Corretagem zero: como funciona e como as corretoras ganham dinheiro?

Investir pressupõe alguns custos, como por exemplo, a taxa de corretagem, emolumentos e impostos. Contudo, muitas corretoras e bancos oferecem corretagem zero, ou seja, eles não cobram corretagem em determinados tipos de investimentos.

16 de dezembro de 2020 - por Nathalia Lourenço


Investir envolve alguns custos, como a taxa de corretagem, emolumentos e impostos. No entanto, muitas corretoras e bancos oferecem a chamada corretagem zero, ou seja, não cobram essa taxa em determinados tipos de investimentos.

A taxa de corretagem serve como remuneração pelos serviços de intermediação prestados pelas instituições. No entanto, como as corretoras possuem outras formas de gerar lucro, algumas decidiram eliminar completamente essa cobrança. Embora a ideia de investir sem esse custo adicional seja atraente, é importante ficar atento a detalhes como a solidez da corretora e a qualidade do atendimento oferecido.

O que é taxa de corretagem?

A corretagem é uma taxa que as corretoras e os bancos cobram para intermediar as operações dos investidores na bolsa de valores. Ou seja, sempre que o investidor faz uma ordem de compra ou venda, a corretora cobra pelo serviço.

Cada corretora define suas próprias regras de cobrança da corretagem. Algumas cobram um valor fixo por cada ordem, enquanto outras calculam a taxa com base no resultado da operação. Também existem corretoras que oferecem corretagem gratuita. Nas corretoras com cobrança, as formas de pagamento podem variar.

  • Valor fixo: As taxas de corretagem com valor fixo são cobradas a cada ordem, independente do seu valor. Logo, tanto faz se o investidor vai comprar R$ 500,00 em ações ou R$ 2 mil, o valor da corretagem será o mesmo.
  • Valor variável: Menos comum do que a corretagem de valor fixo, o valor variável muda de acordo com o investimento. Dessa forma, uma ordem de compra de R$ 500 possui um custo diferente do que uma ordem de R$ 2 mil.
  • Valor fixo + porcentagem: Por fim, temos a cobrança feita por meio de um valor fixo + porcentagem. Essa modalidade funciona por meio de um valor fixo e o desconto de uma porcentagem em cima do valor negociado.

Como a corretagem zero funciona?

As instituições que oferecem corretagem zero geralmente estabelecem critérios específicos para esse benefício. Por exemplo, em muitas corretoras, investir em ativos de renda fixa, como Tesouro Direto, LCI, LCA e CDB, é isento de taxas de corretagem.

Por outro lado, o investimento em renda variável, como ações e contratos futuros, pode envolver cobrança de corretagem. O valor dessa cobrança varia conforme a instituição. No entanto, já existem corretoras no mercado que oferecem corretagem gratuita também para ativos de renda variável, como ações, ETFs e BDRs.

Como as instituições com corretagem zero ganham dinheiro?

Muitas corretoras que oferecem corretagem zero para investimentos em renda fixa ainda cobram taxas para investimentos em renda variável. Essas cobranças são uma das principais fontes de lucro para as corretoras.

Nas empresas que oferecem corretagem gratuita tanto em renda fixa quanto em renda variável, existem outras formas de gerar lucro.

Uma dessas formas é o spread das operações. As corretoras compram títulos e os distribuem aos investidores. Durante esse processo, elas podem adquirir um título que oferece uma remuneração X e revender com uma remuneração Y.

Vamos a um exemplo prático: suponha que um banco emita um CDB pagando 116% do CDI. A corretora compra esse título e o oferece aos investidores com uma rentabilidade de 114% do CDI. Nesse caso, a diferença de 2% é o lucro da corretora. Por isso, o mesmo título pode ter rentabilidades diferentes dependendo da corretora.

Quais são as outras taxas cobradas ao investir?

Embora a corretagem seja um dos principais custos para quem investe, existem outras taxas que o investidor também precisa considerar, além da corretagem zero. Fique atento a algumas delas:

1. Taxa de custódia

Não confunda a taxa de corretagem com a taxa de custódia. A taxa de custódia é cobrada pelas instituições para guardar os ativos adquiridos pelo investidor, enquanto a corretagem é cobrada pela intermediação das operações. O valor da taxa de custódia pode variar entre as instituições e pode ser fixa, variável ou até mesmo zerada.

2. Emolumentos

A bolsa de valores cobra emolumentos, que são taxas adicionais aplicadas com base no tipo de operação realizada e no volume de ativos negociados. Essas taxas podem variar, por isso é importante verificar com a sua corretora os valores específicos para cada operação.

3. Imposto Sobre Serviço (ISS)

O ISS é cobrado sobre a taxa de corretagem e, normalmente, é calculado sobre os lucros dos investimentos. Fique atento, pois algumas instituições já incluem esse imposto no valor da corretagem, enquanto outras não deixam isso claro.

4. Imposto de Renda (IR)

Por fim, temos o imposto de renda, que incide sobre a maioria dos investimentos. Para operações que não são de day trade, o IR é de 15%. No entanto, se a operação não ultrapassar R$ 20 mil por mês, ela fica isenta de IR. Para os traders, a alíquota é de 20%.

Outros critérios importantes além da corretagem gratuita

Além de analisar se a instituição possui corretagem zero, é importante também estar atento a outros critérios. Portanto, vale considerar se a corretora possui analistas qualificados, uma plataforma que não fique travando e um bom atendimento.

Além disso, é importante checar se a instituição é sólida e de confiança. Dessa forma, o investidor deve averiguar se a corretora possui autorização para funcionar de acordo com o Banco Central do Brasil, a Bolsa de Valores Brasileira e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

E aí, curtiu saber como funciona a corretagem zero? Então, aproveite para aprender sobre os Impostos sobre investimentos – Principais tipos e como são cobrados

Fontes: Btg pactual, Moneytimes e Toro investimentos

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