Follow-on: o que é e como funciona a oferta subsequente de ações?

O follow on é um processo onde uma empresa listada na bolsa, realiza nova emissão de ações, para captar recursos. Entenda como funciona.

30 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer


O follow-on é um processo onde uma empresa de capital aberto, já tem ações na bolsa, opta por ofertar mais ações no mercado. Nesse sentido, follow on é diferente de IPO.

Isso porque, na IPO, a empresa abre o capital e oferece as ações pela primeira vez. Por outro lado, no follow-on a empresa já está com o capital aberto e oferece mais ações.

Dentre as vantagens do follow-on para uma empresa, estão o aumento da liquidez dos ativos e estímulo ao crescimento da companhia. Como desvantagem, podemos citar a diluição da participação do acionista nos lucros distribuídos.

Enfim, entre janeiro de 2010 e setembro de 2020 foram realizados 74 IPOse126 follow-on, sendo R$ 319,5 bilhões em ofertas primárias (68% do total das ofertas) e R$ 148,3 bilhões em follow-on (32% do total).

Continue a leitura e entenda como funciona.

O que é follow-on?

Follow-on é um termo utilizado no mercado financeiro e de investimentos que se refere a uma nova emissão de ações por uma empresa que já está listada na bolsa de valores. Essa prática pode ocorrer por diversas razões e tem implicações importantes tanto para a empresa quanto para os investidores.

A principal razão para um follow-on é levantar capital adicional. Ou seja, ele pode ser usado para financiar projetos, pagar dívidas ou investir em crescimento. Assim, ao emitir mais ações, a empresa pode aumentar a liquidez de suas ações no mercado, facilitando a negociação pelos investidores. Um follow-on pode atrair novos investidores, diversificando, assim, a base acionária da empresa.

O processo de follow-on geralmente envolve algumas etapas, sendo a primeira, o anúncio da oferta. Em outras palavras, a empresa anuncia sua intenção de emitir novas ações, informando o mercado sobre os detalhes da operação.

O preço das novas ações é determinado, muitas vezes, com o auxílio de bancos de investimento que atuam como coordenadores da oferta.

Durante um período específico, os investidores têm a oportunidade de comprar as novas ações. Assim, após esse período de subscrição, as ações são emitidas e começam a ser negociadas no mercado.

É importante ressaltar que um follow-on pode diluir o valor das ações existentes, já que mais ações passam a circular no mercado. Portanto, os investidores devem avaliar cuidadosamente os motivos e as condições da oferta antes de decidir investir.

Em resumo, o follow-on é uma ferramenta estratégica que permite às empresas captar recursos e expandir suas operações, enquanto oferece aos investidores oportunidades adicionais de investimento.

Como funciona o follow-on?

O follow on funciona como uma forma de empresas de capital aberto ofertarem novas ações no mercado e com isso, captar recursos.

As ofertas de ações podem ser públicas ou restritas. Em resumo, a oferta pública éaberta para todos os investidores da bolsa.

Como é aberto para todos, ele tem mais burocracia para a empresa. Por outro lado, a ofertarestrita, exclusiva para investidores profissionais. A vantagem é que ela tem menos burocracia.

Um detalhe importante é que na restrita, a companhiapode negociar as suas ações com um máximo de 75 acionistase somente 50deles podem de fato comprar ações.

Como identificar o follow on da empresa?

Para que você saiba quando irá ocorrer um follow on de uma empresa, você deve ficar atento aoscanais de comunicação oficiais, como por exemplo, o site da organização e os comunicados da CVM.

Além disso, você pode ainda verificar aseção de ofertas públicas disponível na sua corretora de valores.

Quais são os tipos de follow-on?

Existem dois tipos de follow on:

  • Oferta primária
  • Oferta secundária

Entenda melhor como cada um desses tipos funciona:

1) Oferta Primária

Na oferta primária, a empresa abre o capital por meio do IPO e oferece as suas ações para o mercado. Sendo assim, a empresa passa a ser listada na bolsa e aumenta a sua base acionária.

Sendo que o preço que as ações serão oferecidas é estabelecido pelo bookbuilding. Em resumo, a companhiaavalia a demanda dos investidores e o preço definitivo da oferta subsequente.

Enfim, como a empresa vende as suas próprias ações para os investidores, o dinheiro ganho vai para o caixa da empresa.

Com isso, a empresa pode investir em sua expansão, em aquisições e no pagamento de dívidas, por exemplo.

2) Oferta Secundária

Por outro lado, na oferta secundária as ações já estão no mercado. Ou seja, os investidores já compraram e podem negociar esses papéis entre si.

Como essa negociação não envolve a empresa, o dinheiro circula apenas entre os investidores. É por isso, que se a empresa precisa de captar mais recursos com o mercado, ela pode recorrer ao follow-on.

Por que empresas fazem follow-on?

As empresas realizam follow-on, ou oferta subsequente de ações, principalmente para captar capital adicional. Esse processo permite que as companhias levantem recursos sem contrair dívidas, o que é uma alternativa financeira atrativa.

Desse modo, muitas vezes, as empresas buscam expandir suas operações, seja aumentando instalações ou lançando novos produtos. O capital obtido pode ser direcionado para projetos significativos que exigem investimento substancial.

Outro motivo comum é a aquisição de concorrentes ou empresas complementares, fortalecendo assim sua posição no mercado.

Novos mercados

Também fazem o follow-on para entrar em novos mercados. Assim, o follow-on pode facilitar a entrada em novos segmentos de mercado, diversificando as fontes de receita. As empresas também utilizam essa oportunidade para equilibrar seu nível de endividamento e melhorar sua saúde financeira.

Além disso, o follow-on tem consequências positivas que vão além da captação de recursos. Ele pode aumentar a liquidez das ações no mercado, pois mais papéis são disponibilizados para negociação. Ou seja, isso torna mais fácil para os investidores comprar e vender ações, o que pode resultar em um aumento no volume de transações.

Para os acionistas existentes, um follow-on pode ter tanto vantagens quanto desvantagens. Entre os benefícios, destaca-se a possibilidade de a empresa usar os novos recursos para crescer e, assim, potencialmente aumentar os lucros e dividendos no futuro.

No entanto, existe o risco da diluição acionária, onde a participação percentual de um acionista na empresa diminui se ele não adquirir novas ações durante a oferta.

Qual é a importância do follow-on?

O follow on é uma importante forma para as empresas captarem recursos no mercado. Isso porque, depois do IPO as ações são negociadas entre os investidores e os recursos não vão para a empresa.

Em resumo, ao abrir o capital, a empresa vende suas ações para os investidores. Isso é chamado de mercado primário. Neste caso, o dinheiro vai para o caixa da empresa.

Depois disso, as ações são negociadas entre os investidores. Esse é o mercado secundário. Como as negociações são entre os investidores, a empresa não recebe nada por isso.

Portanto, fazer esse processo é uma forma das empresas captarem mais recursos no mercado. Com esse dinheiro, a empresa pode, por exemplo, investir em projetos de expansão, quitar dívidas ou reforçar o seu caixa.

Quais são as vantagens do follow-on para quem já tem ações?

O follow-on, ou oferta subsequente de ações, é uma estratégia utilizada por empresas de capital aberto para emitir novas ações e captar recursos adicionais. Para os investidores que já possuem ações, essa operação apresenta diversas vantagens significativas.

1) Aumento de Capital para Expansão

Uma das principais vantagens do follow-on é que ele permite que a empresa capte mais recursos. Esse capital pode ser utilizado para financiar novos projetos, expandir operações ou quitar dívidas. Quando a empresa cresce, isso geralmente resulta em uma valorização das ações e na possibilidade de distribuição de dividendos maiores no futuro.

2) Liquidez Aumentada

O follow-on também contribui para aumentar a liquidez das ações no mercado. Com mais papéis disponíveis, torna-se mais fácil para os investidores comprar e vender suas ações. Desse modo, isso é benéfico, pois facilita a negociação e pode atrair mais investidores, tornando o ativo mais atrativo.

3) Oportunidade de Compra com Desconto

Outra vantagem é a possibilidade de adquirir as novas ações a um preço inferior ao do mercado. Muitas vezes, as ofertas subsequentes são realizadas a preços promocionais, o que pode resultar em uma oportunidade de lucro para os acionistas existentes que optam por participar da subscrição.

4) Participação nos Lucros

Os acionistas que participam do follow-on podem aumentar sua participação proporcional na empresa. Portanto, isso significa que, ao adquirir novas ações, eles mantêm ou até ampliam seu percentual de participação nos lucros futuros da companhia.

E quais são as desvantagens do follow-on para quem tem ações?

As desvantagens do follow-on para investidores que já possuem ações em uma empresa são significativas e merecem atenção. Aqui estão os principais pontos a serem considerados:

1) Diluição de Participação

A diluição acionária é a principal desvantagem associada ao follow-on. Quando uma empresa emite novas ações, a porcentagem de propriedade dos acionistas existentes diminui. Por exemplo, se você possui 10.000 ações de uma empresa com 100.000 ações no total, sua participação é de 10%.

Se a empresa emite mais 100.000 ações, sua participação cai para 5%, a menos que você compre mais ações para manter sua porcentagem. Em outras palavras, isso significa que seus direitos sobre dividendos e influência na empresa também diminuem.

2) Custos Associados

Outro aspecto negativo são os custos elevados relacionados ao processo de follow-on. A empresa deve arcar com despesas como a elaboração de prospectos, taxas regulatórias e honorários de instituições financeiras que ajudam na emissão das novas ações. Esses custos podem impactar o valor das ações no longo prazo, afetando a rentabilidade dos investidores.

3) Risco de Oscilações no Mercado

A realização de um follow-on pode provocar oscilações nas cotações das ações no mercado. A incerteza sobre como o capital levantado será utilizado pode gerar volatilidade, o que pode ser prejudicial para os investidores que não estão preparados para essas flutuações.

Como um investidor pode participar de um follow-on?

No caso da oferta restrita, apenas os investidores qualificados podem participar. Já na oferta pública, todos os investidores podem participar.

Apesar disso, é importante levar em conta o seu perfil de investidor, objetivos e estratégia de investimentos. Sendo que, para comprar ações, você precisa fazer parte do processo de reserva e aquisição de ações.

Esse processo é realizado junto aumaassessoria de investimento ou corretora de valores.

Follow-on e subscrição

A subscrição possibilita que os atuais acionistas mantenham o seu percentual de participação na empresa, mesmo com oaumento do capital social.

Um detalhe importante é que, na subscrição, os acionistas da empresa não são obrigados a comprar os novos papéis. Existe apenas a possibilidade de compra.

Sendo assim, se a pessoa não quiser comprar as novas ações, ela pode vender o seu direito de compra para outras pessoas. Em contrapartida, no follow-on pode se diferenciar da subscrição, pois as ações são oferecidas para todos os investidores, no caso da oferta pública.

Ofertas follow-on no Brasil

Algumas importantesofertas de follow on no Brasil foram:

1) BTG Pactual

Em janeiro de 2021, oBanco BTG Pactual fez um follow-on que levantou R$ 2,57 bilhões. O intuito era obter recursos a serem usados em iniciativas estratégicas e crescimento em negócios de varejo digital.

2) Locaweb

A Locaweb fez follow-on em fevereiro de 2020. Com a oferta de ações, a companhia captou R$ 2,34 bilhões, destinados à realização de novas fusões e aquisições.

3) Magazine Luiza

Por fim, a Magazine Luiza fez follow-on em julho de 2021. Em resumo, foram vendidos 175 milhões de ativos ordinários, que resultaram na captação de R$ 3,981 bilhões.

O intuito com o follow-on é financiar novas aquisições.

4) Outros

Algumas outras empresas que fizeram follow on recentemente foram:

  • BrasilAgro, com R$ 440 milhões.
  • Light, que captou R$ 1,37 milhão em recursos.
  • PetroRio, com R$ 2,04 bilhões captados.

Quais as diferenças entre follow-on, IPO e subscrição?

Entender as diferenças entre follow-on, IPO e subscrição é fundamental para investidores que desejam navegar no mercado de ações de forma eficaz. Cada um desses termos refere-se a processos distintos de captação de recursos por empresas.

O que é um IPO?

O IPO (Initial Public Offering) é a oferta pública inicial de ações, que ocorre quando uma empresa abre seu capital pela primeira vez. Nesse processo, as ações da empresa são oferecidas ao público investidor, permitindo que ela se torne uma companhia listada na bolsa de valores.

O IPO envolve várias etapas, como a definição do preço das ações e a escolha dos bancos coordenadores para gerenciar a oferta. Este processo é complexo e exige conformidade com as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O que é Follow-on?

O follow-on, ou oferta subsequente, é realizado por empresas que já estão listadas na bolsa e desejam emitir mais ações após o IPO. Essa oferta pode ser classificada em duas categorias:

O objetivo principal do follow-on é captar recursos adicionais, que podem ser usados para financiar projetos, pagar dívidas ou expandir operações. Esse processo tende a ser menos burocrático do que o IPO, pois a empresa já possui um histórico no mercado.

O que é Subscrição?

A subscrição é um direito concedido aos acionistas atuais de uma empresa para comprar novas ações emitidas antes que elas sejam oferecidas ao público geral. Explicando de outro modo, isso significa que, quando uma empresa decide aumentar seu capital, ela pode oferecer essas novas ações a seus acionistas a um preço preferencial. Assim, os acionistas têm a oportunidade de manter ou aumentar sua participação na empresa.

Em resumo, enquanto o IPO marca o início da jornada de uma empresa no mercado de capitais, o follow-on permite que ela continue a crescer através da emissão adicional de ações. Por outro lado, a subscrição oferece aos acionistas existentes uma chance de participar desse crescimento em condições vantajosas. Compreender essas diferenças ajuda os investidores a tomar decisões informadas sobre onde e como alocar seus recursos financeiros.

Fontes: Rico, Clear, XP e Mais retorno.

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