Títulos de dívida corporativa: o que são e como funcionam?

20 de outubro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os títulos de dívida corporativa são títulos emitidos por empresas que querem captar recursos com os investidores. Sendo que o intuito com a captação, geralmente, é investir em projetos e na expansão do negócio.

Para os investidores, esses títulos são uma forma de contribuir com as empresas e receber uma taxa de juros em troca do empréstimo do seu dinheiro.

Existem ainda os títulos públicos. Estes títulos são emitidos pelo governo e também tem como intuito captar recursos com os investidores.

O que são títulos de dívida corporativa?

Os títulos de dívida, de maneira geral, são um tipo de ativo financeiro emitido com o intuito de captar recursos. Esses títulos podem ser emitidos pelo governo ou empresas. No caso dos títulos de dívida do governo, conhecidos como títulos públicos, nós temos o Tesouro Direto.

Em síntese, o Tesouro Direto é um programa criado em 2002 pelo Tesouro Nacional e o BM&FBovespa. Já os títulos de dívida emitidos por empresas são chamados de títulos de dívida corporativa. A intenção das empresas é captar recursos para investir em projetos ou em sua expansão.

Títulos de dívida corporativa: o que são e como funcionam

Como funcionam?

Os títulos de dívida são uma forma das empresas captarem recursos. Na prática, quando um investidor compra um título de dívida, ele está emprestando o seu dinheiro para a empresa, em troca de uma taxa de juros. Sendo assim, a empresa se compromete a devolver para o investidor o dinheiro mais os juros na data de vencimento do título.

Como os títulos de dívida fazem parte da renda fixa, a forma de rendimento é conhecida pelo investidor. Em outras palavras, desde o momento da aplicação o investidor sabe qual será a forma com que ele será remunerado.

Sendo que essa remuneração pode ser fixa ou variar de acordo com o CDI, IPCA ou Selic. As debêntures e as debêntures incentivadas, por exemplo, são títulos de dívida corporativa. A vantagem destes títulos é que eles oferecem retornos mais altos do que alguns outros tipos de títulos de renda fixa.

Além disso, as debêntures incentivadas são isentas de Imposto de Renda (IR). A desvantagem é que elas não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição em caso de calote.

Títulos de dívida corporativa: o que são e como funcionam

Diferenças entre títulos de dívida corporativa e ações

A intenção ao aplicar em títulos de dívida e em ações é a mesma: lucrar. Entretanto, investir em títulos de dívida e em ações é bem diferente. Isso porque os dois ativos proporcionam direitos, ônus e obrigações diferentes para os investidores. 

Acontece que ao comprar ações, o investidor se torna um acionista da empresa. Como ele possui uma pequena parte do negócio, ele possui alguns direitos, de acordo com o tipo de ação que ele adquirir:

  1. Ações ordinárias: As ações ordinárias dão direito ao voto nas assembleias. Dessa forma, o investidor pode ajudar nas tomadas de decisões da empresa. Essas ações têm Tag Along.
  2. Ações preferenciais: Por fim, as ações preferenciais dão prioridade no recebimento de dividendos. Neste caso o acionista não participa das assembleias. Pode ou não ter Tag Along.

Em resumo, os acionistas possuem diversos direitos relacionados com a participação na empresa, recebimento de proventos e, por vezes, a garantia do Tag Along. Por outro lado, ao aplicar em títulos de dívida corporativa, o investidor não se tornar sócio da empresa, ele vira um credor.

Ou seja, ele adquire o mesmo status que os fornecedores e bancos. Logo, ele não participa das decisões sobre o futuro da empresa. Além disso, se a empresa se valorizar ou não, o investidor não ganha nem perde parte do valor investido, como ocorre com as ações.

Vale destacar que podem haver assembleias de debenturistas. Porém, os assuntos tratados são mais limitados. A vantagem do debenturista frente ao acionista, é que se a empresa quebrar, o debenturista tem prioridade. Já o acionista é um dos últimos a receber algo.

Riscos

Os dois riscos dos títulos de dívida corporativa são: risco sistêmico e não sistêmico. Apesar de terem dois tipos de riscos, esses títulos são mais seguros do que os ativos de renda variável. Para reduzir ainda mais o risco, vale a pena analisar a saúde financeira da empresa antes de adquirir seus títulos.

1- Risco sistêmico: Este risco existe em todos os tipos de ativos. Isso porque, esse é o risco que afeta o sistema financeiro como um todo. Logo, ele afeta todas as empresas. Sendo assim, mesmo que a empresa tenha uma boa situação financeira, ela pode ter dificuldades em honrar seus compromissos com os investidores.

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2- Risco não sistêmico: Este tipo de risco é inerente à empresa. Ou seja, é o risco de que a empresa não consiga pagar os credores por causa de condições específicas. Por exemplo, uma empresa que está com gestão ruim, vendas baixas e perda de clientes, tem um alto risco.

Sendo assim, as pessoas que comprarem títulos de dívida dessa empresa, podem não receber nada no vencimento. Lembrando que existe uma relação entre risco e retorno. Desse modo, as empresas mais arriscadas, de maneira geral, oferecem uma taxa de juros mais alta.

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