24 de abril de 2024 - por Sidemar Castro
Os erros de investidores iniciantes incluem desde a falta de educação financeira, investimento sem objetivos claros, até seguir dicas de terceiros cegamente. Outros erros conhecidos são a não diversificação da carteira, entrar em pânico durante quedas do mercado, negligenciar os custos, até não ter reserva de emergência, entre várias opções.
Quer saber com maiores detalhes quais são esses erros? Leia a seguir:
Os 20 erros mais comuns cometidos por investidores iniciantes
1) Falta de Educação Financeira
Investir sem entender os conceitos básicos de finanças e mercado pode ser prejudicial. É essencial aprender sobre tipos de investimentos, riscos e estratégias antes de começar.
A falta de educação financeira para investidores iniciantes é um desafio comum, pois muitas pessoas têm dificuldade em compreender os conceitos básicos de finanças, economia e investimentos.
A educação financeira é o processo de melhorar a relação com o dinheiro, abrangendo a compreensão dos mecanismos, meios e modos da gestão financeira. No Brasil, o nível de conhecimento financeiro é considerado baixo, ocupando apenas a 74ª posição em um ranking global de 144 países em 2022.
2) Investir sem conhecer o seu perfil de investidor
Existem vários tipos diferentes de investidores. Por exemplo, os investidores conservadores preferem se concentrar em renda fixa, enquanto os investidores mais arrojados querem investir a maioria de seu capital em ações.
Dessa maneira, é essencial que todos os investidores tenham uma compreensão aprofundada do perfil de investidor que mais se relaciona com sua personalidade. Isso se deve ao fato de que uma pessoa pode não ser capaz de suportar a perda de 20% ou 30% de seu patrimônio durante períodos de crise.
3) Acreditar que investimento é um jogo
É um erro comum para muitos investidores iniciantes achar que investimento é um jogo. Dessa maneira, é possível ter uma cartada de sorte e enriquecer da noite para o dia. No entanto, investimento não é jogo, é uma atividade que requer muito estudo e pesquisa. É preciso ter uma mentalidade realista e entender que o investimento é um processo gradual, que requer tempo e dedicação.
Há que se definir metas financeiras realistas e estabelecer uma estratégia de longo prazo para atingi-las, além de se concentrar num portfólio diversificado. Mais que tudo, é preciso evitar ceder à tentação do enriquecimento rápido e evitar investimentos duvidosos que muito se assemelham a esquemas de pirâmide.
4) Não ter um plano de escalonamento
Investidores querem ver um plano de escalonamento claro e objetivo. Aprenda a definir um plano de escalonamento que demonstre a viabilidade do projeto em diferentes estágios de crescimento.
O escalonamento, ou seja, a definição de um plano para expandir e crescer os investimentos ao longo do tempo, é fundamental para garantir um crescimento consistente e sustentável da carteira de investimentos.
Não dar importância para a elaboração de um plano de escalonamento pode limitar o potencial de crescimento dos investidores iniciantes e dificultar a maximização dos retornos financeiros a longo prazo.
5) Seguir Dicas de Terceiros Cegamente
Dicas de amigos, familiares ou influenciadores podem ser enganosas. Faça sua própria pesquisa e tome decisões informadas.
Seguir dicas de terceiros cegamente é um erro comum cometido por investidores iniciantes. É importante ter uma visão crítica sobre as informações recebidas e não seguir recomendações de investimento sem antes analisar e compreender os riscos e benefícios. Investidores iniciantes podem ser vulneráveis a dicas de terceiros, especialmente se essas pessoas parecem ter sucesso financeiro.
6) Não Diversificar a Carteira
Colocar todo o dinheiro em um único investimento é arriscado. Diversifique sua carteira com diferentes ativos (ações, títulos, imóveis etc.).
A diversificação de investimentos é a distribuição dos recursos de um investidor em diferentes tipos de ativos financeiros, com riscos e características diferentes, mas que se complementam. Ela é uma estratégia fundamental para alcançar resultados financeiros sólidos e duradouros, pois otimiza a carteira e equilibra os retornos durante as variações econômicas.
7) Entrar em Pânico com Quedas do Mercado
Investidores iniciantes podem entrar em pânico quando o mercado cai. É importante manter a calma e não vender impulsivamente.
O medo e o pânico podem levar a decisões precipitadas e emocionais, que muitas vezes resultam em prejuízos financeiros significativos. É essencial manter a calma e agir com racionalidade durante períodos de volatilidade no mercado, evitando reações impulsivas que podem comprometer a saúde dos investimentos a longo prazo.
8) Investir em Modismos
Evite seguir tendências passageiras. Investir com base em modismos pode ser arriscado. Esses investimentos podem ser impulsionados por fatores emocionais e sem fundamentos sólidos, levando à especulação e ao efeito de manada.
Além disso, investidores iniciantes podem entrar em modismos financeiros sem adquirir o conhecimento necessário para tomar decisões assertivas, o que pode resultar em perdas financeiras significativas.
9) O Desafio do Day trading
O day trading, ou a prática de comprar e vender ativos financeiros no mesmo dia de negociação, pode ser um desafio para investidores iniciantes.
Os principais problemas são: falta de disciplina, conhecimento insuficiente, custos de transação mais altos, falta de gestão de riscos, ignorar tendências do mercado, uso excessivo de alavancagem, falta de perspectivas realistas, ignorar a volatilidade do mercado, falta e controle emocional e, finalmente, negligenciar pesquisa e análise.
10) Ser influenciado por condições de mercado
Um dos erros mais comuns dos investidores iniciantes: se deixar influenciar pela condições de mercado. Muitos vendem suas ações, desesperados, motivados por medo do desconhecido durante períodos de incerteza. Por exemplo, durante a pandemia, quando o índice IBOV teve uma queda de -45%.
No entanto, a Bolsa de Valores retomou a alta, após o período de contração, e esses investidores não conseguiram recuperar seu capital. Sem contar que perderam, também, desse modo, a oportunidade de comprar ações a baixo preço.
11) Entender um risco de forma enganosa
Muitos investidores cometem o erro de esquecer o risco e se jogar na possibilidade da rentabilidade, apenas.
Não se deve minimizar um risco, apostando que a probabilidade de risco é baixa. Isso pode ser perigoso. Em todo investimento há risco envolvido. O risco é uma escolha do investidor. Mas para tomar essa escolha, é preciso ter o conhecimento pleno do risco que o investidor tem. Saber os números que terá de enfrentar ao assumir esse risco.
Infelizmente, a maioria dos investidores iniciantes não faz essa análise do risco, tomando decisões motivado pelo “jogo” do investimento. Isso leva a decisões precipatada e, muitas vezes, erradas.
13) Investir o patrimônio em renda variável, apenas
Esse é um erro comum entre investidores iniciantes: ele começa a investir e coloca todo seu patrimônio em renda variável.
É com base no perfil do investidor que se deve definir o percentual a ser aplicado em renda fixa e renda variável. Claro que quem é mais conservador prefere investir um percentual maior em renda fixa, ao passo que investidores mais arrojados buscam mais aplicações em renda variável. O problema está em focar tudo apenas na variável.
A alternância, ou melhor, a diversificação entre renda fixa e variável é uma estratégia muito mais inteligente para evitar perdas substanciais por causa de eventos inesperados na economia.
14) Não pesquisar sobre investimentos
Outro erro bastante comum entre investidores iniciantes é não estudar, pesquisar mais profundamente sobre investimentos com o devido afinco, perdendo o controle sobre suas finanças.
Mesmo terceirizando decisões através de um fundo de investimento, é preciso o cuidado do gestor ou empresa de análise. Ou seja, um investidor deve entender de finanças pessoais e gastar de forma mais consciente seu patrimônio.
15) Investir apenas no curto prazo
Ao ignorar os investimentos a longo prazo, muitos investidores iniciantes são atraídos apenas pelas metas de curto prazo. É certo que alguns investimentos de curto prazo podem ser, aparentemente, justificados e podem aumentar o interesse momentâneo do investidor, mas é preciso se garantir com um patrimônio feito ao longo dos anos.
Portanto, o investimento ideal é que uma parte seja utilizado em demandas mais imediatas, mas é preciso reservar boa parte dos investimentos para construir o capital que vai levá-lo à desejada independência financeira.
16) Não considerar os impostos
Uma coisa que muitos investidores iniciantes se esquecem é que, na maior parte das modalidades de investimento, é necessário pagar impostos sobre a rentabilidade das aplicações.
É muito importante que, ao escolher algum investimento, se esteja atento em quais são as alíquotas de impostos e taxas que precisam ser consideradas, principalmente o Imposto de Renda.
Vamos tomar como exemplo o mercado de ações: algumas operações com vendas até o limite de R$ 20 mil são isentas de Imposto de Renda, porém, qualquer aplicação acima tem necessidade de ser declararada, com o pagamento de 15% de toda a valorização e 20% para operações “day trades”.
Por exemplo, um CDB, tem IOF de 96% para menos de 30 dias e alíquota inicial de Imposto de Renda de 22,5% para aplicações de até 180 dias. Após 720 dias, entretanto, a alíquota é reduzida para 15%.
17) Falta de humildade e excesso de confiança
Essa dupla de sentimentos, prejudiciais para investidores iniciantes, age em dupla, geralmente. Muitas vezes, levado pela falsa percepção de que entende muito do assunto, o investidor iniciante se arrisca e parte para uma jogada à qual não está devidamente preparado.
Esse excesso de confiança no próprio taco faz com que ele analise o cenário econômico e político de maneira incorreta, baseado em informações incompletas, tomando decisões que mais tarde cobrarão seu preço pelo pecado da falta de humildade e confiança exagerada.
18) Comprar ações após forte alta
Ações em alta chamam a atenção do investidor iniciante na bolsa, e ele se precipita em não avaliar o desempenho dos papéis durante um período mais longo de tempo. É preciso esperar apara ver se a alta das ações é sustentável.
A tendência, após um forte período de alta, geralmente, é pela venda de ações, compondo, assim, o lucro. É preciso muito atenção nesse timing, pois esse movimento gera uma queda nos preços.
19) Vender ações após forte baixa
Por outro lado, também é preciso atenção para não entrar em pânico ao ver o valor de uma ação despencando. Isso leva muitos investidores iniciantes, a se livrar de suas ações de forma precipitada.
Como na avaliação anterior, de compras após forte alta, em um momento de baixa é preciso também analisar muito bem a situação, pois essas oscilações são muito comuns no mercado.
É preciso conhecer o histórico dessas ações, saber como foi a valorização da mesma após os períodos de baixa, assim como o contexto econômico e político do momento. Conhecer o balanço da empresa é importante.
Vender as ações em momentos de baixa, geralmente, levam a uma perda maior. É preciso conhecimento de cada ação, para não tomar medidas precipitadas que levem a perdas.
20) Cuidado com as bolhas
Assim como nas redes sociais, em que as pessoas se isolam em bolhas formadas pelo “viés de confirmação” daquilo que pensam, o mesmo acontece no mercadso financeiro.
Ou seja, você pode ficar preso na sua bolha (que confirma o que você pensa ou acredita) e ignorar que existe uma realidade. Nossa tendência é por apenas acompanhar ou ler informações ou materiais que concordem com nossas opinões.
No entanto, o mercado não precisa concordar com você. E o resultado é que nossas expectativas e opiniões conspirem para que tomemos decisões erradas sobre negócios que acabam sendo prejudiciais.
- Leia mais: Agora que você já sabe os erros mais comuns dos investidores iniciantes, aprenda Como aprender a investir do zero e estudar investimentos [iniciantes]
Fontes: Nord Investimentos, Suno, Content BTG Pactual, Investidor 10, ASF Capital, Startupi