Risco de mercado: o que é, como funciona e qual a sua importância?

O risco de mercado é o potencial de resultado negativo de uma empresa, causado pelas mudanças nos preços e parâmetros do mercado. Os preços e parâmetros principais são os preços das ações, taxas de câmbio, taxas de juros, volatilidades e correlações.

30 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer


O risco de mercado é a possibilidade de resultado negativo de uma empresa, causado pelas mudanças nos preços e parâmetros do mercado. Desse modo, os preços e parâmetros principais são os preços das ações, taxas de câmbio, taxas de juros, volatilidades e correlações.

Para medir um risco, é utilizado a metodologia Value at Risk. Em seus cálculos, utiliza-se a rentabilidade esperada e o resultado serve como um indicador do potencial de perda de uma carteira de investimentos.

Para proteger a carteira de investimentos do risco de mercado, é essencial diversificar entre diferentes tipos de ativos de renda fixa e renda variável. Veja como. 

O que é risco de mercado?

Em essência, o risco de mercado é a possibilidade de uma empresa ter resultado negativo. Esse risco pode ser resultado de mudanças de preços e parâmetros do mercado em que a companhia está inserida. Dessa forma, os principais preços e parâmetros são: taxas de câmbio, taxas de juros, oscilações dos preços das ações, volatilidades e correlações.

Portanto, as variações que os investimentos passam ao longo do tempo, caracterizam o risco de mercado. Dessa forma, essas variações contribuem com as modificações das condições do mercado, o que resulta nas oscilações dos preços dos títulos. Enfim, alguns dos principais fatores que contribuem com as variações do mercado são:

  • Ataques terroristas;
  • Desastres naturais;
  • Recessões;
  • Turbulências políticas;
  • Mudanças nas taxas de câmbio;
  • Mudanças nas taxas de juros.

Como funciona o risco de mercado?

A avaliação de risco é uma técnica usada no gerenciamento de risco, cujo objetivo é avaliar a probabilidade e os impactos dos riscos. Ou seja, a intenção é avaliar o que o risco realmente representa para os envolvidos ou afetados, isto é, para os empreendedores e investidores.

Como calcular o risco de mercado?

Para calcular o risco de mercado, é preciso identificar qual o risco e qual a probabilidade que ele ocorra. Posteriormente, é necessário estabelecer o nível de risco e qual decisão deve ser tomada. Um detalhe importante é que, normalmente, os riscos não são eliminados. Na verdade, eles são apenas identificados e controlados. Algumas perguntas que podem ajudar na avaliação dos riscos são:

  • O que pode acontecer?
  • O nível de risco é tolerável?
  • O risco pode ser completamente eliminado? Se não, como ele pode ser controlado para que produza o menor dano possível?

Para medir o risco de mercado é usado o Value at Risk ou VaR Paramétrico, que ajuda a medir o percentual de perda de uma carteira de investimentos sujeita aos riscos do mercado. Sendo assim, esses riscos são riscos de oscilações dos preços das ações, variações nas taxas de juros, valores das commodities e mudanças da taxa de câmbio.

Em síntese, o cálculo do VaR Paramétrico usa dados de rentabilidade esperados para o negócio e o seu risco histórico, que pode ser medido pelo desvio padrão. Dessa maneira, a fórmula é:

VaR = | R – z? | V.

Sendo que R é o retorno esperado, Z é o valor correspondente para o nível de significância, ? é o desvio padrão de rentabilidade e por fim, V é o valor do investimento.

Quais são os principais riscos de mercado?

O risco de mercado é dividido em quatro tipos e cada uma das categorias é subdividida de acordo com suas características.

1) Risco financeiro 

O risco financeiro é subdividido em diversas categorias de risco:

  • Crédito: O crédito é a capacidade de determinada empresa em honrar suas dívidas ou pode ser ainda o acesso dessas empresas ao capital;
  • Cambial: É causado pelas oscilações da taxa de câmbio;
  • Custos: Este risco de mercado está associado ao aumento dos custos de matéria-prima, fornecedores e mão de obra;
  • Capital: É o excesso dos custos de capital;
  • Liquidez: Ocorre quando o investidor pode não conseguir resgatar facilmente uma aplicação;
  • Inflação: A inflação reduz o valor do dinheiro o que impacta negativamente no valor dos investimentos;
  • Taxa de juros: Esse risco está relacionado a perda do potencial causada pelas mudanças nas taxas de juros;
  • Receita: É o risco de que os rendimentos sejam inferiores às despesas;
  • Patrimonial: O patrimonial é o risco de que ocorra perda de potencial devido às oscilações nos preços das ações.

2) Risco de desempenho 

O risco de desempenho pode ser dividido em quatro subcategorias:

  • Legal: Esse é o risco de responsabilidade legal;
  • Conformidade: É o risco de ameaça de conformidade com os regulamentos e normas;
  • Qualidade: É o risco dos impactos negativos nos resultados;
  • Segurança: Ocorre quando a segurança do público e dos colaboradores podem ser impactados de maneira negativa.

3) Risco estratégico

Por fim, temos o risco estratégico, que possui 2 subdivisões:

  • Mercado: Esse é o risco de que a empresa seja superada pelos concorrentes ou que a demanda seja inferior à oferta;
  • Reputação: É o risco de que a reputação da empresa seja comprometida.

Outros riscos nos investimentos

Além do risco de mercado, os investimentos também estão sujeitos a outros tipos de riscos:

1) Risco de liquidez

O risco de liquidez é a impossibilidade de resgatar determinado investimento ou quando o resgate ocasiona prejuízos. Por exemplo, os títulos do tesouro direto possuem liquidez diária. No entanto, alguns tipos podem gerar prejuízos ao investidor, caso sejam resgatados antes do prazo de vencimento.

2) Risco de crédito

O risco de crédito está associado à possibilidade do investidor receber um calote. Por exemplo, ao adquirir um CDB, o investidor está basicamente emprestando dinheiro para o banco. Portanto, o investidor possui risco de crédito, pois o banco pode deixar de devolver o dinheiro.

3) Risco operacional 

Por fim, o risco operacional é o risco de que ocorra algum engano no processo de investir. Por exemplo, o investidor pode enviar uma ordem de compra e a corretora executar a ordem errada.

8 formas de minimizar os riscos de mercado

1) Diversificação da Carteira

Distribuir investimentos em diferentes classes de ativos e setores reduz a exposição a movimentos adversos em uma única área. Assim, isso ajuda a mitigar o impacto de eventos específicos, já que perdas em um setor podem ser compensadas por ganhos em outro.

2) Uso de Derivativos

Instrumentos financeiros como opções e contratos futuros podem ser utilizados para proteger posições existentes contra movimentos desfavoráveis no mercado. Esses contratos permitem fixar preços para transações futuras, ajudando a minimizar a volatilidade.

3) Monitoramento Contínuo do Mercado

A avaliação regular das condições de mercado e a análise de indicadores econômicos ajudam na identificação precoce de riscos. Isso permite ajustes proativos na estratégia de investimento, aumentando a capacidade de resposta a mudanças inesperadas.

4) Análise Cuidadosa dos Ativos

Avaliar a saúde financeira das empresas e as tendências macroeconômicas é crucial. Entender os fatores que podem afetar os preços dos ativos permite tomar decisões mais informadas e reduzir o risco associado.

5) Rebalanceamento Regular da Carteira

Ajustar periodicamente a alocação de ativos conforme as condições do mercado e as expectativas econômicas ajuda a manter o perfil de risco desejado. Isso pode incluir aumentar ou diminuir a exposição a determinadas classes de ativos.

6) Manter uma Perspectiva de Longo Prazo

Focar em objetivos de investimento de longo prazo pode ajudar a evitar reações impulsivas às flutuações do mercado no curto prazo. Historicamente, permanecer investido tende a resultar em retornos mais consistentes ao longo do tempo.

7) Investir em Ativos com Alta Liquidez

Optar por ativos que podem ser comprados e vendidos facilmente reduz o risco de liquidez, especialmente em períodos de volatilidade elevada. Isso garante que o investidor possa realizar transações sem grandes perdas.

8) Educação Financeira Contínua

Manter-se informado sobre as condições do mercado, novas estratégias de investimento e ferramentas financeiras é fundamental para uma gestão eficaz do risco. Uma boa formação financeira ajuda os investidores a tomar decisões mais acertadas.

Essas estratégias não eliminam completamente o risco de mercado, mas ajudam a gerenciá-lo, tornando os investimentos mais seguros e potencialmente mais rentáveis ao longo do tempo.

Qual é o impacto do risco de mercado sobre os investimentos?

O risco de mercado pode afetar os diferentes tipos de investimentos, de formas diversas. A renda fixa, por exemplo, geralmente é menos impactada com esse tipo de risco. Em contrapartida, o mercado de ações e os fundos de investimentos são mais afetados pelo risco de mercado.

Fontes: Bcg Brasil, Empiricus, Day Coval, Edu Moreira, Modal Mais, Guru, Gold Mansachs

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