ETFs: o que são, como funcionam e como investir nesses fundos?

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são um tipo de fundos de investimento com boa diversificação da carteira de investimentos. Entedam o que são.

22 de setembro de 2020 - por Jaíne Jehniffer


Entre as possibilidades de investimentos na bolsa de valores, as ações são os ativos mais populares da B3; no entanto, existem diversas outras possibilidade disponíveis, como os fundos de investimento, mais especificamente, os ETFs.

O que são ETFs

ETF é uma sigla que vem do inglês e significa Exchange Traded Funds, ou seja, Fundos de Índices. Portanto, os ETFs são um tipo de fundos de investimentos. São mais conhecidos no exterior, no Brasil eles só foram regulados em 2002 e estão ganhando a confiança dos investidores aos poucos.

Os fundos de investimento, por sua vez, são uma espécie de reunião de investidores que juntam seus capitais e formam um montante. Esse montante forma o patrimônio do investimento que será investido, segundo a categoria do fundo.

Sendo assim, os Fundos de Índices podem ser de:

  • Ações;
  • Cambial e ouro;
  • Renda fixa;
  • Imobiliários;
  • Multimercado;
  • Previdência.

Contudo, mesmo sendo um tipo de fundo de investimento, os ETFs possuem algumas características próprias que os diferem dos fundos citados acima.

Características

Uma das principais características é que eles são negociados na bolsa de valores do mesmo modo que as ações. Sendo assim, assim como as ações, os ETFs também oscilam.

Porém, essas oscilações são causadas pelas oscilações dos setores investidos e pela velha lei de oferta e demanda. Em outras palavras, dependendo dos papéis que o ETF possuir na carteira de investimentos, a variação ocorre em ambos os casos.

Por outro lado, por serem negociados no pregão da bolsa, o acompanhamento por parte do investidor no fundo ETF é simples, basta ele acompanhar as cotações da B3. Os ETFs são, comumente, fundos atrelados aos índices de referência. Esse índice de atrelamento também pode ser chamado de subjacente.

Como os outros fundos, os ETFs são controlados por um gestor, que estrutura o ETF de forma a se alinhar o mais próximo possível do indicador. Os índices que os ETFs podem estar alinhados são vários, como, por exemplo, o BOVB11, MATB11 ou BBSD11.

Exemplo

Vamos para um exemplo prático, suponhamos que o ETF se alinhe ao índice Ibovespa BOVB11. Esse índice se fundamenta em uma carteira teórica de ações e, segundo as variações dessas ações, o índice pode subir ou descer.

Além disso, as ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa são grandes empresas com boa liquidez e negociabilidade na bolsa. Portanto, ao seguir o índice Ibovespa, o gestor se utilizar dos recursos do fundo para adquirir as mesmas ações que o Ibovespa colocou em sua carteira teórica.

Contudo, mais do colocar as mesmas ações, o gestor também as coloca na mesma quantidade do que o Ibovespa. Em resumo, os ETFs se alinham a um índice e procuram se ajustar a ele. O fato do gestor sempre procurar replicar o índice significa que ele tem uma gestão passiva.

Em fundos de investimento em geral, os gestores são ativos, o que significa que eles procuram oportunidades de sempre realizar investimentos com maiores retornos. Entretanto, isso não ocorre com os ETFs, já que os gestores devem se ater ao índice.

Como funcionam os ETFs?

Rentabilidade

A rentabilidade dos ETFs tende a ser próxima à do índice que eles replicam. Por exemplo, se um ETF é referenciado no Ibovespa e este índice sobe 10%, espera-se que o ETF apresente uma rentabilidade similar. No entanto, podem ocorrer pequenas variações devido a fatores como a taxa de administração e a dificuldade do gestor em replicar exatamente a composição do índice em momentos de baixa liquidez ou volatilidade do mercado.

Historicamente, muitos ETFs têm superado a rentabilidade de investimentos em renda fixa. Por exemplo, um ETF que acompanha o Ibovespa apresentou rentabilidades significativamente superiores a diversas opções de renda fixa em períodos recentes. Contudo, é importante ressaltar que rentabilidades passadas não garantem resultados futuros.

Tributação

A tributação sobre os ETFs segue as mesmas regras aplicáveis a outros investimentos em renda variável. Os ganhos obtidos com a venda das cotas do ETF estão sujeitos ao Imposto de Renda, que é de 15% sobre os lucros. Além disso, os dividendos recebidos pelas ações que compõem o ETF geralmente não são distribuídos diretamente aos investidores, mas reinvestidos pelo gestor do fundo, aumentando assim o valor das cotas.

Liquidez e Prazo

Os ETFs oferecem alta liquidez, pois são negociados na bolsa de valores como ações. O prazo de liquidação das operações é de D+2, ou seja, dois dias úteis após a negociação. Isso facilita a conversão dos ETFs em dinheiro, permitindo que os investidores realizem suas operações de forma rápida e eficiente.

Em resumo, os ETFs são uma opção atraente para investidores que buscam diversificação e potencial de rentabilidade superior à renda fixa, com a vantagem adicional de liquidez e uma estrutura de tributação relativamente simples.

Quais são as vantagens em investir em ETFs?

1) Diversificação Instantânea

Os ETFs permitem que os investidores obtenham exposição a uma variedade de ativos com um único investimento. O que reduz o risco de perdas significativas, pois a performance de um único ativo não impacta drasticamente a carteira.

2) Liquidez

Os ETFs são negociados em bolsas de valores, assim como ações, o que proporciona alta liquidez. Assim, isso significa que os investidores podem comprar e vender suas cotas facilmente durante o horário de negociação, garantindo flexibilidade.

3) Custo Efetivo

Geralmente, os ETFs têm taxas de administração mais baixas do que os fundos mútuos tradicionais. Dessa maneira, isso se traduz em menores custos ao longo do tempo, permitindo que os investidores mantenham uma maior parte de seus retornos.

4) Transparência

Os investidores podem acessar a composição dos ativos de um ETF a qualquer momento, o que proporciona uma visão clara do que estão comprando. Essa transparência ajuda na tomada de decisões informadas.

5) Facilidade de Acesso

Investir em ETFs é simples e não requer conhecimento avançado do mercado. O que os torna, portanto, uma opção atraente para investidores iniciantes que desejam entrar no mercado de ações sem complicações.

6) Maior Rentabilidade Potencial

Os ETFs que replicam índices de ações, como o Ibovespa, podem oferecer retornos mais altos do que investimentos em renda fixa, especialmente em cenários de crescimento econômico.

7) Investimento Inicial Baixo

Ao invés de precisar comprar ações individuais, que podem ter preços elevados, os ETFs permitem que os investidores comecem com um capital menor, facilitando a diversificação mesmo com recursos limitados.

8) Gestão Passiva

A maioria dos ETFs segue uma estratégia de gestão passiva, replicando um índice específico. O que não significa que não há necessidade de monitorar ativamente as ações, o que pode ser vantajoso para investidores que preferem uma abordagem mais “hands-off”.

9) Acesso a Mercados Diversificados

Os ETFs oferecem a possibilidade de investir em diferentes setores e regiões geográficas, permitindo que os investidores diversifiquem ainda mais suas carteiras sem precisar comprar ativos individuais de cada mercado.

10) Impostos Favoráveis

Em alguns casos, os ETFs podem ter vantagens fiscais em comparação com outros tipos de investimentos, dependendo da legislação vigente, o que pode resultar em um maior retorno líquido para o investidor.

E as desvantagens em investir em ETFs?

1) Risco de Mercado

Os ETFs, como qualquer investimento em ações, estão sujeitos à volatilidade do mercado. Significa que, mesmo que um ETF seja diversificado, seu valor pode cair significativamente em períodos de crise econômica ou incerteza, impactando o retorno do investidor.

2) Erros de Rastreamento

É possível que um ETF não consiga replicar perfeitamente o desempenho do índice que ele pretende seguir. Esses desvios, conhecidos como erros de rastreamento, podem ocorrer devido a custos de gestão, taxas de transação e outros fatores, resultando em um desempenho inferior ao esperado.

3) Taxas e Custos Ocultos

Embora os ETFs geralmente tenham taxas de administração mais baixas do que fundos mútuos, ainda existem custos associados, como comissões de corretagem e taxas de administração que podem reduzir os retornos. É importante estar ciente de todos os custos envolvidos na negociação de ETFs.

4) Liquidez Limitada em ETFs Menores

ETFs menos populares podem ter baixa liquidez, o que dificulta a compra e venda rápida das cotas. Portanto, isso pode resultar em spreads de compra e venda mais amplos, aumentando os custos de transação e dificultando a execução de ordens em momentos críticos.

5) Falta de Controle sobre Ativos

Ao investir em um ETF, o investidor não tem controle sobre as ações que compõem o fundo. O que pode ser um problema para aqueles que preferem escolher individualmente os ativos em que investem, especialmente se houver ações no ETF que não atendem ao seu perfil de investimento.

6) Implicações Fiscais

Os ETFs de renda variável estão sujeitos a impostos sobre ganhos de capital, que podem ser de 15% sobre a rentabilidade. Essa situação pode impactar os retornos líquidos, especialmente para investidores que buscam estratégias de longo prazo.

7) Dependência de Índices

ETFs que seguem índices podem não se beneficiar de movimentos de mercado específicos, pois sua performance é atrelada ao desempenho do índice. Isso pode limitar as oportunidades de investimento em setores ou ativos que estão se destacando.

8) Complexidade de Alguns ETFs

Existem ETFs que investem em ativos complexos ou que utilizam estratégias sofisticadas, como alavancagem. Esses produtos podem ser arriscados e difíceis de entender, o que pode levar a decisões de investimento inadequadas.

9) Menor Potencial de Retorno em Mercados em Alta

Como os ETFs tendem a replicar índices, eles podem não capturar o potencial total de retorno de ações individuais que superem o mercado. Assim, pode ser uma desvantagem em mercados em alta, onde ações específicas podem ter desempenhos excepcionais.

10) Necessidade de Monitoramento Contínuo

Apesar de serem considerados investimentos passivos, os ETFs ainda requerem monitoramento regular para garantir que estejam alinhados com os objetivos financeiros do investidor e que o desempenho esteja em linha com o esperado.

Como investir em ETFs?

1. Abra uma conta em uma corretora:

Primeiro, é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. Escolha uma que ofereça uma boa plataforma de negociação e considere os custos de operação. O processo de abertura geralmente envolve o envio de documentos como identidade e CPF, que podem ser feitos eletronicamente.

2. Conheça os ETFs disponíveis

Os ETFs são fundos que replicam o desempenho de um índice específico, como o Ibovespa. Eles permitem que você invista em uma cesta de ações ou outros ativos, proporcionando diversificação com um único investimento. Existem diferentes tipos de ETFs, que podem incluir ações, commodities, moedas e títulos de renda fixa.

3. Acesse o home broker

Após abrir a conta, utilize o home broker da sua corretora para navegar pelos ETFs disponíveis. Pesquise pelo ETF que deseja comprar, verifique suas características e rentabilidade, e escolha a quantidade de cotas que deseja adquirir.

4. Realize a compra

Para comprar um ETF, insira uma ordem de compra, especificando o ticker do ETF e a quantidade de cotas. A liquidação da compra ocorre em até três dias úteis, e você pode acompanhar o desempenho do ETF como faria com ações individuais.

5. Monitore seu investimento

Após a compra, é importante monitorar o desempenho do ETF e avaliar se ele continua alinhado com seus objetivos financeiros. Lembre-se de que, apesar de serem considerados investimentos mais seguros devido à diversificação, os ETFs ainda estão sujeitos às flutuações do mercado.

Quais são os e ETFs listados na B3?

De renda fixa

Os ETFs de renda fixa listados na B3 oferecem aos investidores uma maneira prática de acessar o mercado de renda fixa por meio de um único ativo negociado em bolsa. Esses fundos buscam replicar a variação de índices compostos principalmente por títulos públicos ou privados, proporcionando diversificação e liquidez.

  • BDAP BB ETF ÍNDICE DAP5: Reflete o desempenho de uma carteira teórica composta por títulos públicos indexados à taxa Selic.
  • BB ETF DAP5 FIXA: Também segue uma carteira teórica de títulos públicos indexados à taxa Selic.
  • BB ETF RENDA FIXA PRÉ ÍNDICE FUTURO DE TAXAS DE JU: Acompanha títulos públicos prefixados.
  • BB FIXA11: Busca replicar o índice IMA-B, composto por títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B).
  • BTG PACTUAL TEVA DEBÊNTURES DI: Investe em debêntures de empresas privadas.
  • BTG DEB DI PACB: Segue o índice IMA-B5+, que inclui títulos públicos atrelados à inflação com vencimentos mais longos.
  • BTG PACTUAL TEVA TESOURO IPCA ULTRA LONGO: Acompanha títulos públicos indexados ao IPCA com prazo mais longo.
  • IMBB ETF BRADESCO IMA-B: Reproduz o índice IMA-B, composto por NTN-B.
  • B5MB ETF BRADESCO IMA-B5+: Também segue o índice IMA-B5+.
  • NTNS INVESTO TEVA TESOURO IPCA+ 0 A 4 ANOS: Investe em títulos públicos indexados ao IPCA com prazo de 0 a 4 anos.
  • FDO IND INVESTO NTNS LFTS: Acompanha títulos públicos indexados à taxa Selic.
  • IMAB IT NOW ID ETF IMA-B: Replica o índice IMA-B.

De renda variável

  • AGRI BB ETF IAGROFFS – Código: IAGRO, Índice de Referência: Índice de Agricultura e Pecuária (IAGRO)
  • BBOV BB ETF IBOVESPA – Código: IBOV, Índice de Referência: Ibovespa
  • DVER BB ETF ÍNDICE DIVERSIDADE B3 INV SUSTENT FDO IND – Código: DVER, Índice de Referência: Índice de Diversidade B3 Invest Sustentabilidade
  • BB ETF ÍNDICE FUTURO DE BOI GORDO B3 FDO DE ÍNDICE – Código: BOI G, Índice de Referência: Futuro de Boi Gordo
  • DOLA BB ETF ÍNDICE FUTURO DE DÓLAR S&P/B3 FDO IND RESP – Código: DOLAR, Índice de Referência: Futuro de Dólar
  • CORN BB ETF ÍNDICE FUTURO DE MILHO B3 FUNDO DE ÍNDICE – Código: MILHO, – Índice de Referência: Futuro de Milho
  • BBSD BB ETF S&P DIVIDENDOS BRASIL FUNDO DE ÍNDICE – Código: SP DV, Índice de Referência: S&P Dividendos Brasil
  • BMMT B-INDEX MORNINGSTAR BRASIL MOMENTO FUNDO DE ÍNDICE – Código: B INDEX MOME, Índice de Referência: Morningstar Brasil Momento
  • BREW B-INDEX MORNINGSTAR BRASIL PESOS IGUAIS FDO IND – Código: B INDEX BREW, Índice de Referência: Morningstar Brasil Pesos Iguais
  • IBOB BTG PACTUAL B3 IBOVESPA FUNDO DE ÍNDICE – Código: PACTUAL IBOV, Índice de Referência: Ibovespa

Essa é apenas uma amostra dos ETFs disponíveis. Se você quiser mais informações sobre outros fundos ou tiver alguma outra pergunta, estou à disposição!

Qual é a diferença entre ETFs e fundos de investimento?

Os ETFs e os fundos de investimento são ambos veículos de investimento, mas possuem algumas diferenças importantes:

Eles, são negociados em bolsa de valores, como ações, permitindo compra e venda ao longo do dia. Geralmente têm gestão passiva, replicando um índice específico, como o Ibovespa.

Eles oferecem maior transparência, pois a composição da carteira é divulgada diariamente. E tendem a ter taxas de administração mais baixas devido à gestão passiva.

Fundos de Investimento, por sua vez, não são negociados em bolsa; as cotas são compradas e resgatadas diretamente com a gestora. Quanto à gestão, podem ter gestão ativa ou passiva. Na gestão ativa, o gestor busca superar um benchmark.

Também podem investir em uma variedade maior de ativos, como ações, títulos, imóveis, etc. E podem ter taxas de administração mais altas, especialmente se a gestão for ativa.

Portanto, as principais diferenças estão na liquidez: ETFs têm ela maior por serem negociados em bolsa. ETFs também oferecem mais transparência na composição da carteira. Finalmente, Fundos de investimento podem ter custos mais altos devido à gestão ativa.

Fontes: B3, Infomoney, Conteudos, Gov Br, NuInvest, Suno, PagSeguro, Nomad

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