21 de dezembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer
A poupança é o tipo de aplicação favorita entre a maior parte da população brasileira. Entretanto, existem diversos investimentos melhores que a caderneta.
Isso porque, mesmo com a facilidade e praticidade deste investimento, ele não proporciona ganho real ao investidor.
Como funciona o rendimento da poupança
Antes de te contar quais são os investimentos melhores do que a poupança, você precisa saber como funciona o rendimento da poupança.
Desse modo, você vai entender o porque ela não é tão atrativa. Apesar de ser melhor do que deixar o dinheiro embaixo do colchão, o retorno da poupança é muito baixo.
Portanto, ela parece que trás rendimentos. Mas, na verdade, sua rentabilidade fica abaixo da inflação. A inflação é a responsável pela perda do poder de compra do consumidor.
Logo, se os ganhos da poupança ficam abaixo da inflação, significa que você a está perdendo poder de compra.
Enfim, para os depósitos realizados até o ano de 2012, que é chamada de poupança antiga, a regra de remuneração é: Rendimento da poupança = Taxa de juros de 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR).
No entanto, para os depósitos depois de 2012, o rendimento passou a ser determinado de acordo com duas regras:
- Se a Selic estiver mais alta que 8,5%, o rendimento é: 0,5% ao mês + Taxa Referencial;
- Se a Selic estiver abaixo ou igual a 8,5%, o rendimento será de: 70% da Selic + Taxa Referencial.
Vale destacar que desde 2017, a Taxa Referencial está zerada. Portanto, ela não adiciona nenhum retorno. Além disso, como a Selic está muito baixa, é a segunda regrinha que está valendo.
Em resumo, a rentabilidade da poupança corresponde a 70% da taxa Selic, o que faz com que o seu retorno fique abaixo do aumento da inflação.
Em outras palavras, a poupança trás uma rentabilidade nominal. Porém, ao descontar a perda do poder de compra do consumidor através da inflação, temos que a poupança tem ganho real negativo.
Opções de investimentos melhores que a poupança
Como você percebeu, deixar seu dinheiro na poupança não é uma boa ideia.
Mas não se preocupe, existem diversos outros tipos de investimentos que rendem mais que a poupança. Inclusive, muitos deles contam com a mesma proteção da caderneta.
1- CDB
A primeira opção dentre os investimentos melhores que a poupança, é o Certificado de Depósito Bancário (CDB). Ao optar por esta aplicação, o investidor basicamente empresta dinheiro para os bancos em troca de um percentual de juros.
Este tipo de investimento é especialmente interessante por proporcionar a mesma segurança do que a poupança.
Dessa forma, através do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o investidor tem o direito de receber até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de falência.
O único cuidado que o investidor deve ter é procurar por bancos emissores que sejam sólidos. Assim, o risco de falência da instituição se torna menor.
Além do mais, é importante ficar atento aos prazos, que podem variar entre 30 dias e 5 anos. Logo, é indicado escolher um prazo que melhor se adeque aos seus planos e, de preferência, esperar até o fim para fazer o resgate.
2- Tesouro Direto
Para os investidores que procuram por segurança, o tesouro direto é uma boa opção. Afinal, os títulos do tesouro são emitidos pelo Governo Federal.
Dessa maneira, somente se o país quebrar, é que o investidor não terá o seu dinheiro de volta. Em síntese, ao aplicar no tesouro, o investidor está emprestando dinheiro ao governo e contribuindo com a dívida pública.
Ele é ainda uma boa opção para as pessoas que querem formar uma reserva de emergência, já que possui liquidez diária.
Isso significa que, quando precisar de dinheiro, o investidor pode fazer o resgate dos investimentos, sem a necessidade de esperar pelo vencimento do título. Enfim, existem algumas opções do tesouro direto:
Tesouro Selic: Geralmente utilizado em investimentos de curto prazo, o tesouro Selic rende somente o valor que estiver a taxa Selic.
Tesouro IPCA+: Esta opção certamente está entre os investimentos melhores do que a poupança, já que o rendimento acima da inflação é certo.
Acontece que o tesouro IPCA+ rende a inflação do período, mais uma porcentagem fixa. Ou seja, a rentabilidade acima da inflação é garantida.
Tesouro prefixado: Por fim, no tesouro prefixado, o investidor já sabe a porcentagem que aquele investimento irá render até o momento do resgate, sem sofrer variações.
3- As LCIs são melhores que a poupança
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são investimentos melhores que a poupança.
A aplicação em LCI funciona como um empréstimo do investidor para uma instituição financeira, que posteriormente irá direcionar o dinheiro para o setor imobiliário.
Além de serem investimentos que rendem mais que a poupança, as LCIs também possuem a mesma garantia da poupança proporcionada pelo FGC.
Por fim, elas têm ainda a vantagem de serem isentas de imposto (IR), assim como a poupança.
4- LCA
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), funcionam de maneira similar aos investimentos em LCIs.
Sendo assim, elas são isentas de IR e contam com a proteção do FGC. A única diferença é que os recursos captados pelas LCAs são destinados ao setor do agronegócio.
5- LC
As Letras de Câmbio (LC) possuem um funcionamento parecido com os CDBs. O que os difere é que os CDBs são emitidos pelos bancos, já as LCs são emitidas por financeiras.
Isto torna as LCs um pouco mais arriscadas, por isso, elas costumam oferecer uma remuneração um pouco mais interessante.
Apesar de serem consideradas mais arriscadas, as LCs possuem a mesma garantia que as CDBs. Ao optar por LCs, o investidor deve estar atento aos prazos.
Isso porque as LCs, no geral, são investimentos de longo prazo que só podem ser resgatados no vencimento. Desse modo, o prazo mínimo costuma ficar em torno de 360 dias, e o máximo pode chegar a 7 anos.
6- Investimentos que rendem mais do que a poupança: Fundos
Os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores. Sendo que o objetivo é investir em um ativo ou setor em específico.
Ao investir em um fundo, você não precisa se preocupar com a escolha dos ativos que farão parte da carteira do fundo. Isso porque, os fundos contam com um gestor profissional focado nisso.
Dessa forma, os fundos podem ser uma boa opção para quem está começando a investir, já que um profissional irá escolher os ativos por você.
Isso também é uma facilidade para as pessoas que não querem dedicar seu tempo à analise de ativos.
Porém, se você gosta de analisar e escolher os próprios ativos, talvez você ache os fundos meio limitantes, já que você não pode escolher os ativos.
Em relação ao tipo de ativo que compõem a carteira do fundo, pode variar bastante. Isso porque, existem diferentes tipos de fundos que se dedicam a aplicar em diferentes classes de ativos. Por exemplo, existem fundos de:
- Renda fixa;
- Ações;
- Multimercado;
- Cambiais;
- Dívidas.
A minha dica é que ao escolher um fundo, você analise os indicadores e verifique qual o nível de risco que ele corre. Isso porque, dependendo do tipo de ativo e estratégia do fundo, ele pode correr mais ou menos risco.
É claro que quanto mais risco o fundo corre, maiores são as chances dele ter altos retornos. Você deve levar em conta o risco para que você respeite o seu perfil de investidor.
Ou seja, verifique o risco do fundo e não invista em um fundo que não esteja de acordo com o seu perfil. Respeite sempre o seu perfil.
7- Fundos imobiliários
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são mais um entre os investimentos que rendem mais do que a poupança.
Sendo que ele é um tipo de fundo de investimento que tem como foco a aplicação em imóveis ou títulos relacionados ao setor imobiliário.
Nessa lista ele aparece separado dos demais fundos, pois os FIIs têm algumas peculiaridades. Por exemplo, os FIIs costumam distribuir dividendos de forma mensal.
Dessa forma, você pode usar esses proventos, por exemplo, para viver de renda.
Ou então, se você ainda está na fase de construção de patrimônio, você pode reinvestir esses dividendos para que você possa usufruir do efeito dos juros compostos.
Outra vantagem dos FIIs é que os dividendos são isentos de imposto de renda. Sendo assim, o dinheiro que você receber de proventos, você não vai precisar descontar o IR, como ocorre com alguns outros tipos de investimento.
Vale ressaltar que essa isenção é apenas para os dividendos. Isso significa que se você vender as cotas, você terá sim que pagar imposto.
Por isso, não deixe de analisar bem o fundo antes de investir nele, assim você pode ficar com as cotas durante muitos anos. Alguns fatores que você pode analisar nos FIIs são:
- Liquidez;
- Histórico de rentabilidade;
- Taxa de vacância;
- Estratégia;
- Diversificação da carteira do fundo.
8- Investimentos que rendem mais do que a poupança: bolsa de valores
Por fim, para fechar a nossa lista de investimentos melhores que a poupança, temos a bolsa de valores. Na bolsa de valores, você pode comprar ações de boas empresas.
Em síntese, as ações são frações de empresas de capital aberto. Você pode lucrar da bolsa de duas formas:
- Valorização das ações;
- Recebimento de dividendos.
No primeiro caso, você compra as ações por um preço baixo e espera que ela se valorize. Com a valorização, você tem a opção de vender os ativos ou continuar com eles.
Ao vender, você pode usar o dinheiro para o que quiser. Por outro lado, ao manter as ações, o seu patrimônio pode continuar a crescer se a ação continuar a se valorizar.
Da mesma maneira, no caso dos dividendos você pode gastar o dinheiro ou reinvestir. Sendo que, se você reinvestir, você pode usufruir do efeito dos juros compostos.
O mais recomendado ao investir em bolsa é ter foco no longo prazo. Sendo assim, a ideia é comprar ações de boas empresas, reinvestir os dividendos e ficar com essas ações em carteira durante anos.
Por isso, ao investir em ações é essencial que você analise os indicadores da empresa e compre ativos de boas empresas.
Riscos de investir em ações
A bolsa de valores faz parte da renda variável. Isso significa que você corre riscos, já que você pode tanto ter altos lucros, quanto prejuízos.
Contudo, tenha em mente que em todos os investimentos existe uma relação entre risco e retorno. Sendo assim, quanto mais arriscado for uma aplicação, maiores são as chances de altos retornos.
Além disso, nunca deixe de investir de acordo com o seu perfil de investidor, assim você potencializa as chances de obter os resultados desejados.
Por fim, não se esqueça de diversificar a sua carteira de investimentos. Isso porque, a diversificação dilui os riscos da carteira.
Mais do que procurar por investimentos que rendem mais que a poupança, é importante que antes de investir, você crie uma Reserva de Emergência – O que é, como começar e onde investir