26 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Um clube de investimento é uma reunião de investidores que possuem cotas. O rendimento desse tipo de aplicação deriva da valorização das cotas, que, por sua vez, dependem das oscilações dos ativos presentes no portfólio.
De maneira geral, as pessoas que decidem entrar em um clube de investimentos fazem isso, pois possuem pouco dinheiro para investir na bolsa. Logo, elas optam por juntar seus recursos com outros investidores para poderem adquirir mais ativos.
Entretanto, vale lembrar que não é preciso de muito dinheiro para investir na bolsa de valores. Como existem ações baratas de boas companhias, é possível investir sozinho sem precisar arcar com as taxas dos clubes.
O que é um clube de investimento?
O clube de investimento é um grupo de pessoas físicas que se reúnem para investir juntos, normalmente amigos e familiares. Em outras palavras, um clube de investimento é a junção de várias pessoas que decidem investir em conjunto e registram um clube na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O clube só pode ser constituído no formato de condomínio aberto, onde os cotistas podem solicitar o resgate das cotas. Ao registrarem um clube, o aporte inicial de cada participante é passado para o clube e se transforma em cotas. Desse modo, quanto maior for o aporte, mais cotas o investidor possui.
Um detalhe importante sobre os clubes de investimento é que geralmente eles possuem um carácter mais agressivo. Dessa forma, no geral eles investem sobretudo em ativos de renda variável, como cotas de fundos de índices e ações. Portanto, se um dia você decidir entrar em um clube de investimento, lembre-se de considerar seu perfil de investidor.
Como um clube de investimento funciona?
O clube de investimento funciona como uma reunião de investidores que compraram determinado número de cotas. Normalmente, as pessoas que entram em um clube de investimento fazem isso, pois não possuem muito dinheiro para comprar ações.
Entretanto, vale lembrar que existem ações sendo negociadas a menos de R$ 6,00 na bolsa. Ou seja, você não precisa de muito dinheiro para investir sozinho. Os clubes precisam seguir algumas regras e obedecer às normas da CVM, da B3 e do Estatuto Social Próprio.
No regulamento devem constar as regras de funcionamento e os participantes do clube devem seguir as diretrizes determinadas. Somente as decisões tomadas em assembleia geral podem alterar algum aspecto do estatuto do clube. Algumas regras internas que devem ser determinadas são:
- Valor mínimo para entrar no clube;
- Prazo de funcionamento do clube;
- Procedimentos a serem realizados em caso de morte ou incapacitação de algum participante;
- Tipos de aplicações que serão realizadas pelo clube.
Além das regras próprias, os clubes devem seguir algumas regras comuns a todos os fundos. Primeiramente, nenhum dos participantes pode ter mais do que 40% das cotas do clube. Além disso, um clube deve ter no mínimo 3 pessoas e no máximo 50 (se for formado por funcionário da mesma empresa, o limite passa a ser 150 pessoas).
Os clubes precisam cumprir suas obrigações contábeis. Isso pode ser feito, por exemplo, através de relatórios de despesas e a classificação dos ativos e passivos. Outra regra importante é que a carteira do clube deve ser composta, no mínimo, por 67% de ações. O restante pode ser aplicado em ativos como fundos de renda fixa ou derivados.
Clubes versus fundos
Uma das grandes diferenças entre os clubes e os fundos de investimentos, é que os fundos contam com gestão profissional. Em contrapartida, um clube de investimento pode ser gerido pelos cotistas do clube que forem eleitos em assembleia geral, sem a necessidade de uma certificação para que o cargo seja ocupado.
Neste caso, a CVM exige apenas que essa pessoa seja maior de 18 anos e no estatuto social conste que ela é responsável por gerir os recursos. Normalmente essa pessoa não tem conhecimento formal sobre finanças e não é paga para ser o gestor.
Porém, se ela receber um valor fixo ou percentual para fazer a gestão, então é preciso cumprir algumas exigências da CVM. Por exemplo, ela deve possuir graduação em um curso superior e ter experiência profissional na gestão de recursos de terceiros no mercado financeiro.
Contudo, os participantes do clube podem optar por contratar um profissional para fazer a gestão dos recursos do clube. Neste caso, é possível contratar uma pessoa física ou jurídica que possua certificação e credenciamento junto à CVM.
Esse gestor será responsável por fazer o registro na B3, reter os impostos, preparar os balanços, calcular o valor diário das cotas e é claro, escolher os ativos para o clube.
Outra diferença entre os fundos e os clubes é que os clubes possuem políticas de funcionamento simples e flexíveis, já que eles costumam ser uma espécie de introdução ao mercado para alguns investidores.
Por fim, existe ainda a diferença de que os fundos não possuem limite de cotistas e podem ser negociados na bolsa de valores. Enquanto isso, o clube tem o limite de 50 pessoas e não pode ser negociado na bolsa.
Rendimentos e custos
O rendimento do clube depende da valorização das cotas. Sendo que, essa valorização é determinada pelas oscilações dos ativos que fazem parte da carteira do clube. Em outras palavras, o rendimento do investidor é influenciado pelas constantes variações nos preços dos ativos do portfólio do fundo e não existe nenhuma garantia de retorno.
Em relação aos custos, os clubes de investimento possuem o Imposto de Renda (IR) cobrado no momento do resgate. Sendo assim, quando os investidores fazem o resgate das cotas, ocorre a tributação de 15% em cima do rendimento líquido.
Outro custo presente nos clubes é a taxa de administração que funciona como remuneração pela administração e gestão do fundo. Sendo que sua porcentagem varia de acordo com a estratégia adotada pelo clube.
Um detalhe importante é que se o clube optar por contratar um profissional para realizar a gestão dos recursos, a taxa de administração pode ser maior. Isso porque, será preciso remunerar pelos serviços especializados do profissional contratado. Em alguns casos pode haver também a taxa de performance.
Em síntese, a taxa de performance é cobrada somente quando o gestor obtém um rendimento superior à meta do fundo. Apesar de funcionar como um estímulo para que o gestor obtenha rendimentos maiores, essa taxa também é um gasto a mais para o investidor.
Cuidados com o clube de investimento
Qualquer pessoa pode participar de um clube de investimento, já que não é preciso ter experiência ou conhecimento profundo sobre o mercado financeiro. No entanto, como são aplicações de renda variável com uma parcela considerável de risco, é preciso considerar o seu perfil de investidor.
Lembrando que, os ativos de renda variável passam por oscilações constantes e não existe garantia de que eles irão se valorizar. Além disso, quando a gestão é feita pelos próprios investidores, o risco pode ser ainda maior.
Outro cuidado a ser tomado é ter certeza de que os integrantes do clube possuem objetivos similares, já que os recursos de todos os integrantes são aplicados em conjunto.
E aí, gostou de conhecer sobre os clubes de investimento? Então aproveite para aprender sobre a importância da Diversificação de investimentos – Quantas ações ter em carteira?
Fontes: Genial investimentos, Nubank e Warren
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