Quais são os tipos de investimentos de renda fixa?

A renda fixa é um categoria de investimentos onde as regras de retorno da aplicação são conhecidas no momento da aplicação. Dessa maneira, o investidor consegue prever qual será o retorno obtido antes de realizar a aplicação. O nome renda fixa passa a impressão de que os ativos não passam por oscilações, mas na verdade alguns tipos de títulos passam por oscilações diárias devido à marcação a mercado.

21 de maio de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os ativos de renda fixa são aplicações que passam por poucas oscilações e possuem baixos riscos para os investidores que mantiverem os títulos até o vencimento. De maneira geral, os títulos de renda fixa funcionam como uma espécie de empréstimo do investidor para a instituição emissora do ativo, em troca de uma taxa de juros.

Quer saber mais sobre o que é renda fixa e quais são os tipos de investimentos nessa categoria de ativos? Então leia!

Quais são os tipos de investimentos em renda fixa?

Os principais tipos de ativos de renda fixa são:

1) Tesouro direto

O tesouro direto é um programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a B3 para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma totalmente online. Lançado em 2002, o programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos, permitindo aplicações a partir de R$ 30,00.

Os títulos oferecidos pelo tesouro direto possuem diferentes tipos de rentabilidade, prazos de vencimento e fluxos de remuneração. Veja algumas características importantes:

  • Tesouro Selic: A rentabilidade desse título é baseada na taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira. A Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM.
  • Tesouro prefixado: Nesse tipo de título, você sabe exatamente a rentabilidade e quanto vai receber na data de vencimento. Essa taxa é definida tendo como base a expectativa do mercado e da inflação.
  • Tesouro IPCA+: Esse é um título híbrido que remunera a inflação do período e uma taxa previamente determinada. A vantagem desse ativo é que ele garante o ganho real para o investidor.

Além de ser acessível e apresentar muitas opções de investimento, o tesouro direto oferece boa rentabilidade e liquidez diária, mesmo sendo a aplicação de menor risco do mercado. Os investimentos em títulos públicos, por meio do Programa Tesouro Direto, são 100% garantidos pelo Tesouro Nacional, tornando-os os investimentos mais seguros do país.

Para começar a investir, siga esses passos:

  1. Simule seu investimento: Descubra qual é o melhor título para você.
  2. Faça seu cadastro: Abra uma conta em uma das Instituições Financeiras autorizadas.
  3. Transfira o dinheiro: Deposite ou transfira o dinheiro para a Instituição Financeira onde você fez o cadastro.
  4. Comece a investir: Agora você está pronto para investir no Tesouro Direto.

Se desejar saber mais detalhes, você pode consultar o site oficial do Tesouro Direto. Lá você encontrará informações sobre limites de investimento, resgate, preços dos títulos e muito mais.

2) CDBs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são ativos de renda fixa emitidos por bancos que objetivam arrecadar recursos para a realização das suas atividades.

Desse modo, ao investir em CDBs, o investidor empresta dinheiro para o banco por determinada taxa de juros e o banco posteriormente empresta esse dinheiro para os clientes por uma taxa de juros bem mais alta.

A vantagem desses títulos é que eles proporcionam um rendimento superior aos títulos do tesouro direto. Sendo que os bancos menores oferecem uma taxa de juros mais alta do que os grandes bancos, já que possuem maior risco de quebrar. Apesar do risco de falência, todos os CDBs contam com a garantia do FGC, sendo assim, o investidor está protegido.

3) LCIs e LCAs

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos de renda fixa emitidos por bancos e corretoras para financiar o setor imobiliário e agronegócio, respectivamente.

Esses investimentos têm prazos fechados para resgate, rendimentos atrelados a índices econômicos como CDI, IPCA, ou taxas fixas, e são isentos de Imposto de Renda. Além disso, contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), oferecendo segurança aos investidores.

4) Debêntures

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas de capital aberto na bolsa de valores para financiar projetos específicos.

Ao investir em debêntures, os investidores emprestam dinheiro às empresas e recebem juros e o valor principal de volta. Esses títulos podem ter prazos, taxas de juros e formas de pagamento variáveis, oferecendo aos investidores diversas opções de investimento.

Diferentemente das ações, que representam frações do capital de uma empresa, as debêntures são papéis de dívida, tornando os investidores credores das empresas emissoras.

A rentabilidade das debêntures costuma ser atrativa em comparação a outros produtos de renda fixa, e elas têm prazos de vencimento mais longos. A palavra “debênture” vem do latim “debentur”, que significa “são devidos”.

5) LCs

As LCs (Letras de Câmbio) são títulos de renda fixa utilizados por empresas de crédito para captar recursos.

Ao adquirir uma LC, o investidor empresta dinheiro à empresa emissora e recebe uma taxa de rentabilidade no vencimento do título. Esses títulos têm risco mais baixo e retorno previsível, sendo uma opção popular entre investidores conservadores.

As LCs são garantidas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e estão sujeitas à tributação do Imposto de Renda, com alíquotas regressivas conforme o prazo de permanência do título na carteira. Em resumo, as LCs são uma forma de investimento em renda fixa que oferece segurança e previsibilidade de retorno aos investidores.

6) CRIs e CRAs

Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são títulos de crédito lastreados em recebíveis imobiliários e agrícolas, respectivamente.

Os recebíveis são direitos de crédito que empresas têm sobre seus clientes, provenientes de vendas de imóveis ou produtos do agronegócio. Esses títulos são emitidos por empresas e negociados por meio de securitizadoras, oferecendo boas rentabilidades e isenção de Imposto de Renda.

Os CRIs e CRAs são investimentos de renda fixa que envolvem riscos de liquidez e crédito maiores que aplicações conservadoras, como CDBs, LCIs e LCAs, pois não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos.

Para mitigar o risco de crédito, esses títulos podem contar com garantias, como os próprios imóveis financiados no caso dos CRIs. É essencial analisar cuidadosamente a composição de cada certificado de recebíveis, a liquidez, a rentabilidade e a classificação de risco atribuída por agências independentes ao investir em CRIs e CRAs.

7) Fundos de DI

Por fim, temos ainda os Fundos de DI e os Exchange Traded Funds (ETFs).

Os Fundos DI são investimentos de renda fixa que acompanham as taxas de juros básicas da economia, como a taxa CDI e a Selic. Eles são compostos principalmente por títulos do tesouro direto e oferecem liquidez diária, baixo risco e rentabilidade próxima às taxas de referência.

Esses fundos são populares entre investidores conservadores que buscam segurança e boa rentabilidade, sendo uma opção interessante para formar uma reserva de emergência ou para investidores que desejam um retorno superior à poupança.

Os Exchange-Traded Funds (ETFs) são fundos de investimento que são negociados em bolsas de valores, permitindo que os investidores comprem e vendam cotas ao longo do dia, semelhante à negociação de ações. Esses fundos são compostos por uma cesta de ativos, como ações, títulos, commodities, ou outros ativos financeiros, e podem ser passivamente geridos para replicar o desempenho de um índice específico ou ativamente geridos por profissionais financeiros.

Os ETFs oferecem diversificação, transparência, eficiência tributária e custos mais baixos em comparação com investir em ativos individuais. Eles são uma forma popular de investimento que combina as vantagens dos fundos de investimento tradicionais com a flexibilidade da negociação em bolsa de valores.

Como escolher o melhor ativo de renda fixa?

A escolha do melhor ativo de renda fixa vai depender do seu perfil de investidor e objetivos. Apesar dos ativos de renda fixa no geral serem escolhidos por investidores conservadores, existem ativos mais arriscados como as debêntures, CRIs e CRAs que não são recomendados para todos os investidores conservadores, pois não possuem garantia do FGC.

Os objetivos devem ser considerados, pois os ativos de renda fixa possuem diferentes formas de remuneração e tempo de aplicação. Por exemplo, se você estiver investindo para a realização de um objetivo de longo prazo, o Tesouro IPCA+ pode ser uma boa escolha, já que ele possui prazos longos e deve ser mantido até o vencimento.

Após definir quais ativos se encaixam com seu perfil e objetivos, é preciso pesquisar a fundo sobre o funcionamento desses ativos. Por fim, basta fazer uma transferência para a sua corretora e investir.

Você sabia que alguns tipos de renda fixa podem render mais do que ações? Veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha e descubra quais são:

Fontes: Riconnect, Infomoney, Warren, Genial, Toro

GDR: o que são e como funcionam os Global Depositary Receipts?

Sociedade de Crédito Direto (SCD): o que é e como funciona?

IPI: o que é, como funciona e quando este imposto é cobrado?

Método de equivalência patrimonial: o que é e como funciona?