25 de setembro de 2020 - por Sidemar Castro
Os fundos de investimento são uma modalidade em que o investidor não está sozinho. Vários investidores, chamados cotistas, fazem parte do fundo e, juntos, investem em ativos em comum. Existem vários tipos de fundos de investimento, o que ajuda na diversificação da carteira.
A diversificação da carteira, por sinal, é muito importante, não apenas para quem está começando, mas também para quem quer ter uma carteira forte. Em resumo, a diversificação ajuda a não perder muito dinheiro, caso algum setor tenha baixa no mercado.
Além disso, por ser uma reunião de investidores, os fundos de investimento são uma boa opção para começar a investir em renda variável. Isso porque, os riscos, ao se investir através de um fundo com gestão profissional, são menores do que investir sozinho na bolsa.
Se quer saber mais sobre os fundos de investimentos e seus tipos, continue a ler.
O que são e como funcionam os fundos de investimentos?
Os fundos de investimento são uma modalidade de aplicação financeira coletiva. Eles reúnem recursos de diversos investidores, que delegam as decisões de investimento a um gestor profissional. Cada fundo tem seu próprio regulamento, que define regras claras sobre onde esse gestor pode atuar, quais são os limites de exposição, os custos, o público-alvo, entre outras informações essenciais.
Eles podem ser voltados para a renda fixa, ações, câmbio, commodities, ou até mesmo com liberdade para atuar em todos os mercados, que são os conhecidos fundos multimercados. Em todas essas categorias, existem níveis de risco distintos para o investidor escolher.
Os rendimentos que o fundo conseguir são repassados aos investidores como rentabilidade, de acordo com as regras do regulamento do investimento. Assim como ações, existem ainda fundos que investem em outros tipos de ativos. A rentabilidade depende da proposta do fundo.
Essa classe de investimentos é particularmente vantajosa para o pequeno investidor, que pode acessar ativos e mercados que sozinho não teria condições para isso. É também uma alternativa interessante para quem não tem tempo de acompanhar diariamente as oportunidades e os riscos do mercado, transferindo essa responsabilidade para um profissional.
Nos fundos de investimento existem duas figuras principais: o gestor, que é responsável por tomar as decisões de investimento, e o administrador, que é a pessoa jurídica que responde pelo fundo.
Quais são os tipos de fundos de investimentos?
Os fundos de investimento podem ser de vários tipos, porém, algumas características são inerentes a todos eles. Uma das principais características de um fundo são os gestores, responsáveis por realizar os investimentos.
Portanto, apesar de terem cotas e participar do recebimento de rentabilidade, os cotistas não possuem poder de decisão em relação aos investimentos que são realizados. Os fundos podem, ainda, ser abertos ou fechados. Nos abertos, o cotista pode realizar o resgate quando ele desejar junto aos responsáveis pela distribuição das cotas. Ao contrário, nos fundos fechados, a entrada e saída só ocorre em determinados momentos.
Como existem diversas possibilidades de investimento, é o gestor quem vai decidir quais serão as aplicações do patrimônio. Sendo assim, eles devem sempre respeitar os tipos de fundos que estão gerindo e as políticas e objetivos que foram predefinidos ao fundo.
Dessa maneira, temos diversos tipos de fundos de investimentos, como:
1. Fundos de renda fixa
Nesse tipo de fundos, o foco está em investir 80% dos recursos em renda fixa prefixados ou pós-fixados. Dessa forma, os 20% restantes são investidos em outros tipos de ativos para aumentar o rendimento do fundo.
Enfim, o fundo de renda fixa pode investir em títulos públicos ou privados, como:
- Tesouro Direto;
- Certificado de Depósito Bancário (CDB);
- Debêntures;
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ou Agrícola (LCA).
Os fundos de renda fixa podem, ainda, ser considerados como soberano, caso o investimento seja feio apenas em títulos públicos federais. Por ser um investimento com menos riscos, esse tipo de fundo é mais voltado para o perfil conservador.
2. Fundos de ações
Para ser categorizado como um tipo de fundo de ações, o patrimônio investido deve ser de, pelo menos, 67% em ações, cotas de outros fundos de ações ou, ainda, outras opções que sejam interligadas com o mercado de ações, como, por exemplo, através de BDRs.
Dessa maneira, os ativos podem ser negociados tanto na bolsa de valores brasileira, quanto em ativos do exterior. Além disso, a rentabilidade desse tipo de fundo depende das variações das ações que estiverem na carteira. Por dependerem das variações de mercado, esse tipo de investimento possui um certo risco.
Dessa maneira, os fundos de ações podem ser divididos em:
- Passivos: Nesse caso, os investimentos são feitos através da adoção de um índice de referência, como, por exemplo, o Ibovespa, principal do mercado brasileiro.
- Ativos: Diferente dos passivos, o ativo se baseia em análises macroeconômicas.
Enfim, os fundos de ações podem, também, ser setoriais, se investirem principalmente em ações de um mesmo setor. Ou, ainda, fundos de ações de dividendos, se preferirem ações de empresas que pagam bons dividendos.
3. Fundos imobiliários
Os Fundos de Investimento Imobiliários (FIIs), focam na aplicação de recursos no setor imobiliário. Esse tipo de fundo pode ter por finalidade comprar, vender ou locar um imóveis.
Dessa forma, pelo menos uma vez por semestre, os fundos imobiliários fazem a distribuição dos rendimentos. Apesar dessa divisão periódica de rendimento, eles não são renda fixa, já que estão sujeitos à variações.
4. Fundos multimercados
Os fundos multimercados são uma categoria de fundo de investimento que tem uma política de investimento que envolve vários fatores de risco. Eles podem investir em diferentes mercados, como renda fixa, ações, câmbio, derivativos, entre outros.
Esses fundos são geridos por um gestor especializado que fica responsável por aplicar o dinheiro dos investidores depois de analisar quais são os melhores ativos de acordo com a estratégia do fundo. Mesmo depois que o dinheiro é aplicado, o gestor ainda tem a liberdade de mudar a composição dos investimentos, conforme as mudanças que podem acontecer no cenário econômico.
Os fundos multimercados são indicados para quem gosta de distribuir seu capital nas diferentes alternativas oferecidas pelo mercado financeiro, e podem agradar a quem gosta de ter uma carteira variada e não tem problemas em colocar um pouco mais de risco na hora de investir. Eles visam diversificar a carteira do cliente, com o intuito de atingir uma rentabilidade maior. No entanto, eles têm, em geral, um maior risco, já que estão atrelados às oscilações do mercado.
5. Fundos de previdência
Os fundos de previdência são fundos de investimento de longo prazo, focados na aposentadoria dos cotistas. A ideia é que o cotista faça contribuições ao fundo, para que o valor acumule, renda e seja utilizado na aposentadoria. A frequência de contribuições depende da política do fundo.
Os fundos de previdência privada funcionam em duas etapas. A primeira é a fase de acumulação e a segunda é a fase de usufruto. A fase de acumulação é o período que você passa fazendo os seus aportes. Em linhas gerais, quanto maiores os valores e o período de acumulação, maior tende a ser o valor do seu benefício de aposentadoria no futuro. Já a fase de usufruto é quando o seu patrimônio já foi acumulado e você pode, enfim, utilizar o dinheiro.
Esses fundos são administrados e distribuídos por instituições privadas, como as corretoras de investimentos, seguradoras e bancos. Portanto, eles são uma alternativa para quem deseja se aposentar de maneira mais confortável e sem reduzir o seu padrão de vida.
6. Fundos de investimento em cotas
Os fundos de investimentos em cotas, também conhecidos como FICs, são uma estratégia de investimento onde o dinheiro é investido em outros fundos, em vez de diretamente em títulos, ações e demais ativos do mercado financeiro.
Em vez de comprar ações individuais, títulos e outros ativos, os gestores de FIC constroem carteiras de outros fundos. Eles fornecem várias categorias de fundos para subscrever investimentos em uma carteira. Existem vários tipos de fundos de investimento compartilhados, cada um funcionando dentro de um plano de investimento separado.
O principal objetivo é dar aos investidores a oportunidade de se beneficiar de um veículo de diversificação, pois podem investir em uma variedade de classes de fundos, sejam nacionais ou internacionais. Com base na experiência dos gestores de carteiras, os investimentos da FIC têm potencial para gerar retornos acima da média.
Contudo, os índices de despesas desses fundos são altos, tendo em vista que possuem vários gestores, portanto, o custo de gerenciar e manter profissionalmente os fundos é alto. Além disso, é importante ressaltar que, segundo a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os FICs devem deter pelo menos 95% das cotas dos principais ativos, sendo 5% destinados a outros ativos do mercado.
7. Fundos de criptomoedas
Os fundos de criptomoedas são fundos de investimento que possuem criptomoedas na sua composição. A soma de todo o valor aportado, menos as obrigações, forma o patrimônio líquido do produto. Esse montante é alocado nos criptoativos escolhidos, e os ganhos são divididos entre os investidores, conforme a quantia alocada por cada um.
Os fundos de criptomoedas funcionam como os fundos de investimento “tradicionais”. Portanto, seguem as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), especificamente a instrução 555, de 2014, que dispõe sobre esse produto financeiro.
Os fundos de criptos para o investidor de varejo (individual) devem ter 20% de exposição em criptomoedas e 80% em títulos de renda fixa. Para investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investidos) e profissionais (com mais de R$ 10 milhões), no entanto, a regra é outra. A porcentagem de exposição a Bitcoin e altcoins (qualquer criptomoeda diferente do BTC) pode variar de 40% até 100%.
No Brasil, os fundos de criptomoedas têm exposição nos principais ativos digitais do mercado, como Bitcoin e Ethereum (ETH). Há também opções que alocam recursos em tokens do ecossistema das finanças descentralizadas (DeFi).
8. Fundos cambiais
Os fundos cambiais são fundos de investimento que investem em ativos atrelados a moedas estrangeiras. Eles são indicados para proteger os recursos do investidor contra as flutuações de moedas fortes, como dólar e euro. No entanto, também podem ser usados para lucrar com a variação positiva da moeda.
Os fundos cambiais devem investir pelo menos 80% da carteira em ativos relacionados a moedas estrangeiras. Os mais populares dessa categoria são os fundos cambiais de dólar, que apostam nas variações da cotação da moeda americana.
Os ganhos são divididos entre os participantes, na proporção do valor depositado por cada um. O patrimônio do fundo – que é a soma do dinheiro dos investidores – é aplicado por um gestor profissional, que toma as decisões sobre o que fazer com os recursos segundo políticas predefinidas.
Os fundos cambiais são uma alternativa de investimento muito mais acessível atualmente, com fundos que exigem aplicações tão baixas quanto R$ 500. No entanto, eles embutem certos riscos e um nível de volatilidade que nem todo investidor é capaz de suportar.
9. Fundos de dívida externa
Os fundos de dívida externa são uma modalidade de aplicação financeira que investe pelo menos 80% de seus recursos em títulos de dívida do Brasil. Esses títulos compõem a dívida externa brasileira e são negociados no mercado internacional. O restante do dinheiro, ou seja, 20% do fundo, geralmente é aplicado em títulos de crédito também negociados no exterior. Entretanto, há casos em que estes fundos aplicam 100% dos seus recursos em títulos da dívida externa.
Os fundos de dívida externa são uma das formas mais fáceis de investir em papéis brasileiros negociados no mercado internacional. Isso ocorre porque somente os fundos de dívida externa podem adquirir papéis representativos da dívida externa que são de responsabilidade da União.
A rentabilidade desses fundos é determinada por três componentes principais: a taxa de juro paga pelos títulos, o desempenho desses papéis no mercado internacional e a taxa de câmbio entre o dólar e o real. Portanto, uma valorização da moeda brasileira frente ao dólar reduz a rentabilidade desses títulos quando medida em reais, com o inverso ocorrendo quando o dólar sobe.
Os fundos de dívida externa são acompanhados pela Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) e não são tributados no Brasil, mas estão sujeitos a pagar impostos no exterior.
10. Fundos de índices
Os Fundos de Índices, também conhecidos como ETFs (Exchange Traded Funds), são um tipo específico de fundo de investimentos que seguem um índice financeiro para escolher os títulos que compõem a sua carteira. Eles são formados a partir da “união” de vários investidores que, a partir da aquisição de cotas, somam os seus aportes para a compra de determinados títulos. A escolha desses títulos vai depender, sobretudo, das indicações presentes no estatuto daquele fundo e do seu tipo de gestão.
Os fundos de índice possuem as mesmas características dos demais fundos de investimentos. No entanto, a gestão está limitada a seguir a carteira teórica de um determinado indexador. Se a referência é o Ibovespa, por exemplo, apenas as ações de empresas que compõem esse índice podem contar com investimentos do fundo.
Os fundos de índices são um tipo de fundo de investimento focado em replicar a carteira teórica de algum índice de referência. Sendo assim, a intenção é que o rendimento do fundo seja semelhante ao do índice. Como esses fundos aplicam nos diversos ativos que compõem um índice, eles são vantajosos para os investidores que desejam diversificar a carteira de investimentos.
Como escolher um fundo de investimento?
Escolher um fundo de investimento envolve considerar vários fatores. Aqui estão alguns critérios que você deve observar:
- Selecione a categoria adequada: Analise seu perfil de investidor. Você se considera conservador, moderado ou arrojado? Seu perfil de risco ajuda a definir o tipo de fundo e a categoria ideal para você.
- Objetivos do fundo: Entenda quais são os objetivos do fundo. Eles estão alinhados com seus próprios objetivos de investimento?
- Taxas: Verifique as taxas do fundo, como a taxa de administração e performance.
- Rentabilidade acumulada: Analise a rentabilidade passada do fundo.
- Política de investimentos: Conheça a política de investimentos do fundo.
- Valor mínimo para aplicação: Verifique qual é o valor mínimo para investir no fundo.
- Histórico de desempenho: Pesquise sobre o histórico de desempenho do fundo.
- Indicadores de rentabilidade e riscos: Analise os indicadores de rentabilidade e riscos do fundo.
- Critérios de resgate: Verifique os critérios de resgate do fundo.
- Gestora do fundo: Pesquise sobre a gestora do fundo, que é responsável pelas decisões de investimento.
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