratégia permite que investidores com um perfil mais conservador aumentem seus rendimentos sem precisar vender seus ativos].
Prazo e Liquidez
O prazo do aluguel de ações pode ser definido no momento da negociação. Normalmente, os contratos são flexíveis e podem ser ajustados conforme as necessidades dos investidores.
Após o término do contrato, as ações são devolvidas ao doador em até dois dias úteis, garantindo assim uma boa liquidez para ambos os lados da transação. É fundamental que os doadores estejam cientes de que suas ações ficarão indisponíveis durante o período do aluguel, o que pode limitar oportunidades de venda caso surjam no mercado.
Portanto, é sempre recomendável avaliar cuidadosamente as condições antes de decidir alugar suas ações.
Quais ativos podem ser alugados?
Além de ações, diversos outros ativos podem ser alugados no mercado financeiro. Veja os principais:
- Cotas de fundos imobiliários (FIIs): Investidores que possuem cotas de FIIs podem alugá-las para outros interessados. Isso permite que quem aluga utilize essas cotas para estratégias específicas, como arbitragem ou montagem de posições.
- ETFs (Fundos de Índice): Assim como ações, os ETFs também podem ser alugados. Quem aluga pode usar os fundos de índice para operar no mercado ou proteger sua carteira.
- Debêntures: Embora menos comum, algumas debêntures também podem ser alugadas. Esse tipo de aluguel geralmente está relacionado a estratégias mais complexas realizadas por investidores institucionais.
- Criptomoedas: No mercado de ativos digitais, é possível realizar empréstimos de criptomoedas, um processo semelhante ao aluguel. Esse mecanismo é usado em operações como staking ou arbitragem.
Essas possibilidades tornam o mercado de aluguel de ativos bastante diversificado. Cada tipo de aluguel atende a diferentes objetivos, seja para gerar renda extra para quem possui os ativos, seja para estratégias específicas de quem aluga.
Como fazer o aluguel de ações?
Alugar ações é um processo simples que pode gerar renda extra para os investidores. Aqui está como fazer:
1) Verifique se suas ações podem ser alugadas: Acesse sua conta na corretora e confirme se os papéis que você possui estão disponíveis para aluguel. Nem todas as ações têm alta demanda no mercado de aluguel.
2) Ative a função de aluguel na corretora: Entre na plataforma da sua corretora e habilite a opção de aluguel de ações. Em algumas corretoras, você precisa assinar um contrato para autorizar as operações.
3) Defina as condições do aluguel: Algumas corretoras permitem que você escolha os detalhes, como a taxa de remuneração mínima que aceita pelo aluguel. Outras cuidam de tudo automaticamente.
4) Acompanhe os resultados: Após suas ações serem alugadas, você receberá uma remuneração pela operação. O valor geralmente é pago proporcional ao tempo em que as ações ficaram alugadas.
5) Recupere suas ações: No fim do contrato de aluguel, as ações voltam automaticamente para a sua conta. Durante o período em que estiverem alugadas, você continuará recebendo dividendos e outros direitos, como juros sobre capital próprio.
Alugar ações é uma maneira prática de aproveitar ativos que já estão na sua carteira para obter uma renda passiva, sem precisar vendê-los.
Quais são os direitos e deveres em um contrato de aluguel de ações?
Em um contrato de aluguel de ações, tanto o doador quanto o tomador têm direitos e deveres específicos. O doador tem o direito de receber a taxa de aluguel acordada e os proventos dos investimentos durante o período de locação.
Ele também deve garantir que as ações estejam disponíveis para aluguel e cumprir as condições estabelecidas no contrato. Por outro lado, o tomador tem o direito de usar as ações para suas operações, como vendas a descoberto, e deve pagar a taxa de aluguel pré-estabelecida.
Além disso, ele deve devolver as ações ao doador no final do contrato e não negociá-las sem a devida autorização.
Quais são os tipos de contratos?
Aqui estão os principais tipos de contratos de aluguel de ações:
1) Contrato a Termo Fixo
Esse contrato define um prazo fixo para o aluguel das ações. Assim, o tomador deve devolvê-las na data previamente acordada. É ideal para investidores que têm um planejamento definido ou para operações específicas com data marcada, como eventos corporativos ou vencimentos de opções.
2) Contrato a Termo Indeterminado
Nesse tipo de contrato, o aluguel não tem um prazo fixo. O tomador pode devolver as ações quando desejar, desde que respeite os termos do acordo. É mais flexível e permite maior liberdade, tanto para o tomador quanto para o doador, adaptando-se a mudanças no mercado.
3) Contrato com Garantia
Aqui, o tomador deve oferecer garantias, que podem ser financeiras (como dinheiro ou títulos) ou ativos. Isso reduz o risco para o doador, pois garante que ele será compensado caso algo saia do previsto, como um inadimplemento.
4) Contrato sem Garantia
Esse modelo é menos comum, já que não exige garantias do tomador. Apesar disso, ele pode ser usado em casos onde existe uma relação de confiança ou em situações onde o risco é considerado baixo.
5) Contrato com Opção de Renovação Automática
Nesse caso, o contrato é renovado automaticamente ao final do prazo, caso nenhuma das partes manifeste interesse em encerrá-lo. Isso simplifica o processo para investidores que desejam manter o aluguel por períodos mais longos.
6) Contrato com Opção de Venda ou Compra Vinculada
Esse tipo de contrato pode incluir cláusulas que permitem ao tomador ou ao doador exercer uma opção de compra ou venda das ações alugadas ao final do prazo. É mais complexo, mas útil em estratégias avançadas de mercado.
Esses contratos oferecem flexibilidade e diferentes graus de segurança para atender às estratégias de investimento de ambas as partes. É importante analisar os riscos e benefícios de cada tipo antes de optar pelo mais adequado.
Quais são as vantagens do aluguel de ações?
1) Geração de Renda Adicional
O aluguel de ações permite que o investidor que possui os papéis receba uma taxa de aluguel, gerando uma fonte de renda extra sem a necessidade de vender suas ações. Isso é especialmente vantajoso para quem busca aumentar a rentabilidade da carteira a longo prazo.
2) Proteção em Caso de Queda de Preços
Para o tomador, alugar ações é uma estratégia que possibilita a venda a descoberto, ou seja, vender ações que não são suas na expectativa de recomprá-las por um preço menor após uma queda. Isso oferece uma forma de proteção contra desvalorizações no mercado.
3) Continuidade dos Direitos sobre as Ações
Mesmo durante o período em que as ações estão alugadas, o doador continua a receber dividendos e outros benefícios relacionados aos papéis, como juros sobre capital próprio. Isso significa que o investidor pode manter sua estratégia de longo prazo enquanto ainda obtém retorno financeiro.
4) Baixo Risco para o Doador
O aluguel de ações é considerado uma operação de baixo risco para quem empresta os ativos, pois as corretoras exigem garantias do tomador. Isso assegura que, caso o tomador não devolva as ações, o doador será compensado através das garantias apresentadas.
5) Acesso a Oportunidades de Lucro no Curto Prazo
Para os tomadores, alugar ações oferece a chance de lucrar com movimentos de mercado em curto prazo. A estratégia de venda a descoberto permite que eles aproveitem as flutuações nos preços das ações, potencializando seus ganhos.
6) Flexibilidade nas Negociações
O aluguel pode ser estruturado com prazos e taxas negociáveis entre as partes envolvidas, permitindo que tanto doadores quanto tomadores ajustem os termos conforme suas necessidades e expectativas financeiras.
E quais são as desvantagens e os riscos do aluguel de ações?
1) Limitação de Vendas
Durante o período em que as ações estão alugadas, o doador não pode vendê-las, mesmo que surjam oportunidades favoráveis no mercado. Assim, isso pode resultar em perda de chance de lucro caso o preço das ações suba significativamente enquanto estão emprestadas.
2) Perda do Direito de Voto
O doador das ações perde o direito de voto nas assembleias da empresa durante o período de aluguel. Portanto, isso significa que ele não poderá participar das decisões corporativas, o que pode ser uma desvantagem para investidores que desejam ter influência sobre a gestão da empresa.
3) Risco de Oscilações de Preço
Para o tomador, existe o risco de que as ações alugadas se desvalorizem durante o período de aluguel. Caso isso ocorra, ele pode enfrentar prejuízos significativos ao tentar recomprar as ações para devolvê-las ao doador.
4) Exigência de Garantias Adicionais
O tomador precisa apresentar garantias para alugar as ações, e essas garantias podem ser aumentadas ao longo do contrato se houver oscilações no mercado. Ou seja, isso pode gerar custos adicionais e complicações financeiras para quem está alugando as ações.
5) Risco de Inadimplência
Embora as corretoras exijam garantias, ainda existe o risco de inadimplência por parte do tomador. Se ele não conseguir devolver as ações conforme acordado, isso pode causar problemas financeiros tanto para ele quanto para o doador.
6) Impacto em Dividendos
Durante o período em que as ações estão alugadas, apenas o proprietário original (doador) recebe os dividendos e proventos. Em outras palavras, significa que o tomador não terá acesso a esses rendimentos, o que pode afetar sua rentabilidade total.
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Fontes: Btg pactual, Rico, Suno