13 de janeiro de 2021 - por Sidemar Castro

Os fundos de desenvolvimento são uma modalidade de fundos de investimentos imobiliários. Porém, este tipo de fundo é focado na construção de imóveis para locação ou venda.
Como os fundos de desenvolvimento apostam em imóveis ainda na fase de construção, eles são mais arriscados do que outros tipos de fundos imobiliários. Assim, isso porque uma obra demora muitos meses para ficar pronta e, neste percurso, diversos imprevistos podem acontecer.
Apesar de serem mais arriscados, os fundos de desenvolvimento possuem o grande atrativo dos lucros. Ou seja, isso se explica porque, com a venda ou locação do imóvel pronto, os investidores podem ter retornos bem acima dos outros tipos de fundos imobiliários. Entenda!
O que são os fundos de desenvolvimento?
Fundos de desenvolvimento são recursos financeiros destinados a financiar projetos que promovem o crescimento econômico, social e ambiental de uma região ou setor. Eles podem ser criados por governos, organizações internacionais, empresas privadas ou outras entidades interessadas em fomentar o progresso.
Esses fundos são utilizados para apoiar iniciativas como construção de infraestrutura, educação, saúde, inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável. Além disso, são vitais para reduzir desigualdades e melhorar a qualidade de vida das comunidades beneficiadas.
Por exemplo, os governos costumam usar fundos de desenvolvimento para construir escolas, hospitais e estradas em áreas menos favorecidas. Já as empresas podem investir em inovação e pesquisa para aumentar a competitividade e gerar emprego.
Em resumo, os fundos de desenvolvimento desempenham um papel crucial ao impulsionar melhorias em várias áreas, sempre visando o bem-estar e o progresso de todos.
Como os FIIs de desenvolvimento funcionam
O funcionamento de um FIIs de desenvolvimento é similar aos demais fundos imobiliários. Portanto, assim como os outros, o capital do fundo é dividido em cotas e os investidores são os cotistas. Os valores aplicados pelos cotistas compõem o patrimônio do fundo, que é aplicado pelo gestor.
O gestor é o profissional responsável por realizar todas as aplicações do fundo, e os cotistas não possuem poder de escolha em relação a isso. Sendo assim, nos fundos de desenvolvimento, o gestor escolhe os projetos de imóveis quando eles ainda estão em fase de construção.
Os lucros dos FIIs de desenvolvimento são derivados da venda dos imóveis prontos, ou da alocação dos imóveis depois de construídos.
Como uma obra demora muitos meses para ficar pronta, o investimento em fundos de desenvolvimento é considerado como uma aplicação de longo prazo. Além disso, como os lucros dependem da construção e venda/alocação, este tipo de fundo imobiliário possui um risco maior.
Quais são as características dos fundos de desenvolvimento?
Os fundos de desenvolvimento têm características específicas que os diferenciam de outros tipos de investimentos. Eles são usados para financiar projetos de infraestrutura, inovação ou crescimento econômico. Aqui estão as principais características desses fundos:
1) Foco em crescimento: O objetivo principal é impulsionar setores estratégicos, como tecnologia, energia ou construção.
2) Longo prazo: Os retornos costumam ser planejados para prazos mais extensos, já que o desenvolvimento leva tempo.
3) Risco e retorno variáveis: Como investem em projetos em fase inicial ou em expansão, podem ter um risco maior, mas também um potencial de valorização elevado.
4) Participação pública ou privada: Podem ser geridos por governos, empresas privadas ou parcerias entre ambos.
5) Recursos direcionados: O dinheiro captado tem um destino específico, como infraestrutura, inovação ou inclusão social.
6) Impacto econômico e social: Além do retorno financeiro, esses fundos buscam gerar benefícios para a sociedade, como criação de empregos e melhoria na qualidade de vida.
Com essas características, os fundos de desenvolvimento se tornam uma ferramenta essencial para impulsionar o progresso de diferentes setores.
Quais são os tipos de fundos de desenvolvimento?
Os fundos de desenvolvimento são uma categoria especial dentro dos investimentos imobiliários, focando na construção e valorização de novos projetos. Existem duas principais estratégias adotadas por esses fundos:
1) Fundos para Fins de Renda
Esses fundos se concentram em projetar e construir imóveis com o objetivo principal de gerar renda passiva através do aluguel ou venda futura.
O foco está em garantir que os imóveis sejam bem equipados para atrair inquilinos ou compradores, maximizando assim a rentabilidade dos investidores. A distribuição dos rendimentos é feita periodicamente aos cotistas.
2) Fundos para Venda
Nessa estratégia, o objetivo é adquirir terrenos ou propriedades em andamento e transformá-los em imóveis prontos para serem vendidos assim que concluídos.
O foco está na valorização das propriedades ao longo do tempo, buscando vender quando o mercado estiver favorável. Assim, isso pode resultar em lucros significativos para os investidores, mas também envolve riscos até a conclusão das obras.
Em resumo, ambos os tipos buscam agregar valor aos ativos imobiliários, mas diferem no momento da realização dos lucros: um busca renda contínua via aluguel ou venda futura; outro visa maximizar ganhos com a venda após a conclusão da obra.
Como é a tributação dos fundos de desenvolvimento?
A tributação dos fundos de desenvolvimento funciona da seguinte forma:
Primeiramente, os fundos de desenvolvimento, como os Fundos de Investimento em Participações (FIPs), têm como objetivo investir em empresas em desenvolvimento. Assim, a tributação desses fundos pode variar dependendo do tipo de fundo e dos ativos em que investem.
Além disso, a tributação dos fundos de desenvolvimento geralmente se aplica no momento do resgate das cotas ou da distribuição de rendimentos. Nesse sentido, a alíquota do Imposto de Renda (IR) pode variar de 15% a 22,5%, dependendo do prazo de investimento e do tipo de fundo.
Ademais, os rendimentos dos fundos de desenvolvimento podem ser tributados tanto na fonte quanto na declaração anual do Imposto de Renda. Desse modo, é importante verificar as regras específicas de cada fundo e os prazos de investimento para entender como a tributação se aplica.
Por fim, é importante ressaltar que a legislação tributária está sujeita a mudanças. Portanto, é fundamental consultar um profissional especializado ou a Receita Federal para obter informações atualizadas sobre a tributação dos fundos de desenvolvimento.
Quais são as vantagens dos fundos de desenvolvimento?
Os fundos de desenvolvimento oferecem várias vantagens para os investidores que estão dispostos a aceitar riscos. Aqui estão algumas das principais vantagens:
1) Renda Mínima Garantida (RMG)
A RMG é uma das principais vantagens dos fundos de desenvolvimento, pois oferece aos cotistas uma fonte regular de renda enquanto a obra está em andamento. Desse modo, isso ajuda a compensar o tempo necessário para que o projeto seja concluído e comece a gerar lucros reais.
2) Potencial de Retorno Elevado
Como esses fundos investem em projetos imobiliários ainda em construção ou no início do desenvolvimento, há um grande potencial para altas rentabilidades ao longo do tempo. O preço inicialmente mais baixo pode resultar em ganhos significativos quando comparado ao valor final da propriedade.
3) Diversificação do Portfólio
Os fundos de desenvolvimento permitem aos investidores diversificar seus portfólios com ativos imobiliários que não estão disponíveis nos tradicionais FIIs focados em imóveis prontos ou títulos lastreados em imóveis. Sendo assim, isso ajuda na gestão do risco e na maximização dos retornos.
4) Participação no Crescimento do Mercado Imobiliário
Ao investir nas fases iniciais dos projetos, os cotistas podem se beneficiar diretamente da valorização desses imóveis ao longo do tempo, participando ativamente do crescimento e dinamismo do mercado imobiliário.
5) Dividendos
Após a conclusão das obras, os dividendos são distribuídos aos cotistas com base na renda gerada pelo aluguel ou venda das propriedades adquiridas pelo fundo. Essa distribuição proporciona um fluxo adicional de receita.
6) Profissionalização da Gestão
Os gestores desses fundos são profissionais experientes no setor imobiliário, o que garante uma gestão eficiente e estratégica dos recursos investidos. Assim, isso aumenta as chances de sucesso nos projetos escolhidos.
7) Flexibilidade Pós-Construção
Após a conclusão da obra, os gestores têm flexibilidade para decidir se mantêm o ativo como parte do portfólio ou optam por vendê-lo rapidamente caso surja uma boa oportunidade no mercado.
E quais são os riscos dos fundos de desenvolvimento?
Os fundos de desenvolvimento, embora ofereçam potenciais altas rentabilidades, também apresentam vários riscos significativos que os investidores devem considerar. Aqui estão alguns dos principais riscos associados a esses investimentos:
1) Risco de Execução
Este é um dos principais riscos associados aos fundos de desenvolvimento. A construção pode enfrentar atrasos e problemas imprevistos, como estouro do orçamento ou dificuldades em obter licenças necessárias.
Esses imprevistos podem reduzir os lucros esperados e afetar negativamente o cronograma do projeto.
2) Ciclo Imobiliário e Econômico
O sucesso desses fundos depende fortemente das condições do mercado imobiliário e da economia geral. Mesmo se o projeto for concluído com sucesso, as condições econômicas adversas podem afetar a demanda por propriedades ou aluguéis, impactando diretamente a rentabilidade.
3) Volatilidade Elevada
Os fundos de desenvolvimento são mais voláteis do que outros tipos de investimentos imobiliários porque estão sujeitos às flutuações do mercado imobiliário e às crises econômicas gerais. Assim, isso significa que o valor dos ativos pode oscilar significativamente ao longo do tempo.
4) Risco de Inadimplência
Existe o risco de que o projeto não seja concluído conforme planejado ou não atinja a demanda esperada, resultando em perda potencial para os cotistas. Além disso, problemas legais ou ambientais podem interromper ou encarecer ainda mais o processo.
5) Liquidez Inferior
Em comparação com outros tipos de FIIs (Fundos Imobiliários), os fundos de desenvolvimento geralmente têm menor liquidez porque suas cotas são menos facilmente negociáveis no curto prazo. Ou seja, isso pode dificultar a venda rápida das cotas caso haja necessidade urgente.
6) Risco Jurídico e Ambiental
Problemas jurídicos relacionados à propriedade ou questões ambientais podem surgir durante a construção, aumentando custo e tempo necessário para concluir as obras. Portanto, decisões judiciais desfavoráveis também podem impactar negativamente esses projetos.
7) Aumento no Custo da Construção
Mudanças nos custos materiais ou mão-de-obra durante a obra podem aumentar significativamente os gastos previstos inicialmente, reduzindo assim os lucros finais disponíveis para distribuição entre os investidores.
Esses riscos destacam por que é crucial uma análise cuidadosa antes da decisão final sobre investir nesse tipo específico de FII (Fundo Imobiliário).
Devo investir em fundos de desenvolvimento?
Antes de investir em fundos de desenvolvimento, vale a pena considerar os prós e contras. Apesar deste tipo de fundo imobiliário ser mais arriscado do que os demais, a perspectiva de retorno é um grande atrativo. Portanto, é importante considerar o seu perfil de investidor.
Para os investidores conservadores, talvez este ativo não seja o mais vantajoso, já que é arriscado. Por outro lado, para os arrojados, pode ser uma boa opção para a diversificação de investimentos. Por fim, é importante considerar também os seus objetivos com o investimento. Afinal de contas, estamos falando de um investimento a longo prazo.
- Leia mais: E aí, curtiu conhecer os fundos de desenvolvimento? Então aproveite para conhecer todos os Tipos de fundos de investimento – Quais são e como funcionam.
Fontes: Bora Investir, Suno, FIIS, Empiricus, Finclass