Indicadores fundamentalistas: o que são e quais são os principais?

Os indicadores fundamentalistas são usados pelos investidores na análise de ações, em seus aspectos qualitativos e quantitativos. Saiba mais.

8 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Os indicadores fundamentalistas são uma das diversas maneiras de se analisar uma ação antes de investir. Um dos principais métodos é através da análise fundamentalistaOutra forma de analisar ações é por meio da análise técnica.

Quer saber mais sobre os indicadores fundamentalista e este tipo de análise? Continue a ler.

O que é análise fundamentalista?

A análise fundamentalista é um método de avaliação de ações que se concentra nas informações financeiras, econômicas e de mercado da empresa.

Alguns pontos-chave sobre a análise fundamentalista:

  • O objetivo é determinar o valor intrínseco da ação e avaliar se ela está subvalorizada ou sobrevalorizada no mercado.
  • Analisa indicadores como lucro por ação, relação preço-lucro, dívida líquida, patrimônio líquido, entre outros, para entender a saúde financeira e o potencial de crescimento da empresa.
  • Também considera fatores macroeconômicos e de governança corporativa da empresa.
  • É uma abordagem recomendada para investidores de longo prazo que buscam se tornar sócios do negócio, ao contrário da análise técnica que foca em tendências de curto prazo.
  • É considerada uma análise mais completa e aprofundada em comparação à análise técnica, porém também mais demorada de ser realizada.

Portanto, a análise fundamentalista é um método abrangente de avaliação de ações que busca identificar empresas subvalorizadas com potencial de valorização no longo prazo com base em seus fundamentos financeiros, econômicos e de mercado.

O que são os indicadores fundamentalistas?

Indicadores fundamentalistas são informações financeiras e competitivas das empresas listadas na bolsa de valores. Eles são usados para analisar e comparar ações, permitindo que os investidores decidam quais ativos são mais interessantes para suas carteiras de investimento. Esses indicadores fornecem dados sobre a saúde financeira e o desempenho operacional das empresas. Mais adiante, oferecemos uma lista dos principais indicadores.

Esses indicadores são essenciais para quem deseja investir ou monitorar seus ativos no mercado financeiro. Eles constam nos balanços financeiros divulgados trimestralmente pelas empresas listadas na Bolsa.

Lembre-se de que a análise fundamentalista considera dados macro e microeconômicos, bem como informações específicas da empresa, para avaliar se uma ação é um bom investimento.

Para que servem os indicadores fundamentalistas?

Os indicadores fundamentalistas servem para contribuir com a análise de ações. Em outras palavras, os indicadores contribuem com dados objetivos para que o investidor consiga analisar uma ação antes de investir nela. 

Entretanto, é importante que o investidor não considere os indicadores fundamentalistas isoladamente. Isso porque cada um deles se destina a averiguar uma área da empresa.

Dessa maneira, se apenas um indicador for levado em consideração, a análise ficará incompleta, não servindo como base para indicar a qualidade de uma ação. 

Quais são os principais indicadores fundamentalistas?

Existem diversos tipos de indicadores fundamentalistas disponíveis para contribuir com a análise do investidor. Dessa forma, os principais são: 

1) Preço sobre Lucro (P/L)

O Preço sobre Lucro (P/L), também chamado de Preço Sobre Resultado (PSR), mostra o quanto a cotação de uma ação significa em relação ao lucro conseguido com ela. Sendo assim, através do P/L, é possível comparar os preços das ações e descobrir qual está mais cara ou barata. 

O P/L é determinado por meio do cálculo: P / L = Cotação da Ação / Lucro por Ação. Sendo assim, o Lucro por Ação (LPA) é obtido através da divisão do lucro líquido da empresa pelo número total de ações emitidas pela companhia. 

Em relação ao resultado, quanto maior for o P/L mais cara é uma ação. Desse modo, quanto menor for o valor do P/L de uma ação, em comparação com outras ações, melhor são as expectativas em relação com este papel.

Mais atenção: Se o P/L de uma ação estiver muito baixo, ele pode indicar riscos ao investidor. Isso porque a empresa pode apresentar uma baixa expectativa de manter os lucros no futuro.

2) Dividend Yield (DY)

O Dividend Yield (DY) é um indicador fundamentalista usado para determinar o quanto um ativo pagou em dividendos nos últimos 12 meses, em relação à sua cotação atual.

Logo, quanto mais alto for o Dividend Yield de uma empresa, melhor é a distribuição de proventos ao investidor. O cálculo usado para averiguar se uma empresa é uma boa pagadora de dividendos é: DY = Dividendo / Cotação da Ação.

3) P/VPA

O P/VPA é usado para analisar a relação entre a cotação de um ativo e o valor patrimonial tangível da empresa. Portanto, este indicador fundamentalista serve para apontar o quanto o preço da ação representa entre os ativos da empresa. 

O cálculo para este indicador é: P/VPA = Cotação da Ação / Valor Ativo Tangível (por ação). Já o Valor do Ativo Tangível (VPA) é determinado através da divisão do patrimônio líquido da companhia pelo número de ações por ela emitido. 

Em resumo, o resultado 1 significa que a ação está sendo negociada pelo preço equivalente ao patrimônio líquido da organização. Se o resultado for menor que o 1, então as ações estão sendo negociadas abaixo do seu preço em relação ao patrimônio líquido. 

Se o resultado for maior que 1, então as ações estão sendo negociadas acima do patrimônio líquido da organização. Por fim, é importante notar que o P/VPA só considera os ativos tangíveis da empresa, desconsiderando os ativos intangíveis. 

4) Margem bruta

A margem bruta é usada para verificar a rentabilidade da empresa com seus produtos e serviços, depois de se descontar os custos, porém, sem descontar as despesas administrativas e de vendas. Basicamente, a margem bruta serve para demonstrar o quanto a empresa está ganhando com o resultado imediato com seus produtos e serviços. 

5) EBITDA

A sigla EBITDA deriva do inglês Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization que, traduzindo, significa Lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização.

Por levar em consideração apenas os dados relacionados de fato à operação da empresa, a EBITDA, é utilizada para verificar o real desempenho operacional da organização.

O cálculo da EBITDA é feito depois que se encontra o EBIT – Lucro Operacional Líquido por meio da fórmula EBIT = Receita líquida de vendas – Custos dos produtos vendidos – despesas operacionais.

Com o resultado do EBIT, é possível fazer o cálculo do EBITDA através da equação: EBITDA = Lucro operacional líquido + depreciações + amortizações.

O resultado da EBITDA serve para demonstrar a capacidade produtiva de uma empresa. Sendo assim, quanto maior for o resultado dos cálculos, maior é a capacidade produtiva da companhia.

6) ROE

O Return on Equity, ou Retorno sobre Patrimônio Líquido, é utilizado para determinar o quanto a empresa consegue gerar de retorno para o capital nela investido. O seu cálculo é: ROE = Lucro Líquido / Capital Social. 

7) ROIC

O Return on Invested Capital (ROIC), ou Retorno Sobre o Capital Investido, é usado como uma forma de verificar o desempenho financeiro de uma organização.

O ROIC se parece com o ROE. Contudo, enquanto o ROE se refere apenas ao retorno sobre o capital próprio, o ROIC é o retorno sobre o capital total investido, isto é, a soma do capital próprio e do capital de terceiros. 

A fórmula para calcular este indicador fundamentalista é: ROIC = Resultado Operacional / Valor Contábil do Capital Investido. É importante notar que estes cálculos devem ser realizados depois de se subtrair do lucro líquido, os dividendos pagos durante o período de um ano e dividir este valor pelo capital investido. 

8) Dívida Líquida sobre Patrimônio Líquido (DL/PL)

Este indicador é usado para determinar o quanto do patrimônio da empresa corresponde à dívida líquida da companhia. Assim sendo, o DL /PL serve para verificar o quanto do patrimônio da empresa equivale à dívida. Portanto, quanto menor for os resultado deste indicador fundamentalista, melhor. 

9) Análise fundamentalista da margem operacional

A margem operacional é um dos indicadores fundamentalistas usados para determinar o lucro operacional conquistado por uma empresa, para cada venda realizada.

Dessa forma, para determinar a margem líquida, é preciso dividir o resultado operacional (após os custos e despesas) pela receita líquida. Em síntese, empresas com maiores margens operacionais, geralmente, possuem maior lucratividade.

10) Margem líquida

A margem líquida serve para determinar o quanto de lucro líquido derivou de cada venda. Para encontrar a margem líquida, é preciso dividir o Lucro Líquido pela Receita Líquida. 

11) Balanço patrimonial na análise fundamentalista

O balanço patrimonial é um documento disponibilizado pelas empresas, onde constam os seus ativos e passivos. Logo, o balanço patrimonial é importante na análise fundamentalista por ser a base para a determinação do patrimônio líquido da empresa.

12) Valor intrínseco

Para finalizar, temos o valor intrínseco, que é o preço justo por uma ação. Existem maneiras diferentes de definir o valor intrínseco, no entanto, todas elas contam com uma certa dose de subjetividade.

Uma das fórmulas mais usadas é: VI= √ (22,5 x LPA x VPA, onde VI significa valor intrínseco, LPA é o lucro por ação e VPA é o valor patrimonial da ação. 

Fontes: Suno, Infomoney, Genial, Lotus Capital Br, Análise de Ações

Non Performing Loan (NPL): o que é e como funciona?

Arrendamento: o que é, para que serve e quais os tipos?

Lock-up: o que é e como funciona esse tipo de cláusula?

Usufruto: o que é, como funciona e quais são os tipos?