Ano eleitoral e volatilidade – devo parar de investir em ações?

Ano eleitoral traz volatilidade, incertezas e medos pro mercado de ações. O que fazer? Devo investir em ano eleitoral?

8 de abril de 2022 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Ano eleitoral agita bastante o mercado financeiro e deixa muito especulador louco com tantos altos e baixos na Bolsa de Valores. Essa volatilidade excessiva acaba deixando uma dúvida no ar: será que vai tudo cair? Seria o momento de parar de investir em ações?

A bem da verdade é que a euforia que toma conta do mercado, em ano eleitoral, costuma nem cheirar nem feder pro investidor de longo prazo (buy and holder).

Essa semana, contudo, recebi uma mensagem que achei por bem esclarecer.

O remetente é assessor de investimentos.

Ele me pediu pra alertar a comunidade do Investidor Sardinha de que, historicamente, o ano eleitoral é sempre conturbado e muito perigoso pro investidor. E mandou essa:

“Galera, fiquem longe e voltem ano que vem, quando o índice voltar a performar na normalidade, independentemente de quem seja o vencedor [das eleições].”

É melhor parar de investir em ano eleitoral?

Apesar de bem intencionado, nosso amigo está redondamente enganado quanto à postura do investidor frente às incertezas.

Até entendo que, na qualidade de assessor de investimentos, ele precisa dar uma atenção especial aos riscos. Afinal de contas, está lidando com o patrimônio de terceiros.

Dessa forma, parece preferível, em ano eleitoral, fugir dos investimentos em ações e migrar pra renda fixa, por exemplo.

Mas, na minha opinião, isso reflete um posicionamento errado da corretora pra a qual ele presta serviço.

Ou seja, “é preferível dar ao investidor a falsa sensação de segurança”. Assim, ele não tira o dinheiro da nossa corretora e coloca na concorrente.

Fez sentido pra você?

Pois é, pra mim também não.

Por isso, a nossa plataforma de investimentos (a IsaEx) tem uma mentalidade totalmente diferente: foco total em investimentos que interessam ao investidor – e não à corretora.

Ano eleitoral e volatilidade - devo parar de investir em ações?

O que fazer em ano eleitoral?

Quando se trabalha com educação financeira e se cria um público com real conhecimento de Bolsa de Valores, como fazemos no Investidor Sardinha, a conversa é outra.

O que aconteceria se, hoje, eu falasse pros meus alunos que virá uma turbulência pela frente e que todos deverão parar de investir durante o caos?

Certamente, eles me chamariam de louco!

Pois é exatamente nesses momentos, de baixa, que o investidor de longo prazo quer aumentar seus aportes.

Tirem os investidores da sala

Imagine ouvir este anúncio no sistema de som de um shopping:

“Prezados clientes, faremos uma mega promoção nos próximos 60 minutos. Saiam imediatamente das lojas e voltem daqui a uma hora, quando a promoção tiver acabado!”

Está aí uma boa sugestão de pegadinha, não é mesmo? Porque não faz nenhum sentido!

Quando os mercados estão em queda, é o melhor momento para ir às compras.

Esse sempre foi o método vencedor de Warren Buffet e de todos os investidores buy and hold.

No caso da nossa comunidade, a maioria está no momento de construção do patrimônio, buscando exatamente as boas oportunidades.

Então, como eu poderia botar medo e afugentar estes investidores em ano eleitoral?

Seria, enfim, meu suicídio como influenciador. Aqui jaz!

Pé no freio em ano eleitoral?

Por mais paradoxal que pareça, o conselho que realmente eu daria aos alunos do meu curso de investimentos (A Única Verdade Possível), em ano eleitoral, seria o seguinte:

Comprem com moderação!

Isso mesmo. O que acaba acontecendo é o oposto do conselho do nosso amigo assessor: os investidores de longo prazo acabam indo às compras e, muitas vezes, sem freio.

Querem botar na carteira todo que veem despencando pela frente.

Nessas horas, entretanto, é preciso sabedoria e cautela pra não “meter o louco” na Bolsa de Valores.

Rebalancear a carteira de investimentos

Sempre bato na tecla de que é preciso ter uma estratégia de investimento bem definida. E, com o tempo, ir fazendo os ajustes necessários na carteira.

É a forma correta de manter tudo bem dividido – entre renda fixa, ações, fundos imobiliários, ações internacionais, etc.

Acontece que, em momentos de alta volatilidade, muitos investidores de longo prazo vão loucamente pra renda variável. Acabam, portanto, se esquecendo de manter a coerência da estratégia.

Temos, na data de hoje, um cenário pouco comum em que tanto a renda fixa quanto as ações e fundos imobiliários estão com ótimas promoções.

Então, pro momento atual e pras variações que virão em decorrências das eleições, meu conselho é o mesmo:

Beba muito, mas não se embriague demais!

E, pro nosso amigo assessor, só me resta dizer:

Agrademos sua tentativa sincera de ajudar, mas vamos, carinhosamente, recusar seu conselho!

Se você gostou deste artigo, confira mais detalhes no vídeo acima, que publiquei no canal Investidor Sardinha.

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