2 de maio de 2022 - por Jaíne Jehniffer
Para se proteger da inflação, você precisa tomar algumas atitudes como, repensar a sua forma de gastar no dia a dia e fazer investimentos com retorno acima da inflação.
Sendo que a inflação é o aumento generalizado dos preços de bens e serviços. Desse modo, a inflação corrói o seu poder de compra, fazendo com que você precise de mais dinheiro para comprar o mesmo de antes.
Qual o impacto da inflação no seu bolso?
Em primeiro lugar, você precisa saber o que é inflação.
Em resumo, a inflação é o resultado da alta oferta de dinheiro no mercado, que eleva a demanda frente a oferta e, por causa da lei da oferta e demanda, faz com que os preços se elevem.
Ou seja, o excesso de dinheiro na economia acaba gerando a inflação. Como os preços dos produtos e serviços sobem de forma generalizada, a gente precisa de cada vez mais dinheiro para comprar os mesmos produtos de antes.
Portanto, na prática, a inflação faz com que a gente perca poder de compra. Logo, o custo de vida fica mais caro. É por isso que é essencial saber como se proteger da inflação.
No Brasil, o IPCA é o índice oficial da inflação. Sendo que ele acompanha a variação de preços de mais de 300 itens nas principais cidades brasileiras.
É claro que o IPCA não representa o aumento do custo de vida de todas as pessoas, já que cada uma tem hábitos de consumo diferentes.
Seja como for, o que importa para o consumidor é o quanto ele pagou quando precisou adquirir algo.
Enfim, a inflação é um problema pois ela causa a perda do poder de compra do consumidor. Com isso, é preciso sempre mais dinheiro para comprar o mesmo item de antes.
5 dicas para se proteger da inflação
Como a inflação tem um grande impacto no seu bolso, é essencial buscar maneiras para se proteger da inflação. Sendo assim, algumas dicas são:
1- Invista em ativos atrelados à inflação
Investir em ativos atrelados à inflação é uma das principais dicas para se proteger contra a inflação.
Isso porque ativos atrelados a índices inflacionários, como IPCA e IGP-M, garantem um retorno acima da inflação. Ou seja, ao aplicar nesses ativos, você tem a certeza de que terá um ganho acima da inflação.
A maioria dos ativos atrelados à inflação são de renda fixa. Em síntese, na renda fixa você sabe desde a aplicação como será o retorno da aplicação.
Além disso, os ativos de renda fixa são menos arriscados do que os ativos de renda variável. Acontece que a maior parte dos ativos de renda fixa têm algum tipo de garantia.
Por exemplo, as LCIs são protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição em caso de calote.
Enfim, algumas opções de investimentos que têm proteção contra a inflação são:
1- Tesouro IPCA
O Tesouro IPCA é um título público que remunera a inflação mais uma taxa de juros. Desse modo, você tem a garantia de um retorno acima da inflação.
Os títulos do Tesouro IPCA não contam com a proteção do FGC. Apesar disso, eles estão entre os títulos mais seguros do mercado, já que possuem a garantia do governo.
2- LCIs e LCAs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs) são títulos emitidos por bancos. Na prática, ao investir em LCIs e LCAs, você está emprestando o seu dinheiro para o banco em troca de uma taxa de juros.
As LCIs e LCAs podem ser prefixadas, pós-fixadas e híbridas. No caso, são os títulos híbridos atrelados à inflação que têm proteção contra a inflação. Esses títulos têm a proteção do FGC.
3- Debêntures
As debêntures são títulos emitidos pelas empresas. Elas funcionam de forma parecida com as LCIs e LCAs. No entanto, elas são emitidas por empresas e não por bancos.
Além disso, elas se diferem em relação à segurança. Isso porque elas não têm a proteção do FGC, logo, são mais arriscadas.
4- ETFs
Por fim, temos os Exchange Traded Funds (ETFs). No geral, os ETFs replicam a carteira teórica de um índice, com o intuito de apresentarem uma performance similar.
Nesse sentido, os ETFs que protegem contra a inflação são aqueles que replicam o desempenho de índices de inflação. Sendo que a maioria segue o IMA-B e suas variações.
2- Revise os seus hábitos de gastos pessoais
A segunda dica para se proteger contra a inflação é repensar os seus hábitos de consumo.
Isso porque, com a inflação alta, você não vai conseguir comprar as mesmas coisas que comprava antes, com a mesma quantidade de dinheiro.
Por exemplo, se antes você comprava uma camiseta por R$ 100,00 e o segmento de vestuário teve um aumento de preços de 5%, essa camiseta vai custar em torno de R$ 105,00.
Se vários produtos e serviços passarem por esta alta, você vai precisar de muito mais dinheiro para comprar as mesmas coisas que comprava antes.
Dessa maneira, você pode cortar gastos desnecessários ou ainda substituir itens por outros mais em conta.
3- Como se proteger da inflação: negocie
Outra forma de se proteger contra a alta dos preços, é negociar o seu salário para que a sua renda seja elevada. Além disso, não deixe de negociar os preços de produtos ou serviços quando você for gastar.
Em locais onde a negociação não é possível, você pode fazer uma comparação de preços com os concorrentes em busca de melhores opções.
4- Exposição em moeda estrangeira forte para se proteger da inflação
Ter parte do seu patrimônio em uma moeda forte, como o dólar, por exemplo, é uma boa forma de se proteger contra a inflação. Isso porque, em períodos de crise nacional, o dólar tende a se valorizar frente ao real.
Dessa forma, enquanto o real está perdendo valor, você pode aproveitar a alta do dólar, se parte do seu patrimônio estiver nesta moeda. Antigamente era bem complicado investir fora.
Mas fora em dia existem várias opções de corretoras internacionais que atendem ao público brasileiro. Sendo assim, você pode abrir a sua conta, fazer uma transferência e comprar ativos nas bolsas norte-americanas.
Outra opção são os ETFs que replicam o desempenho da bolsa norte-americana e os BDRs – Brazilian Depositary Receipts.
5- Tenha cuidado com os investimentos atrelados aos juros
A primeira dica dessa lista foi investir em ativos atrelados à inflação. Contudo, existem também os ativos que remuneram uma taxa de juros específica até o vencimento do título.
A vantagem é que você tem uma previsibilidade de retorno. Contudo, dependendo do cenário econômico, o rendimento não será maior do que a inflação.
Isso porque, com o passar do tempo, a inflação pode subir muito e ficar acima da taxa de juros que o título remunera.
Por exemplo, vamos imaginar que você investiu em um título do Tesouro Prefixado com juros de 6% ao ano, em 2018. Vamos supor também, que este título irá vencer em 2025.
Pode ser que em 2018, a taxa de 6% ao ano, fosse um bom retorno. No entanto, nós fechamos o ano de 2021 com uma inflação de 10,06%. Isso significa que você teve um retorno abaixo da inflação em 2021.
Enfim, gostou de conferir as dicas de como se proteger da inflação? Então aproveite para descobrir quais são as consequências da inflação.
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