Certificado de depósito interbancário, o que é? Ativos atrelados ao CDI

O Certificado de depósito interbancário (CDI), é um título emitido pelos bancos em suas realizações de empréstimo de curtíssimo prazo. Basicamente, o Banco Central determina que os bancos precisam fechar o dia com saldo positivo. Dessa maneira, para não fechar no vermelho, às vezes os bancos precisam emprestar dinheiro entre si, e essa intermediação acontece por meio dos CDIs.

15 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer


Segundo a determinação do Banco Central, nenhum banco pode fechar o dia com saldo negativo. Portanto, para seguir a obrigatoriedade do Bacen, os bancos emitem o Certificado de depósito interbancário.

Esses títulos emitidos pelos bancos são negociados entre instituições financeiras no Open Market. Desse modo, a estabilidade do sistema financeiro é garantida. 

Como os títulos correspondem a empréstimos de curtíssimo prazo, eles são negociados com uma taxa de juros. A média dessas taxas é calculada pela B3 e forma a taxa CDI, usada como referência para vários ativos de renda fixa

O que é Certificado de depósito interbancário

O Certificado de depósito interbancário (CDI), é um título emitido pelos bancos para a realização de empréstimos de curtíssimo prazo.

Basicamente, o Banco Central determina que os bancos devem fechar o dia com saldo positivo. Dessa maneira, para não fechar no vermelho, às vezes, os bancos precisam emprestar dinheiro entre si, e essa intermediação acontece por meio do CDI.

Certificado de depósito interbancário, o que é? Ativos atrelados ao CDI

Topinvest

Nestes empréstimos de curtíssimo prazo feitos entre os bancos, ocorre a cobrança de juros. Como essas operações são registradas na B3, ela calcula qual a média de juros usada entre as instituições, para determinar qual será a taxa CDI. Essa taxa, por sua vez, é atrelada ao rendimento de diversos tipos de investimentos. 

Como o Certificado de depósito interbancário funciona

Como dito anteriormente, o Banco Central determina que os bancos fechem o dia com saldo positivo. Porém, em dias em que as pessoas sacam mais dinheiro do que depositam, o banco fica com saldo negativo. Portanto, os bancos recorrem à emissão de títulos CDI, com o objetivo de conseguir dinheiro emprestado com outros bancos.

O funcionamento do CDI é parecido com os CDBs – Certificado de depósito bancário. No entanto, com os CDBs os bancos captam dinheiro dos investidores. Já o CDI é oferecido exclusivamente para outros bancos, como uma forma de não fechar o dia com saldo negativo. 

Certificado de depósito interbancário, o que é? Ativos atrelados ao CDI

Clube do valor

As negociações de CDI ocorrem durante a noite, no Open Market. Assim como os CDBs, o CDI oferece uma taxa de juros em troca do dinheiro emprestado. Essas operações restritas aos bancos, são registradas pela B3 que calcula a média diária de juros praticada e determina a taxa DI ou taxa CDI.

Taxa CDI e os investimentos

A taxa CDI é utilizada como base para a rentabilidade de vários ativos de renda fixa, como por exemplo, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Dessa forma, é comum encontrar investimentos que oferecem, por exemplo, 100%, 110% ou ainda 120% do CDI. 

Inclusive, quando se diz que uma aplicação rende 100% do CDI, significa que a remuneração será o equivalente à taxa CDI. Também podem ocorrer casos em que a remuneração é acima da taxa CDI, ficando em 110% ou 120%. Entretanto, o contrário também pode acontecer, e o ativo oferecer somente parte da taxa CDI, 80%, por exemplo. 

Certificado de depósito interbancário, o que é? Ativos atrelados ao CDI

Exame

Além disso, o CDI é usado também como referência para análise do rendimento dos fundos de renda fixa. Sendo assim, se o desempenho do fundo for superior à taxa CDI, então o retorno foi satisfatório. Se for abaixo, a performance poderia ter sido melhor. 

Como a taxa CDI é usada como referência em vários investimentos de renda fixa, ele impacta diretamente na rentabilidade desses ativos. Ou seja, quando a taxa CDI sobe, os retornos são mais altos. Quando a taxa CDI baixa os retornos diminuem. 

Taxa CDI e Selic

Geralmente, a taxa CDI fica bem próxima da taxa Selic – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Em resumo, a Selic é a taxa base de juros da economia brasileira.

Isso significa que o seu valor impacta todas as demais taxas de juros do Brasil, inclusive a taxa CDI. Ela também é utilizada na rentabilidade de alguns investimentos, assim como a taxa CDI.

Segredos do mundo

O valor da Selic é definido a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM). Ao influenciar as outras taxas de juros, a Selic atua diretamente na inflação.

Logo, quando a Selic está alta, todas as taxas de juros aumentam e as pessoas passam a consumir menos e a inflação diminui. Ao contrário, quando a Selic está baixa, ocorre um estímulo econômico para que as pessoas consumam mais. 

Investimentos atrelados à taxa CDI

Como boa parte dos ativos de baixo risco são atrelados ao CDI, essa taxa passou a ser chamada de taxa livre de risco. A lógica é que, para ser vantajoso e livre de riscos, um investimento deve trazer retorno ao menos equivalente à taxa CDI.

Normalmente, os investimentos que usam o CDI são ativos pós-fixados, que rendem conforme as variações da taxa. Enfim, os investimentos atrelados ao CDI são:

1- CDBs

Em síntese, os CDBs são títulos emitidos pelos bancos como uma forma de arrecadar dinheiro para viabilizar suas operações de crédito, como por exemplo, os empréstimos.

Os CDBs são vistos como uma boa opção de investimento, pois geralmente oferecem uma boa rentabilidade e possuem proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Sendo assim, se o banco quebrar, o investidor tem direito de receber até R$ 250 mil por CPF e instituição. 

Contábeis

2- LCA e LCI

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI), também são emitidas pelos bancos com o objetivo de arrecadar recursos. Contudo, neste caso o dinheiro é destinado para os respectivos setores de agronegócio e imobiliário. Além de contarem com a proteção do FGC, esses ativos são ainda vantajosos por possuírem isenção de imposto de renda. 

3- CRA e CRI

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRI), são títulos securitizados. Eles também são isentos de imposto de renda, assim como as LCIs e LCAs. Porém, eles não contam com a proteção do FGC. 

4- Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por empresas que desejam captar recursos para a expansão do negócio ou para financiar projetos. Como características principais, temos que as debêntures não são protegidas pelo FGC e costumam ser de longo prazo. 

Estúdio

Em relação aos impostos, elas podem seguir a tabela progressiva do Imposto de Renda ou podem ser isentas. As debêntures isentas são chamadas de Debêntures incentivadas e são isentas de IR por serem focadas na realização de projetos de infraestrutura que irão beneficiar o país. 

5- Fundos Simples

Por fim, temos ainda os fundos de renda fixa simples, que usam o CDI como benchmark. Ou seja, a meta desses fundos é conseguir a rentabilidade no mínimo equivalente à taxa CDI. Esses fundos investem pelo menos 95% do capital em títulos públicos e outros ativos de renda fixa.  

Enfim, agora que você sabe tudo sobre o Certificado de depósito interbancário, aproveite para descobrir quais as opções de  Investimentos sem imposto de renda – Quais são e características.

Fontes: Infomoney, Rico, Eu quero investir e Eu quero ficar rico

Imagens: Carteira, Topinvest, Exame, Clube do valor, Segredos do mundo, Contábeis e Estúdio

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