Fundos de papel: o que são, como funcionam e quais são eles?

Os fundos de papel, são um tipo de fundos de investimento imobiliário com a rentabilidade derivada de investimentos em renda fixa. Leia.

15 de janeiro de 2021 - por Sidemar Castro


Os fundos de papel são um tipo de fundo de investimento focados em aplicações de renda fixa no setor imobiliário. Dessa maneira, os fundos de papel possuem sua rentabilidade derivada de ativos como LCIs e CRIs.

Por realizarem investimentos em ativos de renda fixa, os fundos de papel são considerados menos arriscados. Portanto, são uma boa opção para as pessoas que possuem um perfil mais conservador.

Além disso, os fundos de papel, assim como os demais tipos de fundos de investimentos, são uma boa opção para a diversificação da carteira de investimentos. Entenda.

O que são fundos de papel?

Os fundos de papel, também conhecidos como Fundos Imobiliários de Recebíveis ou simplesmente Fundos de Recebíveis, são um tipo de fundos de investimento imobiliário. Eles recebem este nome, porque a maior parte da sua rentabilidade deriva de papéis de renda fixa, focados no setor imobiliário.

Por investirem em ativos de renda fixa, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), os fundos de papel possuem a fama de gerar retorno de maneira segura. No entanto, também fazem parte dos fundos de papel o investimento em Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRI), que, apesar de serem renda fixa, possuem algumas características que o tornam mais arriscado.

Como funcionam os fundos de papel?

Os fundos de papel funcionam de maneira similar aos demais tipos de fundos imobiliários. Os investidores são chamados de cotistas, e o gestor é o responsável por realizar as aplicações.

Desse modo, os cotistas possuem a vantagem de contar com um profissional para realizar os investimentos. Porém, eles não possuem nenhum poder de escolha sobre os ativos que serão adquiridos.

Entretanto, diferente de outros tipos de fundos imobiliários, os fundos de recebíveis são focados no investimento indireto do setor imobiliário. Isso porque eles investem em papéis de renda fixa, emitidos por bancos ou empresas.

Posteriormente, os bancos ou empresas fazem o direcionamento dos recursos para o setor imobiliário. Portanto, a rentabilidade desse tipo de fundo deriva dos papéis que o investidor tiver adquirido.

Quais são os principais tipos de fundos de papel?

1) Fundos de Recebíveis Imobiliários (FII-RI)

Esses fundos investem em títulos de crédito imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Hipotecárias (LHs).

O objetivo é proporcionar aos investidores renda através dos recebíveis gerados por financiamentos e transações imobiliárias. Eles oferecem uma forma acessível de participar do mercado imobiliário sem a necessidade de adquirir imóveis físicos.

2) Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)

Os CRIs são títulos emitidos por empresas securitizadoras que representam frações de créditos imobiliários, lastreados em contratos como aluguéis e vendas de imóveis.

Os investidores que compram CRIs recebem rentabilidade através dos pagamentos de juros oriundos desses recebíveis. Esse tipo de título é uma maneira eficiente de gerar renda passiva.

3) Letras de Crédito Imobiliário (LCI)

As LCIs são emitidas por instituições financeiras para financiar o setor imobiliário e são garantidas por créditos hipotecários. Elas oferecem segurança adicional aos investidores, pois são cobertas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Além disso, os rendimentos das LCIs geralmente são isentos de Imposto de Renda, tornando-as uma opção atrativa para quem busca segurança e rendimento.

4) Letras Hipotecárias (LH)

As LHs também são emitidas por instituições financeiras e têm como objetivo captar recursos para financiar projetos imobiliários.

Esses títulos são lastreados em créditos hipotecários, o que proporciona um nível adicional de segurança aos investidores. Assim como as LCIs, as LHs oferecem juros predeterminados ao longo do prazo do título e também contam com a proteção do FGC.

Esses tipos de fundos permitem que os investidores acessem o mercado imobiliário de maneira diversificada e com menor risco associado à compra direta de imóveis.

Quais são as vantagens dos fundos de papel?

1) Rendimentos mais previsíveis

Os fundos de papel, que investem principalmente em títulos de renda fixa atrelados ao mercado imobiliário, costumam oferecer rendimentos mais estáveis. Isso acontece porque a maior parte da receita vem de juros e correção monetária de CRIs e LCIs, tornando os pagamentos previsíveis.

2) Proteção contra a inflação

Muitos desses fundos investem em ativos indexados ao IPCA ou ao IGP-M. Assim, quando a inflação sobe, os rendimentos também aumentam, protegendo o investidor contra a perda do poder de compra.

3) Menor volatilidade em relação aos fundos de tijolo

Como o desempenho dos fundos de papel depende dos pagamentos de juros e não da valorização de imóveis, eles tendem a sofrer menos oscilações no mercado. Isso traz mais segurança para quem busca investimentos menos voláteis.

4) Boa alternativa em cenários de juros altos

Em períodos de alta na taxa Selic, os fundos de papel costumam se beneficiar, pois muitos dos seus ativos são atrelados ao CDI. Com isso, os rendimentos aumentam junto com a taxa de juros.

5) Isenção de imposto de renda sobre os dividendos

Assim como outros fundos imobiliários, os fundos de papel oferecem rendimentos isentos de imposto de renda para pessoas físicas, desde que atendam a algumas regras. Isso pode aumentar significativamente a rentabilidade líquida do investimento.

6) Diversificação dentro do setor imobiliário

Investir em fundos de papel permite exposição ao mercado imobiliário sem precisar adquirir imóveis físicos. Além disso, muitos desses fundos investem em diferentes tipos de ativos e setores, reduzindo o risco da carteira.

7) Liquidez maior do que imóveis físicos

Diferente de um imóvel, que pode demorar meses para ser vendido, as cotas dos fundos de papel podem ser negociadas na Bolsa de Valores com facilidade. Isso dá ao investidor mais flexibilidade para entrar e sair do investimento quando necessário.

Com essas vantagens, os fundos de papel se tornam uma opção atrativa para quem busca rendimentos previsíveis e proteção contra a inflação, sem abrir mão da liquidez e da diversificação.

E quais são os riscos dos fundos de papel?

1) Risco de crédito (inadimplência)

Como esses fundos investem em títulos de dívida, existe o risco de que os emissores (como empresas e incorporadoras) não consigam pagar os juros ou o valor principal dos CRIs e LCIs. Desse modo, isso pode afetar os rendimentos do fundo e até gerar perdas para os cotistas.

2) Risco de liquidez

Apesar de terem mais liquidez do que imóveis físicos, os fundos de papel podem sofrer momentos de baixa negociação na Bolsa. Isso significa que, em certas situações, vender as cotas rapidamente pode ser mais difícil ou exigir um desconto no preço.

3) Oscilação no valor das cotas

Mesmo que os rendimentos sejam mais previsíveis, o preço das cotas no mercado pode variar devido a fatores como mudanças nos juros, risco de crédito e até o humor dos investidores. Isso pode impactar quem precisa vender as cotas em um momento de baixa.

4) Impacto das taxas de juros

A valorização dos ativos de um fundo de papel pode ser diretamente influenciada pelas taxas de juros. Se a Selic sobe, os títulos já existentes com taxas prefixadas podem perder valor de mercado, reduzindo o patrimônio do fundo.

5) Risco de pré-pagamento

Em alguns casos, os emissores dos CRIs podem antecipar os pagamentos, reduzindo o fluxo de rendimentos futuros do fundo. Isso pode impactar a previsibilidade dos ganhos para os cotistas.

6) Concentração em poucos emissores

Alguns fundos de papel têm grande parte do seu portfólio alocado em poucos emissores. Se um deles enfrentar dificuldades financeiras, o impacto no fundo pode ser significativo.

7) Risco regulatório e tributário

Mudanças na legislação ou na tributação dos fundos imobiliários podem afetar sua rentabilidade. Por exemplo, uma possível taxação dos dividendos, que atualmente são isentos para pessoas físicas, poderia reduzir o retorno líquido do investimento.

8) Inflação abaixo do esperado

Como muitos ativos dos fundos de papel são indexados à inflação, uma queda nos índices como IPCA ou IGP-M pode levar a rendimentos menores do que o esperado. Isso pode impactar a atratividade do investimento em determinados momentos.

Apesar desses riscos, uma boa diversificação e a escolha de fundos com gestão qualificada podem minimizar as chances de grandes perdas, tornando os fundos de papel uma opção interessante dentro de uma carteira equilibrada.

Como investir em fundos de papel?

Investir em fundos de papel é uma ótima opção para diversificar sua carteira de investimentos. Esses fundos são compostos, principalmente, por títulos de renda fixa, como debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Para investir, siga os passos abaixo:

1) Entenda o que são fundos de papel
Fundos de papel são formados por títulos de dívida emitidos por empresas ou instituições financeiras. Eles são chamados assim porque, na prática, são investimentos em “papéis” ou documentos financeiros.

2) Defina seus objetivos financeiros

Antes de investir, é importante saber quais são seus objetivos, seja para curto, médio ou longo prazo. POrtantoFundos de papel são indicados para quem busca rendimentos consistentes e está disposto a assumir um nível de risco moderado.

3) Pesquise os fundos disponíveis

Há várias opções no mercado, cada uma com suas características e estratégias. Compare taxas de administração, histórico de rentabilidade e a composição da carteira para escolher o fundo que melhor se adapta às suas necessidades.

4) Consulte um especialista

Converse com um assessor financeiro para entender melhor as opções e tirar todas as suas dúvidas. Eles podem ajudá-lo a tomar uma decisão informada e adequada ao seu perfil de investidor.

5) Acompanhe o desempenho do fundo

Depois de investir, monitore regularmente o desempenho do fundo para garantir que ele esteja alinhado com seus objetivos. Se necessário, faça ajustes na sua carteira de investimentos.

Investir em fundos de papel pode ser uma forma inteligente de aumentar seus rendimentos e proteger seu capital. Lembre-se de sempre buscar informações e contar com a ajuda de profissionais para tomar decisões seguras e assertivas.

Fontes: FiisToro, Finclass, PagSeguro, Exame, Infomoney

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