22 de janeiro de 2021 - por Jaíne Jehniffer
As ações são os ativos de renda variável mais famosos no mundo dos investimentos. Porém, alguns cuidados devem ser tomados ao se comprar ações. Primeiramente, é preciso escolher qual estratégia de investimentos você terá. Isso é essencial, pois influencia na análise dos ativos.
O mais recomendado, ao se investir em ações, é optar por estratégias de investimento voltadas para o longo prazo. Dessa maneira, escolhendo ativos de peso para a carteira, o investidor consegue ganhos a longo prazo e as constantes oscilações do mercado não impactam tanto seus investimentos.
Além de investir em ativos de qualidade, é fundamental montar uma carteira de investimentos diversificada. Essa diversificação entre ativos de empresas e setores diferentes, dilui parte dos riscos inerentes aos investimentos de renda variável.
O que são ações
Antes de falarmos de fato como comprar ações, precisamos explicar o que são ações e como elas funcionam. Pois bem, ações são pequenos pedaços de uma empresa de capital aberto listada na bolsa de valores. Quando uma pessoa compra uma ação, ela automaticamente se torna sócio/acionista minoritário da empresa.
É muito importante que, ao optar pelos ativos de uma empresa, o investidor se veja como um sócio do negócio. Por isso, é essencial se identificar com os valores da organização e conhecer bem o seu setor de atuação. Afinal de contas, ao se tornar sócio, você passa a ganhar ou perder de acordo com a visão que o mercado tem da empresa.
Além disso, você participa da distribuição de dividendos, que é uma parcela do lucro da empresa, dividida de maneira proporcional entre os sócios. Enfim, as ações podem ser de dois tipos:
Ações preferenciais (PN): As ações preferenciais possuem prioridade na distribuição de dividendos. Essa prioridade funciona como um mecanismo de compensação, já que essas ações não dão direito ao voto na Assembleia Geral da empresa.
Ações ordinárias (ON): As ações ordinárias trazem consigo o poder de voto. Sendo assim, o acionista pode contribuir com diversas decisões referentes ao futuro da empresa. Por outro lado, ele não possui prioridade no recebimento de dividendos.
3 formas de comprar ações
Existem 3 maneiras disponíveis para se comprar ações, são elas:
1- Fundos de investimentos
Os fundos de investimentos são como uma reunião de investidores que adquirem cotas e, por isso, são chamados de cotistas. O responsável por comprar as ações é o gestor do fundo.
Portanto, essa é uma opção fácil e prática, já que um profissional é responsável por fazer as análises e escolher os ativos. Em contrapartida, o investidor não possui nenhum poder de escolha.
Os lucros obtidos pelo fundo são divididos periodicamente de maneira proporcional entre os cotistas. Desse modo, essa é uma maneira dos investidores sempre terem uma renda extra. No entanto, é importante considerar que os fundos possuem alguns custos, como por exemplo, a taxa de administração e performance.
2- Clubes de investimento
Os clubes de investimentos funcionam de maneira similar aos fundos de investimentos, no sentido de que também são divididos em cotas. Entretanto, eles são compostos por pequenas sociedades de pessoas físicas.
Normalmente, um clube de investimento é constituído por amigos e familiares que reúnem uma quantia em dinheiro e alguém fica responsável por comprar ações e partilhar os lucros de acordo com o valor investido por cada um dos participantes.
3- Comprar ações individualmente
Por fim, temos a opção na qual o investidor aplica sozinho nos ativos. Essa alternativa tem a vantagem de que a pessoa pode escolher quais ações ela irá comprar. Contudo, ela se torna responsável por realizar as análises e escolher uma estratégia de investimento.
Custos
Existem alguns custos para se investir em ações. O primeiro deles é a taxa de custódia, paga para a bolsa de valores pelo serviço de custodiante. Ou seja, como a B3 cumpre a função de fazer os registros das aplicações no nome do investidor, ela cobra uma tarifa. A B3 cobra ainda uma taxa de emolumentos, a cada transação de compra e venda de ações.
As corretoras, geralmente, cobram uma taxa pela ordem de compra ou venda de ativos. Esse valor varia de acordo com a corretora. Temos ainda as taxas de administração e de performance, entretanto, elas só são cobradas em fundos de investimentos.
Para finalizar, temos os custos com imposto de renda, que deve ser pago mensalmente por meio da DARF- Documento de Arrecadação de Receitas Federais. Sendo assim, operações de até R$ 20 mil no mês estão isentas de IR. Acima desse valor, a alíquota é de 15%.
Riscos
O principal risco de se comprar ações é dos papéis se desvalorizarem e o investidor acabar perdendo dinheiro. No entanto, existem algumas atitudes que podem diluir este risco.
A primeira delas, é o conhecimento. O investidor que está sempre em busca de adquirir conhecimento sobre o mercado, seja por meio de livros ou cursos, está mais preparado para investir de forma consciente.
Mais uma solução para diluir os riscos é diversificar a carteira de investimentos. A diversificação consiste em aplicar em diferentes ativos de setores variados. Ao diversificar, lembre-se de evitar qualquer tipo de correlação entre os ativos.
Outro risco existente é o de liquidez. A liquidez é a facilidade com que o investidor consegue vender suas ações e resgatar o dinheiro. Dessa forma, o risco é de o investidor não conseguir compradores para seus papéis.
O risco de liquidez pode ser diluído ao se comprar ações com alto volume de negociações. Geralmente, as ações preferenciais são mais negociadas do que as ações ordinárias. Além disso, ativos de grandes empresas, normalmente, são mais procurados do que as pequenas empresas.
Primeiros passos para comprar ações
Antes de investir em ações, é preciso seguir um passo a passo para escolher os melhores ativos:
1- Perfil de investidor
O primeiro passo é descobrir o seu perfil de investidor. Como investir em ações é tido como arriscado, é preciso verificar se a sua tolerância ao risco permite realizar esse tipo de aplicação.
Existem ativos considerados mais arriscados do que outros, então a definição do seu perfil de investidor irá influenciar nos próximos passos.
2- Setores
O segundo passo é escolher os papéis que você deseja adquirir. Para isso, é preciso primeiro determinar qual o setor você pretende investir. A bolsa possui algumas divisões, como por exemplo, setor financeiro, comunicações e saúde. Pesquise sobre o funcionamento de cada setor antes de escolher.
É importante notar que alguns setores são tidos como mais arriscados do que outros. Por exemplo, o setor de varejo possui uma exposição maior do que alguns setores mais simples e que possuem menos falências, como o financeiro.
Depois de determinar o setor, está na hora de pesquisar quais as empresas de capital aberto listadas na bolsa pertencem a esse setor. Posteriormente, pesquise a história dessas empresas e separe as empresas que você mais gostar.
3- Análise e comparação
Depois de selecionar as empresas, está na hora de analisá-las. Existem diversos tipos de análises no mercado. A análise ideal para você, varia de acordo com os seus objetivos e estratégia de investimento.
Como estamos falando sobre investimentos com foco no longo prazo, a análise fundamentalista é uma boa opção. Por meio dela, você analisa os fundamentos da empresa e seus indicadores financeiros. Além da fundamentalista, você pode ainda aplicar algumas técnicas de investidores de peso, como Philip Fisher e Benjamin Graham.
Depois de analisar detidamente cada uma das empresas anteriormente selecionadas, está na hora de fazer a comparação entre elas. A comparação é uma ferramenta que possibilita enxergar os pontos fortes e fracos de cada empresa e escolher a melhor. Porém, essa comparação só é válida para empresas do mesmo setor.
Como comprar ações na prática
Depois que você realizou os primeiros passos, que é basicamente escolher os ativos, está na hora de ir para a prática. Para isso, é preciso escolher uma corretora de valores. As ações estão disponíveis para serem compradas na bolsa de valores, contudo, é preciso da intermediação das corretoras de valores.
Ao escolher uma corretora, é fundamental levar em consideração as taxas cobradas e a qualidade dos serviços ofertados. Depois disso, você deve fazer uma transferência bancária da sua conta no banco, para a sua conta na corretora.
O próximo passo é acessar o home broker, já que as ações são negociadas neste ambiente. O layout dos home brokers pode variar um pouco de acordo com a corretora, mas, no geral, eles possuem as mesmas informações e opções.
Por fim, você deve fazer a ordem de compra das ações que você tiver escolhido. No momento da compra, você deve escolher entre um lote padrão ou fracionário. Para comprar ações no lote padrão, basta adicionar o código da ação.
Em contrapartida, se você for comprar menos de 100 ações, é preciso adicionar o código mais a letra F no final. Se ainda estiver com dúvidas de como é feito o processo de compra de ações, veja o vídeo de Raul Sena:
Não se esqueça que, além de investir em boas ações, é importante fazer a Diversificação de investimentos – Quantas ações ter em carteira?
Fontes: Rico, Toro investimentos e Capital research
Imagens: Toro radar, Cultura mix, Falamart, Trader evolution, Iq, Jrs, Exame, Robô forex e Exame