29 de julho de 2021 - por Jaíne Jehniffer
A carteira de investimentos mais segura do mundo engloba diferentes classes de ativos no Brasil e no exterior. Essa composição com vários tipos de ativos é importante, pois garante a diversificação da carteira.
Em síntese, neste texto vamos falar sobre a composição de uma carteira extremamente segura pensada para um investidor da iSaEx. Sendo assim, você pode se inspirar nas porcentagens propostas e montar sua própria carteira de investimentos de acordo com a sua estratégia e perfil de investidor.
Contudo, não é recomendado que você simplesmente copie a carteira aqui exposta, já que o mais indicado é criar uma carteira segura de acordo com seus objetivos, perfil e estratégia de investimentos.
O que é uma carteira extremamente segura?
De maneira geral, os investidores são divididos em três tipos: conservadores (não gostam de riscos), moderados (aceitam correr um pouco de risco) e arrojados (aceitam grandes riscos). No entanto, para montar uma carteira extremamente segura, é preciso lembrar que nem sempre a aplicação conservadora é mais segura.
Ou seja, apesar da renda fixa ser considerada a opção mais segura, existem aplicações que são arriscadas. Por exemplo, se você deixa seu dinheiro na conta do banco, existe o risco dele quebrar. Inclusive, foi pensando nisso que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), foi criado.
Além de proteger as contas dos bancos, o FGC também protege algumas aplicações de renda fixa, como, por exemplo, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Entretanto, é preciso o FGC tem suas limitações e não consegue arcar com quebras de instituições grandes.
Desse modo, se um banco grande, como o Bradesco ou o Itaú, quebrar, o FGC não consegue cobrir essa quebra, já que ele não tem recursos suficientes para isso. De fato, o FGC foi criado para arcar com as quebras dos bancos pequenos. Isso porque, quando um banco pequeno quebrava, as pessoas passavam a desconfiar do sistema bancário como um todo.
Logo, o FGC foi criado para não deixar as pessoas no prejuízo e contribuir com a manutenção da confiança no sistema bancário. Os títulos de renda fixa, no geral, são considerados seguros, pois contam com a cobertura do FGC. Porém, a principal característica da renda fixa não é a segurança, é a falta de oscilação.
A renda fixa é segura?
A falta de oscilação dos títulos de renda fixa transmite uma sensação de segurança maior. É claro que os títulos de renda fixa fazem parte da composição da carteira de investimentos mais segura do mundo. Contudo, eles possuem sim alguns riscos.
Por exemplo, quando você investe no tesouro direto (que é considerado o título mais seguro do Brasil), você corre o risco de calote do governo. Além disso, existe o risco do governo criar alguma lei que prejudique as pessoas que investiram nesses títulos.
Em contrapartida, se você investe em CDBs, LCIs ou LCAs, você corre o risco do banco emissor falir. Por isso, ao investir é necessário analisar a solidez do banco e o seu Índice de Basileia. Apesar disso, esses títulos são considerados bem seguros, já que contam com a proteção do FGC.
Já os CRIs e CRAs, apesar de se enquadrarem na categoria de renda fixa, são títulos bem arriscados. Isso porque eles correm o risco das instituições emissoras falir. Sendo que eles não possuem a proteção do FGC. Por fim, temos ainda as debêntures, que são emitidas por empresas e não têm a proteção do FGC.
Para os investidores pequenos, os títulos do tesouro direto, CDB, LCI e LCA são títulos com uma boa segurança, já que o FGC devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição. No entanto, para os grandes investidores, esses títulos possuem riscos similares às CRIs, CRAs e debêntures, já que o capital alocado é superior à proteção do FGC.
Dessa forma, os títulos passam a ser comparados não pela proteção do FGC, mas sim pela rentabilidade prometida e pela solidez da instituição emissora dos títulos. Por isso, é preciso atenção redobrada ao montar uma carteira extremamente segura.
Carteira de investimentos mais segura do mundo
Para montar uma carteira extremamente segura, é preciso diversificar entre diferentes classes de ativos, tomando cuidado com a porcentagem destinado a cada um deles:
1- Renda fixa
A composição da carteira de investimentos mais segura do mundo tem uma parcela destinada à renda fixa brasileira. Afinal de contas, como o Brasil é um país emergente, ele oferece bons retornos para os títulos de renda fixa. Portanto, o interessante é diversificar entre os tipos de títulos disponíveis.
Podemos destinar até 20% da carteira para títulos de renda fixa. Ou seja, na montagem de uma carteira extremamente segura, não seria destinado a maior parte para renda fixa. Isso porque esses títulos possuem os riscos associados ao Brasil.
2- Ações
O próximo ativo que vamos acrescentar nesta carteira são as ações brasileiras. Normalmente, as pessoas consideram a renda variável como uma aplicação extremamente arriscada. Entretanto, é preciso considerar que no longo prazo as ações, de maneira geral, proporcionam retornos melhores do que outras classes de ativos.
Isso ocorre, pois as ações são ativos de empresas que estão sempre buscando crescer. Nesse sentido, as empresas podem desenvolver produtos e tecnologias que irão impulsionar seu crescimento e consequentemente valorizar suas ações. Esse fenômeno não ocorre com outros tipos de aplicações, como, por exemplo, a renda fixa.
Ao analisar as ações, você pode considerar o Efeito Lindy. Em resumo, esse efeito diz que uma coisa tende a durar pelo menos mais da metade do tempo que ela já durou. Nesse sentido, uma empresa que já dura 100 anos, tende a durar no mínimo mais 50 anos. Enfim, para as ações brasileiras, vamos pensar em uma porcentagem de 10%.
3- Fundos Imobiliários
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) funcionam como uma reunião de investidores que aplicam em imóveis ou títulos relacionados ao setor imobiliário. Para quem vive de renda, os fundos imobiliários são interessantes, já que eles distribuem mensalmente dividendos isentos de Imposto de Renda (IR).
Pensando em uma carteira destinada para uma pessoa que já vive de renda, podemos destinar 20% para fundos imobiliários. Desse modo, o investidor consegue uma renda mensal que funciona como uma espécie de salário. Contudo, se você não está na fase de viver de renda, você pode pensar em uma porcentagem menor para os FIIs.
4- Exterior
Os investidores que gostam de carteiras extremamente seguras às vezes não simpatizam com a ideia de investir no exterior. Entretanto, para uma carteira realmente segura, é essencial diversificar no exterior. Logo, na nossa carteira de investimentos mais segura do mundo, vamos pensar em uma porcentagem de 20% em ETFs de renda fixa nos EUA, bem diversificados.
É importante destacar que nem sempre investir no exterior vai te trazer uma rentabilidade maior do que investir no Brasil. No entanto, ao investir fora você está se protegendo contra as oscilações do mercado nacional e contras as possíveis mudanças na legislação brasileira.
Além dos ETFs de renda fixa, você pode investir também em ETFs de ações estrangeiras. Investir em ações internacionais é fundamental já que em comparação com outros países, o Brasil tem uma representatividade muito pequena no mercado de ações mundial.
Você pode investir não apenas nos EUA, mas também na Ásia e Europa. Enfim, para uma carteira extremamente segura, podemos dedicar 19% para ETFs de ações. Com essa porcentagem você pode diversificar entre empresas mais tradicionais e aquelas com potencial de crescimento.
5- Ouro para uma carteira extremamente segura
O ouro está com a humanidade desde 4.200 antes de Cristo. Dessa maneira, se levarmos em consideração o Efeito Lindy, o ouro ainda terá valor por muito milénios. Como ele não perde valor, é escasso, aceito no mundo inteiro e não pode ser fabricado, ele é uma ótima opção para reserva de valor.
Até mesmo os bancos centrais compram ouro para fazerem suas reservas de valor. Portanto, a carteira de investimentos mais segura do mundo deve ter uma porcentagem destinada a esse metal que provavelmente nunca irá perder o seu valor. Você pode destinar uma parte para outros metais preciosos também, como a prata.
Existem várias formas de investir em ouro, como, por exemplo, através de contratos e de fundos. Você pode até mesmo guardar ouro em casa, porém, essa é uma opção mais arriscada que exige cuidado redobrado. Para uma carteira extremamente segura, podemos destinar uma porcentagem de 10% para ouro e prata.
6- Criptomoedas
Por fim, para a carteira de investimentos mais segura do mundo, vamos dedicar 1% para criptomoedas. Apesar de as criptomoedas serem consideradas bem arriscadas, aplicar uma pequena porcentagem nelas pode ser interessante, já que são moedas descentralizadas que podem ser usadas e transformadas em dinheiro em qualquer parte do mundo e não são controladas por governos.
Enfim, levando em consideração a divisão de carteira explicada no texto, temos a carteira abaixo. Lembrando que você pode adaptar os ativos e porcentagens de acordo com seu perfil e estratégia de investimentos.
Para entender mais sobre a divisão entre ativos na carteira de investimentos mais segura do mundo, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha:
E aí, gostou de aprender como montar uma carteira extremamente segura? Então aproveite para descobrir quais são as Ações mais seguras para 2021 – Cinco empresas defensivas para investir
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