Tripé dos investimentos: como saber qual a melhor maneira de investir?

O tripé dos investimentos é composto por liquidez, risco e rentabilidade. Ele é uma ferramenta usada para analisar um investimento.

4 de novembro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Se você é novo no mundo dos investimentos, talvez você esteja se sentindo inseguro. Isso é normal, já que você ainda está aprendendo a investir. Porém, aprender sobre o tripé dos investimentos vai te ajudar a se sentir mais seguro.

O tripé é uma ferramenta que pode te ajudar nas decisões. Ou seja, com ele você analisa de forma mais acertada uma aplicação.

Logo, por meio dele você pode escolher melhor os ativos. Isso é possível, pois ele leva em conta três fatores presentes em todos os ativos: liquidez, risco e rentabilidade.

O que é tripé dos investimentos?

O tripé dos investimentos ou tripé financeiro, é uma ferramenta usada para analisar um ativo. Nesse sentido, o investidor consegue escolher os ativos que se encaixam no seu perfil e objetivos.

As três bases do tripé são: liquidez, risco e rentabilidade. Todos os ativos possuem esses três fatores em níveis diferentes. Desse modo, levar em conta esses fatores são essenciais para tomar decisões de investimento.

Enfim, o tripé serve para que você possa identificar os ativos que se encaixam no seu perfil e objetivo. Serve ainda para que você verifique se a sua carteira está equilibrada. Por exemplo, se você tem apenas ativos de alto risco e com alta liquidez.

Tripé dos investimentos: como saber qual a melhor maneira de investir?

As bases do tripé dos investimentos

O tripé dos investimentos é compostos pelos seguintes pilares:

1- Liquidez

Em resumo, a liquidez é a facilidade com que uma aplicação pode ser convertida em dinheiro. Ou seja, é a facilidade com que você consegue resgatar uma aplicação.

Por exemplo, as ações das blue chips costumam ter um alto volume de negociação. Portanto, essas ações são mais líquidas, já que estão sempre sendo negociadas.

Logo, se você tiver esse tipo de ação, é provável que você consiga vendê-las mais rápido, caso queira. Por outro lado, os ativos com baixa liquidez podem ser difíceis de converter em dinheiro.

Neste caso, você pode ter dificuldades em vender um ativo e talvez não consiga sair de uma posição quando quiser. Vale destacar que existem ativos com baixa liquidez e outros sem liquidez.

Por exemplo, uma ação pouco negociada tem baixa liquidez. Já um título de LCI não tem liquidez. A diferença entre os dois tipos de ativos é a ação que você pode vender assim que surgir um comprador. Já a LCI deve ser mantida até o vencimento.

Tripé dos investimentos: como saber qual a melhor maneira de investir?

Liquidez e retorno

Os ativos com baixa liquidez costumam proporcionar um retorno maior. Isso ocorre porque o seu dinheiro vai ficar “preso” durante um tempo.

Logo, caso você precise do dinheiro, você pode ter dificuldades para fazer o resgate da aplicação. Como essa dificuldade representa um risco, o retorno é maior.

No entanto, ao investir você não pode considerar apenas a liquidez. Isso porque tanto a alta, quanto a baixa liquidez podem ser positivas. Tudo vai depender dos seus objetivos.

Por exemplo, se você investe para o longo prazo e não pretende resgatar a aplicação, então a baixa liquidez pode ser positiva.

Afinal, se você não pretende usar o dinheiro, pode valer a pena deixar ele aplicado e ter um retorno maior. Mas, se você for precisar do dinheiro no curto prazo, então os ativos líquidos podem ser mais interessantes.

Tripé dos investimentos: como saber qual a melhor maneira de investir?

2- Riscos

O segundo pilar do tripé dos investimentos, são os riscos dos ativos. Todo investimento tem um risco. Até mesmo a poupança, considerada segura, tem um nível de risco.

Apesar de todos os investimentos terem riscos, os níveis mudam. Por exemplo, os ativos de renda fixa são menos arriscados. Isso porque, boa parte deles são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Os ativos de renda variável são mais arriscados. Esse risco deriva do fato de que eles não possuem garantias e são voláteis. Nesse sentido, você pode ter um risco maior ou menor de perder dinheiro, de acordo com o ativo.

Já a escolha dos ativos deve ter como base o seu perfil. Em resumo, o perfil serve para indicar o grau de risco que você está disposto a correr.

Logo, a escolha dos ativos e o grau de risco da carteira de cada investidor depende do seu perfil. Sendo que no mundo dos investimentos, existe uma relação entre risco e retorno.

Basicamente, as aplicações mais arriscadas, possuem maiores chances de altos retornos e vice e versa. Por exemplo, um investidor arrojado aceita correr grandes riscos, em troca das altas chances de obter bons retornos.

Já o investidor conservador prefere os ativos mais seguros, mesmo que o retorno seja mais baixo. Vale destacar que no mercado existem dois tipos de risco: sistêmico e não-sistêmico.

Em síntese, o sistêmico é o risco que afeta toda a economia e não pode ser evitado. Já o não-sistêmico é o risco inerente à empresa ou setor da economia. Logo, ele pode ser evitado com diversificação.

3- Rentabilidade

Por fim, a terceira base do tripé dos investimentos é a rentabilidade. Essa rentabilidade pode vir de formas diferentes como, por exemplo:

  • Proventos derivados da aplicação;
  • Pagamento de juros;
  • Valorização do ativo.

Tripé dos investimentos: como saber qual a melhor maneira de investir?

O retorno é o aspecto que os investidores mais tendem a levar em conta. Afinal de contas, quando a gente investe, a intenção é ter retorno.

Porém, desconsiderar a liquidez e os riscos e avaliar apenas o retorno é um erro. Até porque, o nível de liquidez e de risco está diretamente relacionado com a rentabilidade prometida.

Por exemplo, se você é conversador e opta por analisar um ativo apenas com base no retorno, você pode escolher um ativo que não condiz com seu perfil. Isso porque os ativos com maiores retornos tendem a ser também os mais arriscados.

Como usar o tripé dos investimentos?

Agora que você sabe o que são os três fatores e como eles funcionam, você deve estar se perguntando como exatamente usar o tripé dos investimentos.

Primeiro, você precisa saber que não existe nenhum ativo no mercado que seja bom nos três fatores. Sendo assim, você não vai encontrar um ativo com boa rentabilidade, baixo risco e alta liquidez.

No entanto, você pode fazer combinações de fatores de acordo com o seu perfil. Por exemplo, se você for mais conservador, você pode escolher ativos com baixo risco, mesmo que o rendimento não seja muito alto.

Tripé dos investimentos: como saber qual a melhor maneira de investir?

A escolha dos ativos também vai depender dos objetivos. Sendo que os objetivos podem ser de curto, médio ou longo prazo.

Por exemplo, se você vai investir para a sua aposentadoria, você pode optar por ativos com baixa liquidez e retorno maior. Ou seja, você pode escolher diferentes ativos para diferentes objetivos. Mas é bom sempre respeitar seu perfil.

Vantagens de usar o tripé

A primeira vantagem de usar o tripé dos investimentos é a personalização da carteira. O nível que cada um dos pilares terá na sua carteira, vai depender do seu perfil e objetivos.

Ou seja, você consegue personalizar a sua carteira por meio da intensidade de cada um dos fatores do tripé. Outra vantagem é que você consegue fazer uma diversificação por meio de decisões inteligentes.

Dessa forma, você vai encontrar ativos com diferentes graus de liquidez, risco e rendimento. Logo, de acordo com seu perfil e objetivos, você consegue diversificar entre esses ativos.

Erros comuns na análise de investimentos

Um dos erros mais cometidos pelos investidores é analisar apenas uma das bases do tripé financeiro. Geralmente as pessoas optam por analisar somente o retorno e deixam de lado o risco e a liquidez.

Outro erro bem comum dos investidores é não acompanhar a economia. Ou seja, investir não é apenas comprar alguns ativos e esperar o retorno.

Na verdade, o retorno dos seus investimentos pode ser impactado por acontecimentos no mercado financeiro. Por isso, não deixe de acompanhar as notícias de economia tanto nacional, quanto internacional.

Outro erro é conhecer apenas os ativos que você investe. Ao conhecer outros tipos de ativos, você pode aproveitar oportunidades e diversificar sua carteira.

Não conhecer de finanças comportamentais também é um erro bem comum. Por fim, temos ainda o erro de não estudar sobre investimentos. Seja por meio de livros ou cursos, o recomendado é nunca parar de estudar. 

Sendo assim, alguns livros que podem te ajudar a estudar são: Livros sobre investimentos obrigatórios para investidores iniciantes

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