O que é COE? Como funciona, tipos, custos, riscos e como investir

25 de fevereiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


O COE é um produto financeiro, voltado para todos os tipos de investidores, já que seus riscos variam de acordo com o tipo de aplicação feita. Sendo assim, os COEs de renda fixa têm grau de risco diferente dos COEs de ações

Outra variável que impacta nos riscos dos COEs, é o seu tipo. Se o COE for Nominal Protegido, o investidor não perde nada. Em contrapartida, se ele for Nominal em Risco, o investidor pode perder tudo o que aplicou.

Como os COEs são investimentos bastante flexíveis, a rentabilidade varia sobretudo de acordo com a tipo de aplicação feita em cada produto. Ou seja, um COE focado em ativos de renda fixa traz uma rentabilidade diferente dos COEs de ações. 

O que é COE?

A sigla COE significa Certificados de Operações Estruturadas. Trata-se de um produto financeiro, que funciona como uma espécie de conjunto de ativos, com características de renda fixa e variável. 

Por ser um conjunto de ativos, o funcionamento dos COEs lembra os fundos de investimentos. Porém, ele possui algumas diferenças significantes, como por exemplo, data de vencimento, valor mínimo para investir e indexador definido.

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Dinheirama

Enfim, os Certificados de Operações Estruturadas podem ser uma alternativa tanto para investidores conservadores, que não gostam de correr riscos, quanto para os investidores mais arrojados, que desejam diversificar sua carteira de investimentos. 

Como funciona o COE?

Os COEs são emitidos por bancos registrados junto à B3 – Bolsa de Valores Brasileira, e regulados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Eles são ofertados publicamente desde 2015. Antes disso, eles eram distribuídos apenas de forma privada e circulavam somente entre bancos e clientes de alta renda. 

Atualmente, tanto as corretoras, quanto as distribuidoras de valores, podem ofertar os COEs. Para isso, elas devem fornecer o DIE – Documento de Informações Essenciais.

Em síntese, o DIE é um documento onde constam as características do COE, como por exemplo, os riscos envolvidos, a previsão de fluxo de pagamentos, como será o seu funcionamento e os prazos. 

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Trovo academy

Além de receber o DIE, o investidor também precisa ter acesso ao Termo de Ciência de Risco. Este termo serve para que o investidor indique que conhece todos os riscos que ele está correndo ao adquirir um COE. 

Um detalhe importante, é que a rentabilidade dos Certificados de Operações Estruturadas são baseadas nas estratégias criadas pelos bancos. 

Desse modo, os COEs podem estar ligados a vários tipos de ativos de referência, como por exemplo, juros, ouro, moedas e índices de inflação. Sendo que a rentabilidade varia de acordo com a performance dos indexadores durante o prazo do COE. 

Tipos de COEs

Tendo como base a garantia oferecida pelos emissores de COEs, podemos separar esses produtos em dois tipos:

1- Valor Nominal em Risco: Esse tipo de COE não possui nenhuma garantia. Portanto, o investidor pode perder todo o dinheiro aplicado. 

2- Valor Nominal Protegido: Nesse tipo de COE, o investidor tem a garantia de que vai receber de volta ao menos o valor aplicado por ele inicialmente.

 Dessa maneira, mesmo que os ativos de referência do COE tiverem um desempenho negativo, o investidor tem a certeza de que pelo menos o valor inicialmente aplicado, ele terá de volta.

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New trade

Por garantir que o investidor não terá prejuízos, esse tipo de COE é escolhido principalmente por investidores mais conservadores. Apesar de garantir que o investidor não vai perder seu dinheiro, dois fatores devem ser considerados. 

O primeiro é o fato de que o investidor pode estar deixando de ganhar em comparação com outra aplicação que ele poderia ter feito. O segundo fator desse tipo de COE é que, por vezes, eles limitam o quanto os investidores podem ter de ganho. 

Custos para investir

Os custos para investir em Certificados de Operações Estruturadas variam. Isso porque várias corretoras cobram taxas de corretagem e custódia. No entanto, algumas corretoras já zeraram essa cobrança. Outro custo é o Imposto de Renda (IR).

O IR segue a mesma tabela regressiva usada nas aplicações de renda fixa. Dessa forma, a alíquota de IR corresponde a 22,5% se o investimento for mantido por menos de seis meses e chega ao seu valor mínimo de 15% após 2 anos da aplicação.

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Estudio site

Um detalhe importante, é que os COEs de ações não desfrutam dos mesmos benefícios da aplicação em renda variável. Sendo assim, em caso de prejuízo com os COEs, não é possível usar os ganhos com as operações em ações para compensar. 

Riscos dos COEs

Existem três grandes riscos ao se investir em Certificados de Operações Estruturadas. O primeiro deles, é o risco de crédito do emissor.

Como o investidor adquire um produto emitido pelo banco, ele corre o risco de levar um calote da instituição. Esse risco existe porque os COEs não são cobertos pelo FGC – Fundos Garantidor de Crédito.

O segundo risco, é o custo de oportunidade. Esse risco se refere ao fato de que, ao optarmos por um investimento, estamos abrindo mão da rentabilidade que outra aplicação poderia proporcionar.

Como existe a chance do investidor receber de volta apenas o valor inicialmente aplicado, ele perde a chance de ganhar dinheiro com outro investimento.

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O terceiro risco é o de liquidez. A liquidez se refere a facilidade com que o investidor consegue resgatar seu investimento. Como os COEs geralmente possuem longos prazos com data de vencimento fixa, o investidor pode não conseguir resgatar o dinheiro quando deseja.

Para fazer o resgate, o investidor precisa negociá-lo no mercado secundário. Entretanto, os Certificados de Operações Estruturadas serão negociados no preço de mercado, e por isso o investidor pode sair perdendo.

Vantagens e desvantagens

A primeira vantagem dos Certificados de Operações Estruturadas, é a flexibilidade. Como eles podem estar ligados aos mais diversos ativos, existem opções de COEs para todos os perfis de investidores. 

Outra vantagem é que os COEs possibilitam ganhos em diferentes cenários de mercado. Desse modo, o investidor pode ganhar na alta, na baixa e até mesmo com o mercado lateralizado.

FDR

Os Certificados de Operações Estruturadas que garantem a devolução do dinheiro inicialmente aplicado pode ser uma alternativa de investimento vantajosa para os investidores que não desejam correr muitos riscos ou para as pessoas que estão começando a investir em renda variável.

Por outro lado, temos a desvantagem de que os Certificados de Operações Estruturadas não possuem liquidez. Caso o investidor deseje resgatar o dinheiro antes do prazo, ele precisa negociar no mercado secundário e pode perder sua rentabilidade nesse processo. 

Por fim, temos ainda a desvantagem do risco de crédito dos Certificados de Operações Estruturadas. Como eles não são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, o investidor pode acabar perdendo tudo o que investiu, caso leve o calote da instituição financeira.

Como investir em COE?

O primeiro passo para investir em Certificados de Operações Estruturadas, é conhecer o seu perfil de investidor. Depois disso, determine seus objetivos e estratégias para aplicar nesse produto. Nesse momento, é importante considerar o valor necessário para esse investimento. 

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Suno

O valor mínimo para investir em COEs varia de acordo com suas características, como potencial de ganho e riscos. No mercado, muitos Certificados de Operações Estruturadas são negociados pelo valor mínimo de R$ 5 mil. Como esse valor pode ser um impeditivo para muitas pessoas, é importante que você considere se ele se enquadra nos seus planos.

Posteriormente, você deve ler o DIE e escolher o COE que você vai aplicar. Por fim, resta fazer uma transferência para a sua corretora de valores, assinar o termo de ciência de risco e investir no COE escolhido.

Enfim, agora que você sabe como investi em COEs, aproveite para aprender a aplicar em LCA, o que é? Definição, como funciona, vantagens e desvantagens.

Fontes:  Infomoney, Capital research Modal mais

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