16 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
Investir pressupõe alguns custos, como por exemplo, a taxa de corretagem, emolumentos e impostos. No entanto, muitas corretoras e bancos oferecem corretagem zero, ou seja, eles não cobram corretagem em determinados tipos de investimentos.
A taxa de corretagem funciona como uma remuneração pelo serviço de intermediação realizado pelas instituições. Porém, como as corretoras possuem outras maneiras de terem lucros, algumas estão zerando completamente suas taxas.
Apesar de ser bastante atraente excluir este custo dos seus investimentos, é importante se ater a alguns detalhes, como por exemplo, a solidez e a qualidade do atendimento disponibilizado pela corretora.
O que é taxa de corretagem?
A corretagem é um valor cobrado pelas corretoras e bancos para intermediar as operações do investidor na bolsa de valores. Dessa maneira, sempre que o investidor envia uma ordem de compra ou venda, a corretora cobra um valor pelos seus serviços.
Cada corretora define as normas de cobrança da corretagem. Sendo assim, alguns determinam um valor a ser cobrado para cada ordem.
Outras estabelecem a cobrança de acordo com o resultado da operação. Além disso, existem ainda as corretoras que trabalham com corretagem zero. Nas instituições com corretagem, a cobrança pode assumir formas diferentes:
Valor fixo: As taxas de corretagem com valor fixo são cobradas a cada ordem, independente do seu valor. Logo, tanto faz se o investidor vai comprar R$ 500,00 em ações ou R$ 2 mil, o valor da corretagem será o mesmo.
Valor variável: Menos comum do que a corretagem de valor fixo, o valor variável muda de acordo com o investimento. Dessa forma, uma ordem de compra de R$ 500 possui um custo diferente do que uma ordem de R$ 2 mil.
Valor fixo + porcentagem: Por fim, temos a cobrança feita por meio de um valor fixo + porcentagem. Essa modalidade funciona por meio de um valor fixo e o desconto de uma porcentagem em cima do valor negociado.
Como a corretagem zero funciona
As instituições que trabalham sem taxa de corretagem, normalmente estabelecem alguns critérios para a corretagem zero. Desse modo, em boa parte das corretoras, investir em ativos de renda fixa, como tesouro direto, LCI, LCA e CDB, é gratuito.
Por outro lado, o investimento em renda variável, como ações e contratos futuros, pode ter uma cobrança. O valor da cobrança varia entre instituições. Porém, já existem no mercado instituições que oferecem corretagem gratuita também em ativos de renda variável, como ações, ETFs e BDRs.
Como as instituições com corretagem zero ganham dinheiro
Muitas das corretoras que fazem corretagem zero em renda fixa, ainda cobram taxas para investimentos em renda variável. Logo, é por meio delas que as corretoras retiram boa parte de seus lucros.
Já nas empresas que fazem corretagem gratuita em renda fixa e variável, existem algumas outras formas de se conseguir lucro.
Uma maneira é com o spread das operações. Em resumo, as corretoras captam os títulos e distribuem para os investidores. Nesse processo, ela pode captar um título que está oferecendo uma remuneração X e oferecer para o investidor com uma remuneração Y.
Vamos para um exemplo prático: Suponhamos que um banco tenha emitido um CDB que pague 116% do CDI. Então, a corretora pega esse título e oferece aos investidores com a rentabilidade de 114% do CDI.
Dessa forma, esses 2% servem como remuneração para a corretora. É por isso que o mesmo título pode oferecer remunerações diferentes de acordo com a corretora.
Outros tipos de cobranças
Apesar de a corretagem ser um dos principais custos para se investir, existem outros gastos que o investidor deve levar em consideração, além da corretagem zero. Algumas das taxas que o investidor deve estar atento é:
Taxa de custódia: É importante não confundir a taxa de corretagem com a taxa de custódia. A taxa de custódia é cobrada pelo armazenamento dos ativos adquiridos pelo investidor, já a corretagem é cobrada pela intermediação das operações. O valor da taxa de custódia pode variar entre instituições, podendo ser uma cobrança fixa, variável ou ser zerada.
Emolumentos: Os emolumentos são cobrados pela bolsa de valores e seu valor irá variar dependendo do tipo de operação e do volume negociado.
Imposto Sobre Serviço (ISS): O ISS é um imposto cobrado em cima da taxa de corretagem e, normalmente, o valor do ISS é calculado em cima dos lucros com os investimentos. É importante ficar atento com este tributo, já que algumas instituições consideram este imposto ao divulgar o valor da sua taxa de corretagem e outras camuflam a sua cobrança.
Imposto de renda (IR): Por fim, temos ainda o imposto de renda, que incide na maioria dos investimentos. Nas operações que não são de day trade, o IR é de 15%. Entretanto, se a operação não ultrapassar os R$ 20 mil por mês, ocorre a isenção. Já para os traders, o imposto é de 20%.
Outros critérios importantes além da corretagem gratuita
Além de analisar se a instituição possui corretagem zero, é importante também estar atento a outros critérios. Portanto, vale considerar se a corretora possui analistas qualificados, uma plataforma que não fique travando e um bom atendimento.
Além disso, é importante checar se a instituição é sólida e de confiança. Dessa forma, o investidor deve averiguar se a corretora possui autorização para funcionar de acordo com o Banco Central do Brasil, a Bolsa de Valores Brasileira e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
E aí, curtiu saber como funciona a corretagem zero? Então, aproveite para aprender sobre os Impostos sobre investimentos – Principais tipos e como são cobrados
Fontes: Btg pactual, Moneytimes e Toro investimentos
Imagens: Modalmais, Yubb, Datena, Infomoney, Admiral markets e Day trader pro