Derivados financeiros: o que são e para que servem?

30 de setembro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os derivados financeiros são acordos financeiros estabelecidos entre duas partes, tendo um ativo como base. Sendo que os ativos que os derivados financeiros estão ligados podem ser os mais diversos, tais como ações, taxas de juros e índices.

Os derivados financeiros podem ser usados para diferentes fins como, por exemplo, para proteção. Além disso, esses ativos também são muito utilizados para especulação financeira.

No entanto, é preciso tomar cuidado ao realizar operações com derivados financeiros. Isso porque eles são mais arriscados do que alguns outros tipos de produtos e podem resultar em prejuízos.

O que são derivados financeiros?

Os derivados financeiros são ativos cujo valor depende ou deriva de outro tipo de ativo, ou grupo de ativos como, por exemplo, ações, commodities, títulos, taxas de juros, índices de mercado e moedas.

Já o derivativo em específico é um contrato que envolve duas partes e seu preço varia de acordo com o ativo utilizado como base. Esses derivativos podem ter diversas utilidades, como a proteção contra algum risco de mercado ou a alavancagem de posições.

Derivados financeiros: o que são e para que servem

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A origem dos derivativos é anterior aos mercados financeiros que conhecemos hoje. No começo eles eram contratos estabelecidos entre produtores e comerciantes de produtos agrícolas. Por exemplo, na Bolsa de Arroz de Dõjima, em Osaka, no Japão, já eram feitas negociações do mercado de arroz japonês, em 1697.

Onde são negociados os derivados financeiros?

Os derivados financeiros são negociados no mercado a prazo, onde o contrato é feito hoje, mas o pagamento ocorre em data futura. O oposto do mercado a prazo são os mercados a contato, onde os títulos negociados são liquidados imediatamente.

A negociação de derivados pode ocorrer nos mercados organizados ou fora da bolsa (Over The Counter – OTC). Em síntese, no regime OTC, também conhecido como mercado de balcão, os investidores compram diretamente com o corretor que exerce a função de contraparte.

Derivados financeiros: o que são e para que servem

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Vale destacar que apesar do OTC funcionar fora dos mercados regulados, ele conta com a fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Enfim, no caso dos derivados financeiros organizados, eles estão disponíveis para os investidores no geral e estão listados nas bolsas. Já os derivativos OTC são negociados diretamente entre as partes, já que eles não são listados nas bolsas.

Para que servem os derivados financeiros?

As utilidades dos derivados financeiros vai depender das necessidades de cada agente econômico. Dentre os principais usos estão:

1- Proteção: Alguns derivados financeiros são usados como proteção do fluxo de pagamentos ou do recebimento de uma companhia. Por exemplo, se uma empresa tiver dívidas em dólares, os swaps podem ser úteis para anular o risco da alta do dólar. Já um produtor de soja pode negociar uma opção de venda de soja para se livrar do risco de o preço da soja estar muito reduzido na hora da venda.

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2- Arbitragem: Outra utilidade dos derivados financeiros é para fazer a arbitragem dos preços de um ativo em diferentes mercados. Por exemplo, se as ações da Petrobras estiverem sendo negociadas com preços diferentes no Brasil e EUA, então é possível comprar alguns derivativos para travar o risco cambial e determinar a compra em um mercado e a venda em outro. 

3- Alavancagem e especulação: Por fim, os derivados financeiros podem ser utilizados ainda em operações de alavancagem e especulação. Por exemplo, se você acredita que uma ação vai subir muito em um ano, você pode comprar opções de compra futura da ação ao invés da ação em si, já que as opções são mais baratas.

Quais são os principais derivados financeiros?

Dentre os principais derivados financeiros temos:

1- Mercado a termo

No mercado a termo duas partes negociam a compra e venda de um ativo por determinado preço em uma data previamente estabelecida. Logo, na data estabelecida o termo é liquidado integralmente. Vamos supor que Joaquim possui 100 ações da Petrobras que custam R$ 20,00 cada.

Ele combina então um termo com Daniel e se compromete a fazer a venda do lote em um ano a R$ 25,00 cada. Para fazer essa operação, Daniel precisa fazer o depósito da margem, que geralmente fica entre 20% e 30% do valor da operação. Porém, o desembolso financeiro total da operação é feito somente no vencimento.

Sendo que o valor do termo normalmente é o valor atual da ação remunerada pela Selic até a data do termo. Além da margem, Daniel terá que arcar com outros custos, como taxa de corretagem, taxa de registro e taxa da bolsa.

Enfim, se no vencimento do termo a ação estiver com um valor maior do que o termo, Daniel terá lucros. Entretanto, se a ação estiver com valor abaixo, Daniel terá prejuízo.

Derivados financeiros: o que são e para que servem

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2- Opções

Nas operações de opções existe o direito de efetuar a operação por parte do tomador (quem compra) e uma obrigação do lançado (quem vende). Essas operações podem ser de compra ou de venda e a pessoa que compra a opção é quem vai escolher entre exercer ou não a opção.

Além disso, existem dois tipos de opções: americano e europeu. Em resumo, no tipo americano, é possível exercer a opção em qualquer momento até o vencimento. Em contrapartida, no tipo europeu a opção só pode ser exercida no prazo de vencimento. 

De maneira geral, as opções são ativos com alta volatilidade e baixo custo. Elas podem ser utilizadas por pessoas que possuem uma posição na carteira ou ainda a descoberto. Para as pessoas que possuem uma posição elas são úteis como proteção, já para as pessoas que operam a descoberto, as opções são especulativas.

3- Mercado futuro

O mercado futuro é parecido com o mercado a termo. Sendo assim, no mercado futuro duas partes acordam a compra e venda de um ativo, por determinado preço e em data estipulada. Contudo, o contrato passa por ajuste diário até a data de liquidação, segundo as variações do ativo. Esses ajustes podem resultar em lucros ou prejuízos diários para as partes.

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4- Swap

O Swap consiste na troca de fluxo de pagamentos entre dois ativos em um prazo previamente determinado.

Por exemplo, se uma empresa recebe em dólares e tem um contrato de locação reajustado pelo IPCA, ela pode fazer um contrato de dólar com IPCA com uma empresa que vende produtos no mercado local, ajustados pelo IPCA e que possui uma dívida em um banco internacional que será paga em dólares.

Neste caso, as duas empresas conseguem trocar os fluxos de pagamentos das obrigações e acabam com o risco cambial de uma empresa e o risco de inflação da outra.

Vantagens e desvantagens

A vantagem dos derivados financeiros é que eles podem resultar em grandes lucros. Sendo que existe a possibilidade de lucros rápidos. Outra vantagem é que eles podem ser usados como proteção contra perdas. 

Por outro lado, os derivados financeiros possuem a desvantagem de serem muito arriscados. Grande parte desse risco deriva do fato de que os seus valores variam de maneira constante. Dessa maneira, o investidor pode perder toda a aplicação e ficar no prejuízo devido a uma rápida desvalorização.

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Se a pessoa operar alavancado, o risco é ainda maior, já que ela realiza operações com mais dinheiro do que ela de fato possui. Por fim, existe ainda o risco relacionado com a falta de conhecimento dos investidores.

Ou seja, as pessoas que decidem realizar operações sem conhecer bem sobre o funcionamento, possuem riscos maiores de ter prejuízo. Se a sua intenção é construir um patrimônio sólido, o mais recomendado é o Investimento a longo prazo – Opções de aplicações e como investir

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