10 formas de como investir em dólar

20 de outubro de 2020, por Sidemar Castro

Tempo de leitura médio: 14 min, 39 seg


Saber como investir em dólar é essencial para quem deseja diversificar a carteira no exterior. Existem várias formas de fazer isso como, por exemplo, por meio de ações, de fundos internacionais e BDRs.

Investir no exterior é essencial para obter uma boa diversificação para a carteira e se proteger contra as oscilações do real e das crises do mercado nacional. Apesar de ser muito vantajoso, investir em dólar tem alguns riscos, por isso, é preciso levar em conta seu perfil de investidor ao escolher entre as opções disponíveis.

Pensando nisso, neste texto iremos listar várias possibilidades existentes para investir no exterior, que contam com diferentes graus de risco. Avalie as opções e escolha a que melhor se encaixa no seu perfil. Boa leitura!

10 formas de como investir em dólar

1. Fundos cambiais

Os fundos cambiais são uma forma simples de investir em dólar. A grande vantagem é que não possui toda a burocracia da opção de investir através de uma corretora no exterior. Tudo o que o investidor precisa fazer é comprar cotas dos fundos.

Os fundos de investimentos funcionam como uma reunião de pessoas com o objetivo de investir juntos em algo. Essas pessoas são chamadas de cotistas e não possuem poder de decisão. 

Quem decide onde o dinheiro será aplicado, com base nas diretrizes preestabelecidas do fundo, é o gestor. Em outras palavras, o gestor é um profissional responsável por analisar o mercado e fazer os melhores investimentos. 

Porém, esse tipo de investimento tem o custo da taxa de administração. A porcentagem dessa taxa varia dependendo do fundo, mas a maioria dos fundos que acompanham o dólar, praticam a taxa de 1%, ao ano.

Aqui está um passo a passo básico para investir em fundos cambiais:

  1. Escolha um fundo cambial: Existem vários fundos cambiais disponíveis no mercado. Cada um tem suas próprias características, como taxas de administração, desempenho passado e estratégia de investimento. Faça uma pesquisa cuidadosa para escolher o fundo que melhor se adapta às suas necessidades.
  2. Abra uma conta em uma corretora de valores: Para investir em fundos cambiais, você precisará abrir uma conta em uma corretora de valores. A corretora irá fornecer a plataforma para você comprar e vender cotas do fundo.
  3. Compre cotas do fundo: Depois de abrir sua conta, você pode comprar cotas do fundo cambial de sua escolha. O valor de cada cota varia de acordo com o desempenho do fundo e a cotação da moeda estrangeira.
  4. Acompanhe o desempenho do fundo: Depois de comprar as cotas, é importante acompanhar o desempenho do fundo. Isso pode ser feito através da plataforma da corretora.
  5. Venda as cotas quando achar conveniente: Quando você decidir que é hora de vender, você pode vender suas cotas através da plataforma da corretora.

No entanto, investir em fundos cambiais envolve riscos, incluindo o risco de perda de capital. Portanto, é sempre aconselhável buscar aconselhamento financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento.

2. ETFs

Os ETFs – Exchange Traded Fund são mais uma forma de como investir em dólar. Em síntese, os ETFs acompanham algum índice econômico. Eles podem acompanhar índices diversos, entre eles, índices internacionais como o S&P500.

Investir em dólar através de ETFs é uma estratégia que muitos investidores utilizam para diversificar seus investimentos e proteger-se contra a desvalorização da moeda local. Os ETFs são fundos de índice que replicam o desempenho de um determinado índice de referência. No caso dos ETFs cambiais, esse índice de referência está relacionado ao desempenho do dólar.

Para começar a investir em dólar através de ETFs, o primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora de valores. A corretora irá fornecer a plataforma para você comprar e vender cotas do ETF. Depois de abrir sua conta, você pode comprar cotas do ETF cambial de sua escolha. O valor de cada cota varia de acordo com o desempenho do ETF e a cotação do dólar.

Existem vários ETFs cambiais disponíveis no mercado. Cada um tem suas próprias características, como taxas de administração, desempenho passado e estratégia de investimento. Portanto, é importante fazer uma pesquisa cuidadosa para escolher o ETF que melhor se adapta às suas necessidades.

Depois de comprar as cotas, é importante acompanhar o desempenho do ETF. Isso pode ser feito através da plataforma da corretora. Quando você decidir que é hora de vender, você pode vender suas cotas através da plataforma da corretora.

3. Compra de papel-moeda

A compra de papel-moeda, também conhecida como moeda em espécie, é uma forma comum de investir em dólar ou outra moeda estrangeira. Esse tipo de investimento é geralmente utilizado por pessoas que estão planejando uma viagem internacional e precisam de dinheiro na moeda do país de destino.

Existem várias maneiras de comprar papel-moeda. Uma delas é através de instituições financeiras, como bancos e corretoras de câmbio. Essas instituições vendem moeda estrangeira em espécie para seus clientes, geralmente com uma taxa de câmbio um pouco mais alta do que a taxa de mercado.

Outra maneira de comprar papel-moeda é através de plataformas online, como o PicPay e o Mercado Livre. Essas plataformas permitem que você compre moeda estrangeira em espécie e a receba em casa.

No entanto, é importante lembrar que a compra de papel-moeda envolve certos riscos, como a flutuação da taxa de câmbio e a possibilidade de perda ou roubo do dinheiro. Portanto, é sempre aconselhável buscar aconselhamento financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento.

4. BDRs

Os Brazilian Depositary Receipts, conhecidos popularmente como BDRs, são certificados que representam ações emitidas por empresas estrangeiras, mas que são negociados aqui, no pregão da B3. É como se fossem valores mobiliários lastreados em papéis de companhias estrangeiras e, desde setembro de 2020, também brasileiras.

Quem adquire um BDR, portanto, não compra diretamente as ações da empresa no exterior. Em vez disso, investe em títulos representativos desses papéis. Essas ações existem de fato lá fora, e precisam ficar depositadas e bloqueadas em uma instituição financeira que atua como custodiante – ou seja, que faz a guarda delas.

Já quem assegura o funcionamento de todo esse sistema é também uma instituição financeira, chamada de depositária, que é a responsável por emitir os BDRs no Brasil. Na prática, para que um BDR seja negociado na B3, primeiro é preciso que a instituição depositária compre as ações da empresa no exterior. Esses papéis devem ser mantidos depositados em uma conta em uma instituição custodiante.

O passo seguinte da instituição depositária é registrar um programa de distribuição de BDRs junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Então, poderá emitir os recibos localmente, sempre atentando para que não aconteça um descasamento entre o número de ações mantidas no exterior e o dos BDRs negociados por aqui.

Também é papel da instituição depositária cumprir as exigências específicas regulatórias relacionadas à emissão dos BDRs e divulgar as informações exigidas pela CVM sobre a empresa. Em junho de 2020, havia cerca de 550 BDRs disponíveis para negociação na B3. Algumas empresas emissoras são Apple (AAPL34), Amazon (AMZO34), Netflix (NFLX34), entre outras.

5. Ações

Outra opção de investimento, são as empresas brasileiras com receita dolarizada. Essas companhias possuem receitas e custos atrelados ao dólar, pois vendem muitos produtos no exterior ou negociam commodities. Exemplos desse tipo de empresas é a Weg (WEGE3) e a Suzano (SUZB3).

A vantagem de investir nas ações desse tipo de empresa é que você consegue se expor ao dólar investindo na bolsa brasileira. No entanto, ao fazer isso você está se expondo ao risco da variação cambial e ao risco da empresa em si. Por isso, é essencial fazer uma boa diversificação na carteira, para reduzir os riscos.

Ações são uma fração do capital social de uma empresa. Quando você compra ações de uma empresa, você se torna um acionista, o que significa que você possui uma parte dessa empresa. Como acionista, você tem o direito de participar dos lucros da empresa, que podem ser distribuídos na forma de dividendos.

Existem mais de 400 ações listadas na bolsa de valores que representam os mais variados setores da economia: financeiro, saúde, utilidade pública, bens industriais, entre outros. Na B3, as companhias de capital aberto podem emitir ações ordinárias, preferenciais e units.

Investir em ações pode ser uma maneira eficaz de aumentar a riqueza ao longo do tempo, mas também envolve riscos. O valor das ações pode flutuar com base em uma variedade de fatores, incluindo o desempenho financeiro da empresa, as condições econômicas gerais e o sentimento do mercado.

6. Mercado futuro

O mercado futuro é um ambiente na bolsa de valores, onde ocorre a negociação de contratos de compra ou venda de ativos em uma data futura. Neste mercado não são negociadas ações de empresas, a negociação é de contratos com vencimento futuro.

Investir em dólar através do mercado futuro é uma estratégia que permite aos investidores especularem sobre a variação futura da taxa de câmbio entre o dólar norte-americano e a moeda nacional. O dólar futuro é um contrato financeiro negociado na Bolsa de Valores. Ele é chamado de “futuro” porque estabelece um compromisso de compra ou venda de dólares a um preço acordado em uma data futura específica.

Existem duas maneiras de realizar a compra do dólar futuro: contratos cheios (DOL) ou minicontratos (WDOL). Um contrato cheio (DOL) é uma movimentação de US$50 mil, em que o lote mínimo padrão negociado é de 5 contratos, ou seja, equivalente a US$250 mil. Já os minicontratos (WDOL) representam 20% do DOL, ou seja, cada minicontrato vale US$10 mil, sem um valor mínimo para a operação.

Para começar a operar esse tipo de contrato, o primeiro passo é ter conta em uma corretora de valores. A corretora irá fornecer a plataforma para você comprar e vender cotas do contrato. Depois de abrir sua conta, você pode comprar cotas do contrato de sua escolha. O valor de cada cota varia de acordo com o desempenho do contrato e a cotação do dólar.

7. Fundos internacionais

Os Fundos Internacionais são um tipo de investimento que tem ativos negociados fora do Brasil e têm rendimentos associados a moedas estrangeiras. Eles permitem aos investidores explorar mercados externos e aumentar seu patrimônio a longo prazo. Além disso, ao investir em ações ou ativos internacionais, você se protege contra a desvalorização do real.

Eles são fundos de investimento que focam em ativos do exterior. Logo, são uma modalidade coletiva que permite aos investidores terem acesso aos resultados de investimentos internacionais. A composição do portfólio varia conforme a estratégia de cada fundo.

Assim, os fundos internacionais vêm se consolidando como investimentos comuns nas carteiras dos investidores brasileiros. Como se diz no mercado financeiro, a diversificação é o único almoço grátis em investimentos, e nada mais justo para o investidor do que ter as alternativas dos investimentos internacionais para aumentar a eficiência de sua carteira.

Por outro lado, sendo uma classe relativamente nova para a maioria dos investidores, é natural que surjam questionamentos variados sobre esse tipo de investimento. Portanto, é sempre aconselhável buscar aconselhamento financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento.

8. REITs

REITs, ou Real Estate Investment Trusts, são empresas que financiam ou operam imóveis. Eles são muito semelhantes aos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) no Brasil, mas são estruturados como empresas, não como fundos.

Os REITs angariam dinheiro de vários investidores para comprar imóveis. Eles são uma forma comum de investimento nos Estados Unidos e Canadá, permitindo aos investidores acesso a bens imobiliários de forma simplificada. As empresas que são REITs podem investir diretamente em imóveis comerciais, como edifícios de escritórios, hotéis, shoppings, entre outros.

Os REITs são negociados publicamente, assim como as ações, e são obrigados a distribuir pelo menos 90% dos rendimentos tributáveis obtidos. Isso os torna uma opção atraente para investidores que buscam renda passiva.

No entanto, assim como qualquer investimento, os REITs também têm riscos. O valor das ações pode flutuar com base em uma variedade de fatores, incluindo o desempenho financeiro da empresa, as condições econômicas gerais e o sentimento do mercado.

9. Commodities

Investir em dólar através de commodities é uma estratégia que permite aos investidores especularem sobre a variação futura da taxa de câmbio entre o dólar norte-americano e a moeda nacional. As commodities são mercadorias de relevância global, em estado bruto e produzidas em larga escala, e podem ser negociadas na Bolsa de Valores.

As commodities são divididas em várias categorias, incluindo agrícolas, químicas, minerais, financeiras, ambientais e energéticas. A compra de matérias-primas físicas, como metais, energia e produtos agrícolas também é uma forma de investir na moeda americana. Muitas dessas commodities são negociadas em dólar, como o petróleo e o ouro, por isso, o desempenho do dólar impacta seus rendimentos.

Para investir em commodities, é possível adquirir contratos futuros, que nada mais são do que contratos atrelados ao preço dessas commodities. Assim, caso o investidor adquira contratos de boi gordo ou milho, por exemplo, estará exposto à cotação das commodities no mercado internacional.

No entanto, é importante lembrar que investir em commodities envolve riscos, incluindo o risco de perda de capital. Portanto, é sempre aconselhável pesquisar e buscar aconselhamento financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento.

10. Títulos do Tesouro dos EUA

Os Títulos do Tesouro dos Estados Unidos, também conhecidos como Treasuries, são instrumentos de dívida emitidos pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Eles são utilizados principalmente para financiar os gastos do governo. Esses títulos são considerados um dos investimentos mais seguros do mundo, pois são garantidos pelo governo dos Estados Unidos.

Os Treasuries se dividem em quatro principais títulos:

  • Treasury Bills: São títulos prefixados com vencimento em um ano ou menos;
  • Treasury Notes: Vencem em até dez anos e pagam juros aos investidores a cada seis meses;
  • Treasury Bonds: Têm vencimento entre 20 a 30 anos e pagam juros aos investidores a cada seis meses;
  • TIPs: A sigla em inglês significa “títulos do Tesouro protegidos contra a inflação”. São papéis indexados ao índice oficial de inflação dos EUA, o CPI (Consumer Price Index), e funcionam de forma semelhante aos títulos do Tesouro Direto pós-fixados que acompanham o IPCA.

Os títulos do Tesouro dos EUA são negociados no mercado financeiro americano. Eles são considerados os ativos mais seguros do mundo e são onde o dinheiro dos principais investidores institucionais do mundo ‘repousa’, principalmente em momentos de instabilidade.

Por que investir em dólar?

Investir no exterior é uma opção para as pessoas que desejam proteger seu patrimônio da inflação. Acontece que, com a alta dos preços, o dinheiro de um país vai perdendo o poder de compra. Em outras palavras, a inflação faz com que a moeda perca o valor

Investir em dólar pode ser uma estratégia interessante por várias razões:

  • Diversificação de investimentos: Investir em dólar permite diversificar a carteira de investimentos, o que pode ajudar a reduzir o risco geral do portfólio.
  • Proteção cambial: Em momentos de crises globais, moedas fortes como o dólar são consideradas “portos seguros”, e tendem a se valorizar em comparação às demais moedas.
  • Maior oferta de ativos financeiros: O mercado norte-americano tem uma oferta de ativos e produtos de investimentos muito ampla.
  • Possibilidades maiores de rentabilidade: Com acesso a uma ampla oferta de ativos há, também, uma ampla possibilidade de otimizar a escolha dos tipos de investimento.
  • Viabilidade de investir em países de economia sólida: Investir em dólar também pode oferecer a oportunidade de obter retornos atrativos em momentos de turbulência e incerteza.
  • Diminuição do fator Risco Brasil: Investir em dólar pode ajudar a mitigar os riscos associados à economia brasileira.

No entanto, é importante lembrar que investir em dólar também envolve riscos, incluindo o risco cambial. Portanto, é sempre aconselhável buscar aconselhamento financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento.

Por fim, se você quer começar a investir em dólar no exterior, mas está com pouco dinheiro, então, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e descubra como solucionar esse problema:

Fontes: CNN Brasil, eInvestidor, Infomoney, Inteligência Financeira, Bora Investir, Avenue us, Modal Mais