19 de fevereiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O swap é uma tipo de operação de derivativo, onde duas partes trocam a rentabilidade de ativos financeiros predefinidos. O intuito é diminuir os riscos e aumentar a previsibilidade para ambas as partes.
O contrato de swap serve também como uma ferramenta comumente utilizada pelas empresas, contra as oscilações abruptas do preço do dólar, já que ele visa garantir a previsibilidade em contratos que envolvem recebíveis e obrigações.
Apesar de ser bastante utilizada pela pelas empresas, o swap pode ser usado também pelos especuladores que desejam conseguir altos lucros em curto prazo.
O que é swap?
Swap é um tipo de derivado, que funciona por meio do acordo entre duas partes para ocorra uma troca da rentabilidade de ativos financeiros, de acordo com condições previamente combinadas.
As duas partes podem ser compostas de várias maneiras diferentes, como por exemplo, dois investidores, duas empresas ou ainda um investidor e uma empresa.
Também conhecido como troca de riscos, o swap costuma ser utilizado em estratégias de proteção que podem durar por um bom tempo. Sendo que, normalmente, as empresas realizam o swap, como um mecanismo na gestão de riscos.
Como funciona?
Um swap funciona como uma troca de riscos onde cada uma das partes busca diminuir os riscos através do aumento da previsibilidade para as partes do contrato. Os ativos financeiros trocados podem estar ligados à operações ativas ou passivas:
- Ativas: Estão relacionadas aos direitos de recebíveis ligados a uma empresa e o seu balanço patrimonial.
- Passivas: São as obrigações de uma empresa referente ao seu balanço patrimonial.
Um dos critérios acordados ao se realizar a operação de swap, é a determinação de uma data futura para que ocorra a troca financeira da rentabilidade dos indexadores entre ambas as partes. Ou seja, na data de vencimento, cada parte deve assumir a variação de um dos indexadores.
Os contratos de swaps são usados como uma estratégia de gestão de riscos envolvendo principalmente moedas, taxas de juros e commodities. Além disso, o swap pode ser usado em transações ligadas a outros indexadores financeiros como por exemplo, o dólar comercial e a Taxa Referencial.
Tipos de swap
Os contratos de swaps podem ser de vários tipos de acordo com os ativos relacionados. Os principais são:
1- Commodities: Esse tipo é utilizado sobretudo por empresas importadoras ou exportadoras de matérias-primas internacionais.
Um exemplo disso, são os swap com preços de petróleo, geralmente utilizados pelas companhias aéreas, pois são bastante dependentes do preço dessa commodity. Além do petróleo, esse tipo de swap pode estar atrelado a outras commodities como o milho, ouro ou boi gordo.
2- Índices: Nesse segundo tipo de swap, a troca ocorre entre a rentabilidade associada a um índice de ações ou de preços. Dentre os índices de ações usados temos o Ibovespa e o IBrX-50. Já nos índices de preços temos o IPCA e o IGP-M.
3- Cambial: Esse é um dos tipos de swaps mais utilizados no mercado financeiro, como mecanismo de gestão de risco de diversas empresas.
Nos contratos de swap cambial, uma das partes assume a responsabilidade de pagar a variação da cotação de uma moeda, enquanto a outra assume a obrigação de pagar a variação de uma taxa de juros pré-estabelecida.
Para que o swap serve?
O swap serve tanto para as empresas, quanto para os especuladores. As empresas que geralmente utilizam o swap, são aquelas que realizam atividades relacionadas ao mercado externo, através de exportações ou importações. Isso porque o swap funciona como uma maneira de se proteger contra as variações de preços de ativos internacionais.
Por outro lado, o swap serve também como uma maneira dos traders potencializarem seus ganhos. Neste caso, o objetivo é usar o swap para lucrar com a variação dos preços do dólar.
Para realizar esse tipo de operação, os traders se baseiam em análises técnicas e buscam encontrar o melhor momento para aderir aos contratos de swap de dólar.
Ao fazer operações de swap, o especulador está tentando se proteger da desvalorização do Real. Dessa maneira, o Banco Central (Bacen) pode acatar a obrigação de realizar o pagamento da variação do dólar no período do contrato, ao passo que o trader assume o pagamento de uma taxa de juros, geralmente o CDI.
Muitos contratos de swap são oferecidos pelo Banco Central como uma forma de tentar manter o equilíbrio entre a oferta e a procura do dólar. Basicamente, o que o Bacen faz é tentar diminuir uma alta ou queda repentina do dólar.
Swaps do Banco Central
O Banco Central disponibiliza dois tipos de operações de swaps: tradicional e reverso. Em ambos os tipos, o objetivo do Bacen é controlar as variações bruscas do dólar e não necessariamente obter lucros.
1- Tradicional: A operação de swap tradicional é um mecanismo usado pelo Bacen para tentar controlar as altas bruscas do dólar. Esse mecanismo é utilizado, pois, o aumento repentino pode impactar negativamente o Brasil.
Quando o contrato de swap tradicional chega ao fim, ocorre a troca financeira do rendimento resultante da variação dos indexadores durante o contrato.
Desse modo, quem estava se protegendo do dólar deve pagar ao Bacen a variação do CDI. Em contrapartida, o Bacen precisa pagar a oscilação do dólar.
2- Reverso: O objetivo do swap reverso é o contrário do swap tradicional. Portanto, no reverso, o intuito do Banco Central é atuar contra a queda do dólar. Sendo assim, o Bacen se compromete a pagar uma taxa de juros, ao passo em que os compradores do contrato devem pagar ao Bacen a variação do dólar do período do contrato.
Vantagens e desvantagens
Cada agente utiliza os contratos de swap com um objetivo específico, podendo ser o controle das variações do dólar, lucros em curto prazo ou como mecanismo de gestão de riscos. Dessa forma, para cada objetivo, temos uma vantagem diferente.
Por exemplo, para o trader, a vantagem é a possibilidade de altos retornos no curto prazo, já para as empresas, a vantagem é se protegerem das oscilações da moeda norte-americana.
Enfim, a vantagem que todos esses agentes possuem em comum com a utilização dos swaps, é a previsibilidade que ele proporciona.
Por outro lado, temos a desvantagem de que as operações de swaps possuem custos. Isso significa que se não for realizado no momento certo e de forma correta, o agente terá que arcar com o pagamento dos juros combinado no contrato.
Por exemplo, quando uma empresa faz um swap tradicional com o objetivo de se proteger contra a alta do dólar, se a moeda não passar pela valorização esperada, a empresa pode ter que pagar altos juros à contraparte. Ou seja, o swap pode trazer prejuízos para empresas e para os especuladores.
Swap é investimento?
O swap pode ser usado pelos traders como uma maneira de obter altos lucros no curto prazo. Entretanto, essas operações não são consideradas como investimento, somente como especulação. Portanto, os contratos de swap não são recomendados para investidores que pretendem construir um patrimônio.
O mais indicado para os investidores, é manter o foco no longo prazo e investir em empresas com base em seus fundamentos e potencial de crescimento. Nesse sentido, é interessante usar a Análise Fundamentalista, o que é? Conceitos, cálculos e como aplicar.
Fontes: Suno, Infomoney e Bussola do investidor
Imagens: Labfin provar, Jornal contábil, Métodos exatos, Working freelancer, Onze, Setting, The cap e Capital research