11 de fevereiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Os fundos de ouro são uma ótima opção para as pessoas que desejam criar uma reserva de valor. Isso porque, apesar de passar por oscilações de preços, o ouro é um dos melhores ativos para constituir uma reserva financeira.
O que torna o ouro tão interessante como reserva de valor, é o fato de que ele mantém o seu valor ao longo do tempo. Ou seja, daqui a 100 anos, esse metal precioso não terá perdido o seu valor.
Além dos fundos de ouro, é possível fazer a reserva também com ouro físico ou com contratos de ouro negociados na bolsa de valores. Se você for comprar o ouro físico, é importante ter um local de armazenagem seguro. Já os contratos, são negociados de maneira similar às ações.
O que são fundos de ouro?
Os fundos de ouro são um tipo de fundo de investimento, voltado para a aplicação em ouro. Além de possuir uma boa liquidez, essa é uma das maneiras mais práticas de investir nesse metal precioso.
Em relação à classificação de riscos, os fundos de ouro são considerados como moderados. Isso porque trata-se de um investimento em renda variável, cuja oscilação depende das variações do preço do ouro.
Como os fundos de ouro funcionam?
Os fundos de ouro são considerados como fundos multimercado. Como o próprio nome sugere, o seu foco é investir em ativos lastreados em ouro. Dessa maneira, o fundo pode investir em contratos de ouro ou ETFs de ouro negociados no exterior.
O investimento nesse ativo pode ser de curto, médio ou longo prazo. Entretanto, como o objetivo de investir em ouro geralmente é a proteção de capital, não faz muito sentido aplicar visando o curto prazo. Afinal de contas, o ouro não passa por fortes valorizações de curto prazo, nem gera renda passiva.
O funcionamento dos fundos de investimento em ouro é semelhante aos demais tipos de fundos. Sendo assim, as cotas são negociadas em bancos de investimentos ou em corretoras de valores. O responsável por fazer os investimentos do fundo é o gestor e o investidor não possui nenhum poder de decisão em relação a isso.
A tributação dos fundos de ouro é similar aos demais fundos. Portanto, nos primeiros 30 dias, temos o desconto do IOF, caso o investidor resgate a aplicação.
Já o Imposto de Renda (IR) começa com a alíquota máxima de 22,5% e, conforme o tempo passa, chega ao mínimo de 15%. Por fim, temos ainda o come-cotas, que funciona como uma antecipação do IR.
É importante salientar que o patrimônio do investidor pode se valorizar de acordo com as oscilações do preço do ouro. No entanto, o objetivo ao se aplicar em fundos de investimento em ouro, não é a valorização. A intenção é alocar parte do capital em ouro para formar uma reserva de valor e proteger parte do patrimônio ao longo do tempo.
Tipos
Basicamente, existem três tipos de fundos de investimento em ouro disponíveis no mercado:
1- Fundos de ouro em real: O foco deste fundo é investir em contratos de ouro na bolsa de valores. Este tipo proporciona proteção cambial e tem a vantagem de não ser impactado pelas oscilações do dólar.
2- Fundos de ouro em real + CDI: O intuito desse tipo de fundo é investir para o médio e longo prazo, tendo como foco a mudança dos preços do ouro junto ao CDI.
3- Fundos de ouro + dólar: Os fundos de ouro + dólar aplicam em ativos que acompanham as oscilações do dólar e, por isso, não oferecem proteção cambial. Esses fundos passam por mais variações, já que a moeda norte-americana oscila diariamente.
Motivos para investir em ouro
O principal motivo para investir em ouro, é a criação de uma reserva de valor. Em resumo, ao longo do tempo o dinheiro vai perdendo valor.
Porém, o ouro continua a ser valioso, o que significa que, ao transformar o seu dinheiro em ouro, o investidor está preservando o seu poder de compra no futuro. É por isso que, geralmente, o ouro é procurado em momentos de crise.
O que tornou o ouro tão bom para a criação de uma reserva, foram as suas características. Primeiramente, ele é escasso, o que significa que ele não pode simplesmente ser produzido pelos governos, como acontece com o dinheiro. Em segundo lugar, ele não se deteriora nem perde suas propriedades ao longo do tempo.
A terceira característica é que ele é aceito em todo o mundo e é facilmente verificável. Por fim, temos o fato de que ele já se provou ao longo dos anos. Ou seja, há mais de 5 mil anos atrás ele já era valioso e, provavelmente, irá continuar sendo no futuro.
Outro motivo para investir em ouro é a diversificação da carteira de investimentos com um ativo que possui a capacidade de equilibrar a carteira. Acontece que quando o mercado de ações se desvaloriza, o ouro se valoriza. Desse modo, com ouro na carteira você consegue diluir algumas perdas na carteira.
Vantagens e desvantagens
A principal vantagem de investir em fundos de investimento em ouro, é a proteção de capital proporcionada pela aplicação em um ativo que funciona como reserva de valor.
Outra vantagem é que, nas crises, a tendência é que o seu preço suba. Além disso, ele proporciona a diversificação da carteira de investimentos, o que é uma forma de se proteger contra eventuais prejuízos.
Em contrapartida, temos a desvantagem de que os preços são bastante voláteis, sendo que a sua cotação costuma ser afetada por eventos macroeconômicos. Temos ainda a desvantagem de que este ativo não gera nenhuma renda passiva e não oferece uma grande valorização ao longo do tempo.
Como investir em ouro?
O primeiro passo para investir é se planejar e definir seus objetivos. Nessa etapa, você deve estabelecer o percentual da sua carteira que será alocado em fundos de ouro, por quanto tempo e por qual motivo. Você pode considerar também a compra de contratos futuros na bolsa e até mesmo adquirir o ouro físico. A melhor alternativa irá depender dos seus objetivos.
O próximo passo é pesquisar os fundos de investimento que aplicam em ouro. Faça uma comparação considerando as taxas cobradas, o desempenho e o histórico do fundo. Depois de decidir em qual fundo você vai aplicar, basta abrir uma conta na corretora, fazer uma transferência e investir.
Duas dicas para quem está começando a investir em ouro: 1º – Invista aos poucos: Faça uma aplicação e observe o seu desempenho. Como se trata de renda variável, ela passará por oscilações, mesmo que se trate de um ativo voltado para proteção de capital e não para a valorização.
2º – Diversifique seus investimentos: A diversificação funciona como uma forma de se proteger contra as oscilações do mercado. Para aprender como diversificar corretamente sua carteira, veja o vídeo de Raul Sena:
Enfim, agora que você sabe como investir em fundos de ouro, entenda a importância de uma Reserva de valor, o que é? Conceito, importância e principais tipos.
Fontes: Magnetis, Rico, Onze e Capital research
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