16 de abril de 2021 - por Jaíne Jehniffer
Investir a longo prazo é a estratégia mais recomendada para as pessoas que desejam construir um patrimônio sólido com aplicações rentáveis. Isso porque, no longo prazo, os juros compostos podem agir elevando o retorno obtido com os investimentos.
É claro que apenas aplicar com foco no longo prazo não vai te deixar milionário. Para isso, você precisa definir objetivos financeiros mensuráveis que, através de metas alcançáveis, podem resultar na realização dos seus sonhos.
Entretanto, se você escolher boas aplicações, com a ajuda dos juros compostos, os seus rendimentos podem ser muito superiores ao retorno de aplicações de curto prazo.
Por que investir a longo prazo?
Investir a longo prazo consiste em aplicar o dinheiro em determinado ativo e realizar o resgate somente depois de anos. O tempo de duração da aplicação varia, alguns analistas acreditam que, a partir de 5 anos, um investimento já pode ser categorizado como de longo prazo. Outros defendem que o prazo deve ser de pelo menos 7 anos.
Seja como for, a aplicação a longo prazo geralmente é mais rentável do que os investimentos de curto prazo. Essa rentabilidade superior deriva do poder dos juros compostos, que funcionam como uma bola de neve ao elevar o rendimento dos investimentos.
Outro motivo para aplicar visando o longo prazo, é a proteção do patrimônio, já que o retorno de determinados ativos variam ao longo dos anos.
Se, por exemplo, ao investir em ações você vender os ativos na baixa, você poderá ter prejuízos. Em contrapartida, se a aplicação for mantida por muitos anos e essas ações forem de uma empresa com bons fundamentos, a tendência é que os ativos se valorizem ao longo dos anos.
Opções de investimento a longo prazo
Existem opções de investimentos a longo prazo tanto em renda fixa, quanto em renda variável. Portanto, independente do seu perfil de investidor, é possível aplicar com foco no longo prazo.
1- LCIs e LCAs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), são títulos emitidos por bancos, com o intuito de destinar recursos para os respectivos setores imobiliário e do agronegócio. Como são emitidas por bancos, as LCIs e LCAs possuem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote.
Além disso, elas possuem a vantagem de serem isentas de Imposto de Renda (IR). Isso significa que o retorno pode ser mais alto do que outras opções de renda fixa, já que o IR não é descontado. A taxa de juros oferecida costuma ser mais alta se o prazo de vencimento for maior. Em relação ao rendimento, as LCIs e LCAs podem ser:
- Prefixadas: Neste caso a taxa de juros permanece a mesma desde a aplicação até o vencimento do título.
- Pós-fixada: Geralmente os títulos pós-fixados possuem a rentabilidade atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Sendo que, essa aplicação pode proporcionar um retorno equivalente ou acima do CDI.
- Híbrida: O rendimento é realizado através de uma taxa de juros previamente determinada e uma parte pós-fixada, que geralmente é atrelada ao IPCA.
2- CDBs
Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), são títulos de renda fixa emitidos por bancos, com o objetivo de captar recursos para a realização de suas atividades. Os CDBs são parecidos com as LCIs e LCAs e também contam com o FGC. No entanto, essa opção de investimento a longo prazo não conta com a isenção de Imposto de Renda.
Como não são isentos, os CDBs seguem a tabela regressiva de IR. Desse modo, dentro de 180 dias desde a aplicação, a alíquota de IR é de 22,5%. Entre 181 e 360 dias, o imposto é de 20%. Entre 361 e 720 dias, a alíquota é de 17,5%. Por fim, acima de 721 dias da aplicação, o imposto chega ao mínimo de 15%.
3- Tesouro IPCA
Existem algumas opções de tesouro direto, porém, o tesouro IPCA é o mais interessante para investimentos a longo prazo. Isso porque o Tesouro IPCA é um título híbrido, que proporciona o rendimento equivalente ao IPCA mais uma taxa de juros previamente determinada.
O Tesouro IPCA garante que o investidor obtenha ganho real ao longo dos anos. Em resumo, o ganho real é quando o investidor tem lucros acima da inflação. Como a inflação corrói o poder de compra, os investimentos que trazem ganhos abaixo da inflação possuem apenas rentabilidade nominal e não real.
4- Debêntures
As debêntures funcionam de maneira similar aos CDBs, mas elas são emitidas por empresas e não por bancos. Isso significa que elas não contam com a proteção do FGC e são bem mais arriscadas. Portanto, é importante analisar a solidez da empresa emissora antes de aplicar nesse ativo.
Como existe uma relação entre risco e retorno em todos os investimentos, as debêntures podem proporcionar um retorno bem interessante. Além disso, existem as debêntures incentivadas, que são títulos de setores que o governo deseja incentivar e por isso elas são isentas de IR.
5- Fundos de investimento
Existem diferentes tipos de fundos de investimento que são boas opções de aplicações a longo prazo. Em síntese, os fundos de investimento funcionam como uma reunião de investidores com o intuito de aplicarem em um setor ou ativo em específico. Como existem fundos de vários tipos, os grau de risco e os retornos variam de acordo com o fundo.
Por exemplo, os fundos imobiliários são uma opção menos arriscada do que comprar um imóvel e ainda proporcionam a distribuição de proventos mensais. Por outro lado, para os investidores que gostam de um pouco mais de risco, existem os fundos de ações e os fundos multimercado.
6- Ações
As ações são pequenas frações de uma empresa negociadas na bolsa de valores. Sendo assim, ao adquirir uma ação, o investidor se torna sócio minoritário da empresa. O investidor pode ter lucros de duas maneiras: valorização e dividendos.
As ações de empresas com bons indicadores geralmente se valorizam ao longo do tempo. Dessa maneira, o investidor pode lucrar com a venda desses ativos. Já os dividendos, são parte dos lucros da empresa distribuídos aos acionistas de maneira proporcional à participação de cada um. Sendo que, ao reinvestir os valores recebidos, o investidor obtém o efeito dos juros compostos nas ações.
Como investir a longo prazo?
O primeiro passo para investir a longo prazo, é conhecer o seu perfil de investidor. O perfil serve para te auxiliar na escolha dos melhores ativos de acordo com o grau de risco que você está disposto a correr. O segundo passo é definir seus objetivos com as aplicações. Somente após definir seus objetivos é que você será capaz de estabelecer a melhor estratégia de investimento.
Por fim, basta analisar as opções de investimentos a longo prazo e investir todos os meses. Algumas dicas podem te ajudar a ter sucesso nas suas aplicações:
1- Paciência: Como estamos falando de investimentos que demorarão anos para serem resgatados, é essencial ter paciência para não resgatar a aplicação antes do momento correto.
2- Estude: Busque aprofundar seus conhecimentos sobre o mundo dos investimentos com livros e cursos. Conhecendo mais sobre o mercado e sobre o funcionamento das suas aplicações, a tendência é que você consiga investir melhor e obter rendimentos mais altos.
3- Diversifique: A diversificação dilui os riscos da sua carteira e potencializa os rendimentos. Para aprender a diversificar corretamente, veja o vídeo de Raul Sena:
Enfim, agora que você sabe como investir a longo prazo, descubra Como investir para realizar sonhos? Opções de acordo com o prazo
Fontes: Magnetis, Abc Brasil e Onze
Imagens: Btg pactual digital, Etecaf, Zahl, Suno, Reflorestando, The cap e Suno