18 de julho de 2021 - por Bárbara Ackerman
Primeiramente, os investimentos em renda variável estão mais associados à Bolsa de Valores, onde são negociadas as ações de empresas. Porém, esse não é o único produto que faz parte dessa categoria.
A chamada renda variável é um investimento que não é possível definir o quanto de dinheiro vai render em um determinado período. Por isso, são consideradas aplicações de risco. Apesar disso, o rendimento pode ser bem maior em um menor período de tempo.
O próprio conceito de investimento propõe que o dinheiro vai ser multiplicado ao deixar de ficar parado na conta-corrente e começar a sua movimentação no mercado financeiro. Nesse sentido, é uma ótima opção aplicar essa ideia sabendo o conceito de renda variável, que possui maiores riscos, porém, com maior possibilidade de lucro.
Está aí a importância de conhecer não apenas seu perfil de investidor, nesse caso é mais recomendado o perfil moderado e arrojado por conta das variações. Como também as aplicações que você irá fazer, estudando seu histórico e nível de risco.
Categorias de renda variável
A renda variável pode englobar diversas categorias de ativos, que definem o tipo de renda variável a ser aplicada. Aqui serão citados os tipos mais conhecidos e suas características.
Ações
A ação é um papel que representa uma pequena parte de uma empresa que ofereceu sociedade com investidores. Dessa forma, quem adquire a ação de uma empresa se torna sócio dela.
Assim, essa ação é negociada na Bolsa de Valores, e seu valor pode subir ou cair dependendo do interesse dos investidores nela. As ações são os ativos mais conhecidos, consequentemente, também são o investimento mais conhecido de renda variável.
Nesse sentido, pode-se afirmar que, caso tenha muitos investidores querendo comprar uma determinada ação, o preço irá subir, e se tem muitos investidores querendo vender essa ação, o preço vai cair. Assim, as ações são emitidas por empresas que tem o capital aberto e desejam captar recursos para desenvolver projetos que foquem em seu crescimento e expansão.
Então, os papéis são negociados em uma plataforma da Bolsa, um conjunto de sociedades e empresas que forma, organiza e regula o mercado e onde as ações emitidas podem ser negociadas.
Esse tipo de ativo é considerado renda variável, pois o pagamento de dividendos a quem investir está diretamente condicionado ao desempenho financeiro das empresas. Logo, como a oscilação dos preços é constante, o investimento em ações deve ser visto como de longo prazo.
Fundos de Investimento em renda variável
Também existe a possibilidade de aplicar em diferentes fundos que possuem portfólio majoritariamente de renda variável. Por Exemplo:
- Fundos de Ações: aplicam principalmente em ações e o valor das cotas pode subir ou cair de acordo com tais ativos.
- Fundos Multimercados: investem em ações e outros ativos que possuem renda variável.
- FIIs: também conhecidos como Fundo Imobiliários, que investem em ativos do setor imobiliário, sejam imóveis físicos ou títulos de crédito imobiliário, ou fundos de tijolo e fundos de papel. O investidor tem o direito de receber parte da renda obtida com tais ativos.
- ETFs: fundos de investimento que acompanham um índice financeiro. Dessa forma, o índice pode ser um indicador de mercado, como a Ibovespa, por exemplo, ou um indicador setorial, como ETFs de criptomoedas.
Ouro
Todo o metal que é negociado por meio de contratos na Bolsa de Valores, ou até mesmo o ativo físico, tem a sua cotação variável. Ou seja, pode valorizar ou desvalorizar conforme as condições impostas no mercado.
Então, o investimento em ouro funciona de maneira diferente de outros investimentos de renda variável. Afinal, investir em ouro é uma decisão ousada, geralmente feita por investidores de modo a proteger seu dinheiro em períodos de grave crise inflacionária.
Por razão de ser um bem precioso, e por ser escasso, o ouro não sofre essa pressão inflacionária, diferente de qualquer papel-moeda. Pelo motivo do Banco Central do país conseguir emitir mais notas e assim impulsionar a inflação. Logo, o ouro é uma segurança dentro do mercado de renda variável.
Câmbio
O investimento em câmbio é em moedas, como dólar ou euro. Assim, fundos de investimento que aplicam em câmbio também são considerados investimentos de renda variável.
Dessa forma, o câmbio acaba sendo uma renda variável por apostar na variação de determinada moeda. Então, os riscos são grandes pela volatilidade que a moeda desempenha, como o dólar frente ao real, por exemplo.
Enfim, as moedas costumam ter um nível de oscilação bem superior ao das ações negociadas na Bolsa de Valores.
Derivados
Derivados são os contratos negociados na Bolsa. Logo, o valor deste contrato depende de um outro ativo, físico ou financeiro. Então, são considerados os ativos mais complexos de renda variável.
Como o próprio nome sugere, eles derivam de acordo com outros ativos. Além disso, existem derivados que podem derivar de outro derivado. Apesar de ser um pouco confuso, a ideia central é que o derivado depende de outro ativo para operar no mercado financeiro.
Como, por exemplo, uma das operações de derivados é o investimento em ativos naturais, como o petróleo. Nesse caso, pensando que o mercado futuro de petróleo é uma modalidade de derivado, o preço atual do petróleo acaba sendo o ativo de referência para o então mercado futuro do petróleo.
Dessa forma, o investidor que aplica e prevê um valor que o petróleo pode alcançar futuramente baseado no preço atual.Então, o investidor perde com a variação negativa e ganha com a positiva.
Além disso, ele também serve como proteção. Como no exemplo do petróleo, caso esse produto esteja desvalorizando no mercado à vista atual, o investidor pode aplicar em seu derivado no mercado futuro a fim de compensar essa perda.
Vantagens da Renda Variável
Em suma, investir nesse tipo de renda é uma forma de potencializar seus lucros. Nesse sentido, é importante ficar atento. Afinal, os ganhos podem ser altíssimos em um curto período de tempo, tanto quando as perdas podem ser irreparáveis.
Logo, esse é o risco, os lucros. Porém, o mercado brasileiro vem apresentando melhorias e hoje em dia é possível para um investidor que não está acostumado com a Bolsa poder se aventurar nessas aplicações.
Além disso, a renda variável traz consigo a vantagem de poder ser investidor das maiores empresas. Dessa forma, a questão é entender qual o momento certo para comprar as ações e analisar cuidadosamente o período em que a empresa vive para saber se é viável ou não investir nela.
Ou seja, existe uma grande vantagem em investir nesse tipo de renda, pois os retornos podem ser mais elevados que a renda fixa em um menor período de tempo. Porém, a renda variável também funciona muito bem como investimento de longo prazo.
Por exemplo, os fundos de investimento em ações ou multimercados oferecem a oportunidade dos efeitos dos juros compostos. Além da variedade de ativos à disposição.
Desvantagens da renda variável
Uma das grandes desvantagens é justamente a dificuldade em prever quando e quanto investir, além de qual empresa apostar. Afinal, as oscilações acompanham, por exemplo, momentos políticos e econômicos do país.
Apesar de não ser necessariamente uma regra a necessidade de conhecer a fundo o mercado, sua complexidade pode exigir isso em certos casos. Alguns outros fatores que podem influenciar diretamente as rendas variáveis são:
- A própria empresa: como seu desempenho, se está vendendo mais ou menos, se possui novos produtos ou serviços;
- Economia nacional: se a economia vai bem, os ativos dessa economia vão se valorizar. Assim, em uma crise econômica irão derrubar o valor de tais ativos;
- Momento político nacional: diretamente relacionado com a economia, um momento positivo e negativo também geram alterações nos valores do mercado;
- Taxa de Juros: assim como juros baixos reduzem os custos das empresas e estimulam seu consumo, os juros altos aumentam. Logo, isso pode favorecer ou desfavorecer os investimentos em renda variável;
- Inflação: o aumento no controle dos preços, sem dúvida, atrapalha a economia e afeta o desempenho das empresas e de outros ativos negociados como investimento em renda variável, por exemplo.
- Câmbio: a alta e a baixa da moeda afetam diretamente o desempenho das empresas de diversas formas, além das ações, contratos de câmbio e ouro.
- Expectativas do mercado: um ativo pode valer mais ou menos pela expectativa dos investidores sobre ele, que costuma se antecipar a determinado fato antes mesmo que ele aconteça.
Taxas para investir em renda variável
Primeiramente, para que o investidor aplique seus recursos em ativos negociados na bolsa ou no mercado balcão, ele precisa pagar os tributos e taxas a seguir:
- Corretagem: essa taxa é a cobrança feita pela corretora para a negociação das ações. Pode ser um valor fixo ou um percentual sobre o valor da transação, por exemplo. Desse modo, o valor varia de acordo com a corretora. Além de que algumas não cobram taxas.
- Taxa de Custódia: essa é a taxa cobrada pela corretora ou instituição para a manutenção das ações e títulos. Além disso, também é possível encontrar instituições financeiras que também não cobram essa taxa de custódia.
- Imposto de Renda: quem investe em ações precisa pagar o IR com alíquota de 15% caso realize vendas acima de R$ 20 mil no mês e obter ganho de capital, que vai ser a base da cobrança. Porém, caso as vendas fiquem abaixo desse patamar ou causarem prejuízo ele vai estar isento de Imposto de Renda.
- Emolumentos: é a taxa de negociação e a taxa de liquidação. A B3 cobra algumas taxas específicas para negociação de ações, ETFs, BDRs e Fundos de Investimento em Ações. Logo, esse são os chamados emolumentos. Ou seja, os ganhos da B3 com transações no mercado. Assim, são cobradas duas taxas, a de negociação e de liquidação.
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Fontes: Economia Uol; Genial Invetimentos e Invest Exame.
Imagens: Vangardi; W1 Consultoria; Forbes; Investment U; Value Research; B2B Brazil; The Crypto Currency Post; Admiral Market; Riconnect e BTG Pactual online.