7 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Benchmark é um indicador usado como parâmetro de rentabilidade de determinada aplicação financeira. Desse modo, a intenção é que o investimento obtenha no mínimo o retorno estipulado como parâmetro de rentabilidade.
Sendo assim, o benchmark serve para analisar se determinada aplicação financeira está trazendo um bom retorno com base no risco corrido. É por isso que o benchmark indicado para cada tipo de aplicação, varia de acordo com o risco do investimento.
Portanto, aplicações mais seguras possuem como benchmark um indicador mais baixo. Já os investimentos mais arriscados, possuem um parâmetro de rentabilidade maior. Em outras palavras, o benchmark respeita sempre a relação entre risco e retorno.
O que é benchmark?
Um benchmark financeiro é um parâmetro de rentabilidade dos investimentos. Existem diversos índices de referência, que podem ser usados como métrica para avaliar o desempenho de uma aplicação financeira. Dessa forma, existe um benchmark adequado para cada tipo de aplicação, de acordo com o seu grau de risco.
Nos investimentos, existe uma relação entre risco e retorno. Geralmente, quanto mais arriscado é uma aplicação, maiores as chances de altos retornos. A lógica é que aplicações mais arriscadas usem como benchmark um indicador mais alto do que as aplicações mais seguras.
Os benchmarks são bastante utilizados como meta de performance dos fundos de investimentos. Nesse caso, a intenção do gestor é atingir o benchmark estipulado ou superá-lo. Inclusive, em alguns tipos de fundos, os gestores que superam a meta de retorno, recebem uma espécie de bonificação, chamada de taxa de performance.
Principais benchmarks
O benchmark de cada tipo de aplicação é determinado de acordo com a relação de risco e retorno. Dessa maneira, de acordo com o nível de risco, temos os benchmarks de renda fixa e de renda variável.
Renda fixa
A renda fixa é considerada mais segura, sendo assim, os parâmetros de rentabilidade são:
1- CDI
O Certificado de Depósito Interbancário é um dos principais parâmetros de rentabilidade das aplicações de renda fixa. Em resumo, o CDI é uma taxa média de empréstimos de curtíssimo prazo realizados entre bancos.
Sendo que os bancos se baseiam nessa taxa para calcular os juros que irão oferecer aos investidores que adquirirem seus títulos. Portanto, aplicações como CDB, LCA, LCI e LC possuem a rentabilidade atrelada ao CDI. Ao investir nesses ativos, a rentabilidade é informada como porcentagens do CDI.
Por exemplo, um CDB pode pagar 100%. Neste caso, a remuneração será o CDI acumulado no período da aplicação. No entanto, essa porcentagem nem sempre é 100% do CDI. Ela pode ser um valor superior, como 130% ou inferior, como 90%.
2- Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Isso significa que ela serve como métrica para as demais taxas de juros, inclusive o CDI. Ao influenciar as outras taxas de juros, a Selic possui papel fundamental no controle da inflação.
Enquanto o CDI é usado como parâmetro de rentabilidade dos títulos privados, a Selic é utilizada nos títulos públicos. Um exemplo disso é o Tesouro Selic, que proporciona a remuneração de acordo com as variações da taxa Selic.
3- Ptax
A Ptax é usada como benchmark para investimentos lastreados em moedas, já que ela representa a variação do dólar frente ao real. O Banco Central é o responsável por calcular essa taxa, tendo como base a cotação do dólar à vista negociado durante o dia.
4- Inflação
Por fim, na renda fixa existem ainda os títulos públicos e privados que remuneram de acordo com a inflação do período. O indicador mais usado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a grande vantagem dos títulos atrelados à inflação, é o ganho real com o investimento.
Renda Variável
Diferente da renda fixa, na renda variável não existe garantia de retorno com a aplicação. Apesar disso, algumas opções de investimentos usam indicadores como parâmetros da rentabilidade que pretendem atingir.
1- Ibovespa: O Índice Bovespa funciona por meio de uma carteira teórica com as ações de maior representatividade no mercado. Dessa forma, ele é o benchmark mais utilizado nas aplicações de renda variável.
2- Outros índices: O Ibovespa é o principal índice do mercado, porém, ele não é o único. Alguns outros índices que podem ser usados como benchmark são:
- IBrX50 – Índice Brasil 50, é usado como referência para as 50 ações mais negociadas na B3;
- IBrX100 – Índice Brasil 100, considera as 100 ações mais negociadas da bolsa;
- IFNC – Índice Financeiro, esse índice é voltado para as negociações de ativos do setor financeiro;
- IMOB – Índice Imobiliário, índice relacionado às mudanças médias de ações de companhias do setor imobiliário e da construção civil;
- SMLL – Índice Small Cap, são as ações de empresas com menor capitalização;
- INDX – Índice do Setor Industrial, reflete a variação das ações mais representativas do segmento industrial;
- MLCX – Índice MidLarge Cap, indica o comportamento das ações de companhias de maior capitalização.
Como usar um benchmark?
O primeiro passo para usar o benchmark e comparar seus retornos com algum índice, é conhecer seu perfil de investidor. Isso é importante, pois o retorno obtido por um investidor geralmente está associado ao seu perfil.
Por exemplo, um investidor conservador que aplica apenas em renda variável, terá um retorno menor do que um investidor arrojado. Desse modo, o perfil é importante tanto na hora de escolher os ativos que você irá aplicar, quanto para comparar os resultados com índices de referência.
Além disso, é importante que o investidor não se prenda à comparação entre sua rentabilidade e o benchmark no curto prazo, sobretudo na renda variável. Isso porque, uma desvalorização da carteira no curto prazo pode ser recuperada no longo prazo. Sendo que o benchmark pode ser usado tanto para comparar a rentabilidade, quanto para projetar os retornos com as aplicações futuras.
O Ibovespa é um índice bastante utilizado em fundos de ações. Entretanto, o investidor individual também pode analisar se sua carteira está com desempenho acima do Ibovespa ou não. Veja o vídeo de Raul Sena e descubra como fazer sua carteira performar acima do Ibovespa:
E aí, gostou de aprender sobre benchmark? Então aproveite para entender como funciona a Taxa mínima de atratividade, o que é? Cálculo, vantagens e desvantagens
Fontes: Magnetis, Edu moreira, Xerpa e Abc Brasil
Imagens: Nexoos, Weinvest, Capital research, Suno, Doc concierge e Rico