31 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
A opção de investimento em fundos DI é disponibilizada principalmente pelos bancos e corretoras. O argumento por trás da oferta é que eles possuem um rendimento superior à poupança e por isso seriam uma boa alternativa de investimento.
Os fundos DI são vistos também como uma opção para a reserva de emergência, por possuírem liquidez diária. São ainda uma forma prática de investir, já que as aplicações ficam por conta do gestor.
No entanto, os fundos DI apresentam algumas desvantagens que o investidor deve estar atento. Uma delas é a taxa de administração, que pode representar um enorme custo em momentos em que a taxa Selic está muito baixa.
O que são fundos DI
De maneira geral, os fundos de investimentos são uma espécie de reunião de investidores. Como os fundos são divididos em cotas, os investidores são chamados de cotistas. O responsável por escolher os ativos e aplicar o patrimônio do fundo, é o gestor.
Fundos de Renda Fixa Referenciados DI, ou simplesmente Fundos DI, possuem pelo menos 95% do capital aplicado em ativos de renda fixa, logo, eles são categorizados como fundos de renda fixa. Além disso, eles têm a característica principal de acompanharem um índice de referência, que geralmente é o CDI.
Como os fundos DI funcionam
Os fundos DI funcionam por meio de aplicações em ativos de renda fixa, geralmente pós-fixados, indexados na Selic ou no CDI. A Selic é a taxa básica de juros e influencia todas as demais taxas de juros brasileiras.
Já o CDI – Certificados de Depósitos Interbancário, costuma ficar bem próximo da taxa Selic. Em resumo, os bancos não podem fechar o dia no vermelho e para isso, às vezes eles precisam fazer empréstimos entre si. Dessa maneira, o CDI é a média de juros cobrados nestes empréstimos de curtíssimo prazo.
Um detalhe importante sobre o funcionamento dos fundos DI é que eles possuem um rendimento diário. Sendo assim, todos os dias os administradores do fundo calculam e creditam o valor que as aplicações rendaram. Ou seja, caso o investidor deseje fazer o resgate, ele terá a rentabilidade do período em que manteve o investimento.
Além de possuírem rentabilidade diária, os Fundos de Renda Fixa Referenciados DI possuem também liquidez diária. Desse modo, o investidor pode solicitar o resgate do seu capital a qualquer momento, já que a maioria não possui prazo de carência.
Custos
Ao aplicar em fundos DI, o investidor deve estar preparado para lidar com dois tipos de custos: taxa de administração e impostos.
1- Taxa de administração
A taxa de administração é um valor cobrado pela instituição que faz a administração do fundo. Apesar de ser divulgada como um percentual anual, esta taxa é cobrada diariamente de forma proporcional.
Um detalhe importante, é que ela recai sobre todo o dinheiro aplicado pelo investidor. Sendo assim, dependendo do seu valor, ela pode representar uma parcela considerável no retorno da aplicação.
Portanto, em momentos em que as taxas de juros estão baixas – o que influencia diretamente no retorno dos fundos DI – é importante que o investidor fique atento aos valores cobrados. Afinal de contas, se um fundo cobrar 2% de taxa de administração e a Selic estiver bem próxima disso, após todos os descontos, o ganho real do investimento pode ser bem baixo.
2- Impostos
Os custos com impostos são dois: IOF e IR. O IOF – Imposto Sobre Operações Financeiras, só ocorre se o investidor fizer o resgate do investimento antes dos trinta dias. O seu desconto começa em 96% e chega a 0% quando a aplicação completa 30 dias.
Já o IR – Imposto de Renda, é descontado semestralmente em cima da rentabilidade dos Fundos DI, popularmente chamados de come-cotas. O valor a ser descontado, depende do tempo que o dinheiro ficar aplicado. Em fundos de curto prazo, com aplicação de até 180 dias, o valor é de 22,5% e acima dos 180 dias, a alíquota é de 20%.
Por outro lado, os fundos DI de longo prazo possuem uma tabela diferente. Neste caso, até os 180 dias da aplicação, o IR é de 22,5%. Entre 180 dias e 360 dias, o IR baixa para 20%. Entre 361 dias e 720 dias, o imposto fica em 17,5% e acima dos 720 dias, o IR chega ao valor mínimo de 15%.
Vantagens e desvantagens
Uma das principais vantagens dos fundos DI é o baixo risco, já que o fundo investe em ativos de renda fixa. Outra vantagem, é a possibilidade de solicitar o resgate do investimento a qualquer momento. Por fim, temos ainda a vantagem da rentabilidade diária e o baixo valor inicial para investir.
Por outro lado, temos a desvantagem da taxa de administração que representa uma parcela significativa a ser descontada. Outro ponto negativo, é a rentabilidade que costuma não ser muito atraente, afinal, este fundo busca seguir o desempenho do CDI. Entretanto, o CDI fica perto da Selic, que por sua vez, está muito baixa.
Como investir em fundos DI
Os fundos DI geralmente são procurados por investidores conservadores, que querem um investimento com liquidez diária, porém que sejam mais rentáveis do que a poupança.
O primeiro passo para investir em fundos DI, é analisar se esta é a opção de investimento que mais se encaixa com seus planos ou se é melhor aplicar em ativos de renda fixa por conta própria.
Caso realmente queira investir em fundos de DI, você deve pesquisar sobre os fundos disponíveis e verificar o histórico de desempenho, taxas cobradas e valor mínimo de investimento.
Por fim, resta escolher um fundo e aplicar nele. Você pode fazer isso através dos bancos ou por meio de corretoras de valores, onde as corretoras, geralmente, possuem opções mais atraentes.
E aí, curtiu conhecer sobre os fundos DI? Então aproveite para descobrir quais são os outros Tipos de fundos de investimento – Quais são e como funcionam
Fontes: Orama, Eu quero investir, Infomoney e Xpi
Imagens: Suno, Ver angola, Btg pactual, The cap, Idinheiro, Uol e Economirna