13 de maio de 2021 - por Jaíne Jehniffer
O Banco Central do Brasil (Bacen) estabelece que os bancos devem fechar o dia sempre com saldo positivo. Desse modo, os bancos emitem títulos de CDI e realizam empréstimos de curtíssimo prazo entre si para cumprir a determinação do Bacen.
Nesses empréstimos são cobradas taxas de juros e a B3 faz o cálculo da média das taxas de juros praticadas. O resultado desses cálculos é a taxa DI, que é usada como índice de rendimento de diversos ativos de renda fixa.
Outra taxa muito importante na economia, é a taxa Selic. Sendo que a diferença entre as duas taxas é que a taxa DI é a média dos juros praticados entre os bancos. Por outro lado, a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira.
O que é CDI?
A sigla CDI deriva de Certificado de Depósito Interbancário, um título de curtíssimo prazo emitido pelos bancos em busca de empréstimos. Em outras palavras, CDI é um certificado interbancário negociado entre os bancos, com validade de um dia para o outro. Esses empréstimos de curtíssimo prazo existem para que a determinação do Banco Central seja cumprida.
Em síntese, o Bacen determina que os bancos não podem fechar o dia no vermelho. Sendo assim, nos dias em que os clientes sacam muito dinheiro, os bancos precisam recorrer a empréstimos entre si. Ao emitir títulos de CDI, os bancos oferecem uma taxa de juros em troca do empréstimo.
Como as negociações de títulos de CDI são registradas na B3, ela faz o cálculo da taxa média de juros praticada pelas instituições. Essa taxa é calculada diariamente e é conhecida como taxa DI ou taxa CDI. Apesar de ser um indicador calculado diariamente, ele também é calculado em base mensal e anual.
O funcionamento de um título de CDI é parecido com um CDB – Certificado de Depósito Bancário. Dessa forma, ambos são títulos emitidos por bancos com o objetivo de arrecadar dinheiro. A grande diferença entre eles, é que o CDI é negociado apenas entre bancos, ao passo em que os CDBs são oferecidos para os investidores em geral.
Como o CDI funciona?
O CDI funciona como referência de rentabilidade para diversos ativos no mercado financeiro. Dessa maneira, ele é usado como base para o retorno de diversos ativos de renda fixa, como por exemplo, CDBs e LCIs. Inclusive, a taxa DI é usada como benchmark para fundos de renda fixa.
Neste caso, quando o fundo apresenta um rendimento acima do CDI, ele teve uma performance satisfatória. Ao contrário, quando o rendimento fica abaixo do CDI, o fundo poderia ter tido um desempenho melhor. Os títulos atrelados ao CDI são pós-fixados. Isso significa que eles rendem uma porcentagem do CDI.
Por exemplo, um CDB que oferece 100% do CDI rende exatamente a variação do CDI no período. Contudo, os títulos podem render mais ou menos do que o CDI. Por exemplo, um CDB pode oferecer um retorno de 140% do CDI. Como esses títulos irão render uma porcentagem do CDI, o rendimento varia conforme as oscilações do CDI. Logo, quando o CDI sobre os rendimentos aumentam e vice-versa.
Diferenças entre CDI e Selic
O CDI é um título emitido pelos bancos para captarem dinheiro e fecharem o dia com saldo positivo. A B3 calcula a média de juros oferecida entre os títulos negociados e divulga a taxa CDI, que é usada como referência para ativos de renda fixa.
Por outro lado, o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) e impacta nas demais taxas de juros. Ao influenciar as outras taxas de juros, a Selic está diretamente relacionada com o controle da inflação.
Assim como o CDI, a Selic é usada como referência para alguns tipos de investimentos de renda fixa. Além disso, o CDI costuma ficar bem próximo da taxa Selic. Isso significa que, quando a taxa Selic baixa, normalmente o CDI também é reduzido e impacta os investimentos atrelados a uma das duas taxas.
Investimentos atrelados ao CDI
Existem diversos tipos de investimentos pós-fixados, com rentabilidade atrelada ao CDI. Sendo que, para calcular o rendimento, basta verificar o CDI do período desejado e aplicar o percentual do investimento. Por exemplo, vamos calcular o rendimento dos últimos 12 meses de um CDB que paga 95% do CDI.
Suponhamos que o índice no período tenha sido de 14% e a aplicação tenha sido de R$ 1.000. Neste caso o cálculo é 0,95*14 = 13,3%*1000 = 133,00. Portanto, o rendimento durante o ano de um CDB que paga 95% do CDI, foi de R$ 133,00.
1- CDBs
Os Certificados de Depósito Bancário são títulos emitidos pelos bancos com o objetivo de captar recursos para realizar suas atividades. Ao investir em CDBs, o investidor está basicamente emprestando seu dinheiro para o banco, em troca de uma taxa de juros que pode ser prefixada ou pós-fixada (atrelada ao CDI).
A tributação dos CDBs ocorre através da tabela regressiva do Imposto de Renda (IR), que começa com a alíquota de 22,5% e é reduzida até o mínimo de 15%, de acordo com o tempo que o dinheiro ficar aplicado. A grande vantagem desses títulos é que eles são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por instituição e CPF em caso de calote do banco.
2- Debêntures
As debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas. Elas são parecidas com os CDBs, com a diferença de que são emitidas por empresas e, por isso, não possuem a proteção do FGC. Enfim, as debêntures pós-fixadas remuneram um percentual do CDI e as debêntures incentivadas possuem a vantagem de serem isentas de IR.
3- LCIs e LCAs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), são títulos emitidos pelos bancos com a intenção de destinar recursos para os respectivos setores imobiliário e do agronegócio. Esses títulos são cobertos pelo FGC e possuem a vantagem de serem isentos de Imposto de Renda.
4- CRIs e CRAs
Outro tipo de investimento com rendimento atrelado ao CDI, são os Certificados de Recebíveis Imobiliário (CRIs) e do Agronegócio (CRAs). Eles também são isentos de imposto de renda. Entretanto, eles não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito.
5- Fundo de renda fixa
Os fundos de renda fixa simples aplicam majoritariamente em títulos públicos federais, títulos emitidos por instituições com risco semelhante aos títulos públicos e em operações compromissadas. Dessa forma, os fundos geralmente usam o CDI como uma meta de rendimento e são um tipo de fundo escolhido principalmente por investidores conservadores.
6- LC
Por fim, temos ainda as Letras de Câmbio (LCs), que são parecidas com as LCIs e LCAs. A diferença principal entre elas, é que as LCs não são isentas de IR. Sendo assim, a tributação ocorre por meio da tabela regressiva, com a alíquota máxima de 22,5% e mínima de 15%.
Enfim, agora que você sabe o que é CDI, aproveite para aprender como funciona a Capitalização composta, o que é? Como usar e diferenças entre simples
Fontes: Infomoney, Rico e Nubank
Imagens: Sua previdência privada, Onze, Topinvest, Clube do valor, Urbe, Pag seguro e Fdr