Investimento: o que é, como e por que investir?

7 de fevereiro de 2022, por Sidemar Castro

Tempo de leitura médio: 9 min, 38 seg


Investimento é algum tipo de aplicação que resulte em retorno futuro. Pode envolver dinheiro, capital intelectual, natural ou social. Sendo assim, quando o assunto é sobre finanças, investimento é aplicar um dinheiro que irá render, trazendo retornos no futuro.

Investir significa colocar seu dinheiro para trabalhar para você, em vez de simplesmente guardá-lo em uma conta bancária.

No entanto, é importante lembrar que todos os investimentos envolvem algum grau de risco e é possível perder dinheiro. Portanto, é crucial entender os diferentes tipos de investimentos e considerar seus objetivos e tolerância ao risco antes de começar a investir.

Quais são os tipos de investimento do mercado?

No mercado financeiro, os tipos de aplicações podem ser de renda fixa ou renda variável.

1. Renda fixa

Na renda fixa, você sabe desde a aplicação como vai funcionar o retorno do ativo. Ou seja, nem sempre você sabe o quanto o investimento vai render, mas você sempre sabe como vai funcionar esse retorno.

De maneira geral, ao investir em títulos de renda fixa você empresta o seu dinheiro para uma instituição em troca de uma taxa de juros. Nesse sentido, o retorno da aplicação pode ser: prefixada, pós-fixada ou híbrida. Alguns exemplos de ativos de renda fixa são:

CDBs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são emitidos por bancos, com o intuito de captar recursos para as suas atividades. 

A segurança dessa aplicação é feita pelo Fundo de Garantidor de Créditos (FGC) que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote. Muitos CDBs oferecem bons retornos e não precisam de valores muito altos para começar a investir. Vale ressaltar que eles têm a mesma proteção da poupança: o FGC.

Tesouro direto

O tesouro direto são títulos emitidos pelo governo. Sendo assim, você empresta o seu dinheiro e tem a garantia do governo. Isso significa que essa é uma das aplicações mais seguras do mercado.

Os títulos do tesouro direto podem ser: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+. Em resumo, no Tesouro Selic, o retorno é equivalente à taxa Selic. Já no Tesouro Prefixado, você sabe desde a aplicação qual será a taxa de juros. Por fim, no Tesouro IPCA+, você recebe o IPCA mais uma taxa de juros prefixada.

Letras de crédito (LCI e LCA)

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), são parecidas com os CDBs.

A diferença é que o dinheiro captado pelo banco com as LCIs e LCAs são destinados, exclusivamente, para os respectivos setores imobiliário e do agronegócio. Uma grande vantagem é que além da proteção do FGC, as LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda.

2. Renda variável

Na renda variável o retorno varia. Ou seja, a sua aplicação está sujeita a oscilações. Isso significa que você pode ter lucros ou prejuízos.

É por isso que a renda variável é mais arriscada do que a renda fixa. Enquanto na renda fixa você conta com garantias e proteções, na renda variável isso não existe. Contudo, quanto maior o risco, maiores tendem a ser as chances de altos retornos. A escolha entre renda fixa e variável vai depender do seu perfil de investidor.

Enfim, alguns exemplos de ativos de renda variável são:

Ações

As ações são os ativos mais famosos do mercado. Em síntese, uma ação é uma fração de uma empresa, negociada na bolsa de valores. Portanto, ao comprar uma ação, você está comprando um pedacinho de uma empresa. Sendo assim, você passa a ser sócio do negócio.

As ações passam por constantes oscilações. Entretanto, se você investir em boas ações, no longo prazo você pode ter bons retornos. Ou seja, você pode lucrar com a valorização das ações e com a distribuição de dividendos.

Fundos imobiliários

Os fundos funcionam como uma reunião de investidores focados em aplicar em um setor ou ativo em específico.

Fundos imobiliários são fundos de investimento que aplicam em ativos relacionados ao mercado imobiliário, como imóveis, construção, incorporação, aluguéis, entre outros. Os fundos imobiliários são negociados na bolsa de valores e pagam rendimentos periódicos aos cotistas, que são isentos de imposto de renda.

Os fundos imobiliários são um tipo de investimento em renda variável, que pode oferecer rentabilidade e diversificação, mas também está sujeito a oscilações e riscos do setor.

Por que investir?

Você pode investir por vários motivos. Por exemplo, o seu foco pode ser a independência financeiraPor outro lado, você pode investir para comprar uma casa ou um carro, por exemplo. Basicamente, investir é uma forma de fazer o seu dinheiro render. Dessa maneira, você pode investir com o intuito de realizar qualquer objetivo financeiro.

A maior parte dos motivos para investir, estão relacionados com a segurança financeira. Como a vida é cheia de imprevistos, é sempre bom estar assegurado financeiramente. Inclusive, o indicado é que, antes de investir, você construa uma reserva de emergência. Em resumo, a reserva de emergência é uma quantia em dinheiro que deve ser usada apenas em imprevistos.

Existem diversos tipos de investimentos, cada um com suas características, vantagens e desvantagens. Alguns são mais seguros e conservadores, como a poupança e os títulos públicos. Outros são mais arriscados e rentáveis, como as ações e os fundos imobiliários. Há também os investimentos alternativos, como as criptomoedas e os projetos de crowdfunding. O importante é conhecer bem as opções disponíveis e definir uma estratégia que seja adequada ao seu perfil, prazo e meta.

Como começar a investir?

Investir é uma forma de fazer o seu dinheiro render mais e alcançar seus objetivos financeiros. Mas como começar a investir? Não existe uma resposta única, pois depende do seu perfil, dos seus objetivos e do seu conhecimento sobre o mercado financeiro. No entanto, existem alguns passos que podem ajudar você a iniciar sua jornada de investidor:

1. Reserva de emergência

Antes de começar a investir, é importante que você tenha uma reserva de emergência. Essa reserva deve ser usada apenas quando surgirem imprevistos. Ela deve ser feita antes de investir, pois, caso surjam imprevistos, você não vai precisar resgatar suas aplicações.

De maneira geral, é recomendado que a reserva seja equivalente a 6 meses dos seus gastos fixos. Mas se você puder fazer uma reserva maior, é melhor. Assim você fica mais seguro.

2. Longo prazo

Muitas pessoas falam, no mercado, sobre ganhar dinheiro com trader. Numa tradução literal, trader significa comércio ou negócio. Então, seguindo a lógica, o significado de trader é ser um negociador/comerciante. Em relação ao mercado financeiro, é uma pessoa que realiza transações de compra e de venda, especificamente na Bolsa de Valores. Entretanto, não é bem assim. Trade, na verdade, é uma forma de perder dinheiro.

Em síntese, o trade tenta adivinhar o futuro e ganhar dinheiro com isso. Porém, ninguém é capaz de adivinhar o futuro. Por isso, foque no longo prazo. É melhor você passar anos investindo e construir um patrimônio sólido, do que depender da sua capacidade de prever o futuro a curto prazo.

3. Objetivos

Por que você quer investir? Essa é uma pergunta muito importante e a sua resposta irá impactar em todas as suas decisões ao investir. Pense bem antes de responder. Caso tenha dúvidas, o melhor é listar todos os seus sonhos e objetivos.

Depois disso, determine quais são as suas prioridades e o que você precisa fazer para que esses objetivos se realizem.

Nessa etapa você pode também transformar seus sonhos em objetivos. Temos uma matéria sobre isso no texto sobre como criar e atingir metas. Sonhos precisam ter objetivos, ou ficarão vazios. Depois de definir quais são seus principais objetivos, defina o quanto você precisa para realizá-los. Ou seja, o quanto você precisa de investimento para atingir seu objetivo.

4. Planejamento pessoal

Analise quais são suas fontes de renda e seus gastos mensais. Para investir, você vai precisar de dinheiro. Sendo assim, quanto mais você puder cortar gastos, melhor.

Além disso, você pode encontrar fontes de renda extra para aumentar a sua renda mensal. Mesmo que você não consiga investir um valor muito alto, é essencial que você defina um valor e cumprir essa meta mensalmente. Ou seja, não importa se você vai investir pouco, o importante é que você invista todos os meses.

5. Estudar

Estude sobre investimentos. Você não precisa se tornar um especialista no assunto. Mas você precisa saber como funcionam os ativos que você vai investir.

Uma dica é descobrir o seu perfil de investidor. Depois disso, pesquise quais são os ativos ideais para o seu perfil.

Faça uma lista desses ativos e estude sobre cada um deles. Com isso, de acordo com o seu perfil, você poderá escolher qual é a melhor aplicação. Além disso, pode ser uma boa ideia ficar de olho no mercado e como anda a economia.

6. Comece a investir

Escolha uma corretora, abra a sua conta e invista. O maior arrependimento de muitos investidores é não ter começado a investir antes. 

7. Diversificar investimentos

Finalizando, depois de investir, não deixe de fazer uma boa diversificação. A diversificação é importante para que você dilua os riscos e potencialize os ganhos. 

Tipos de investidor

Os tipos de investidor são classificados de acordo com o seu perfil de risco, ou seja, a sua disposição em aceitar a volatilidade dos seus investimentos e a possibilidade de perdas. Existem três tipos principais de investidor:

1. Arrojado/agressivo

O investidor agressivo ou arrojado é aquele que busca as maiores rentabilidades possíveis, mesmo que isso signifique assumir riscos elevados.

Ele tem conhecimento do mercado financeiro e está disposto a investir em produtos de renda variável, como ações, fundos de ações, fundos multimercado, derivativos, entre outros.

Esse tipo de investidor tem uma visão de longo prazo e sabe que as oscilações fazem parte do processo de ganhar dinheiro na bolsa.

2. Moderado

O investidor moderado é aquele que busca um equilíbrio entre rentabilidade e segurança.

Ele aceita correr alguns riscos, mas não abre mão de uma parte da sua carteira em produtos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, LCIs, LCAs, fundos de renda fixa, entre outros.

Esse investidor tem uma visão de médio prazo e procura diversificar os seus investimentos para reduzir o risco e aumentar as chances de ganhos.

3. Conservador

O investidor conservador é aquele que prioriza a preservação do seu patrimônio e não tolera perdas.

Ele prefere investir em produtos de baixo risco e baixa rentabilidade, mas que oferecem garantia de retorno e liquidez.

É um tipo de investidor que tem uma visão de curto prazo e busca proteger o seu dinheiro da inflação e das crises econômicas.

Agora que você sabe sobre vários aspectos importantes do mundo dos investimentos, assista ao vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e aprenda a diversificar corretamente: