Investimentos de médio risco – Alternativas e como montar uma carteira

13 de abril de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 6 min, 36 seg


O perfil de investidor moderado é aquele que aceita correr um pouco de risco, em troca da possibilidade de potencializar o retorno da carteira de investimentos. 

Como o perfil moderado está no meio termo entre segurança e risco, é possível obter uma carteira bastante diversificada, com ativos tanto de renda fixa (mais seguros), quanto de renda variável (mais arriscados). 

Ou seja, se você é moderado, você pode ter o melhor dos dois mundos. De um lado, a segurança de destinar boa parte da carteira para ativos mais seguros. Por outro lado, uma parte da carteira pode ser aplicada em ativos arriscados, se expondo ao risco convexo.  

Alternativas de investimentos de médio risco

Se você é um investidor moderado e gosta de expor sua carteira à um risco controlado, veja algumas opções de aplicações:

1- Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA + é um tipo de título público, cuja rentabilidade está atrelada à inflação. Sendo assim, o retorno proporcionado por ele é equivalente ao IPCA mais uma taxa de juros previamente acordada. Por ser um título público, ele é extremamente seguro contra o risco de calote. No entanto, ele possui o risco de liquidez.

Em resumo, o risco de liquidez se refere à dificuldade de resgatar o dinheiro antes do prazo de vencimento. Logo, quando é impossível resgatar ou se o resgate resultar em prejuízos, o ativo possui risco de liquidez. Como o Tesouro IPCA pode ser resgatado antes do prazo, mas o investidor pode ter prejuízo, então existe o risco de liquidez.

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Em contrapartida, esse investimento de médio risco tem a vantagem de garantir um ganho real. Como a inflação corrói o poder de compra das pessoas, possuir investimentos que tragam retornos acima da inflação é uma forma de garantir que seu poder de compra está aumentando.

Caso a aplicação traga um retorno abaixo da inflação, então ele proporciona apenas um ganho nominal. Neste caso, aparentemente o patrimônio do investidor está crescendo. Mas, na verdade, ele continua perdendo o poder de compra.

2- CDBs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDB) são títulos emitidos por bancos, como uma maneira de captar recursos para suas atividades. Assim como os demais ativos de renda fixa, os CDBs funcionam como uma espécie de empréstimo do investidor para a instituição emissora dos títulos, em troca de uma porcentagem de juros.

Os CDBs são uma opção de investimentos de médio risco, pois existe o risco de calote. Como esses títulos são emitidos por bancos, pode ser que o banco quebre e não consiga devolver o dinheiro dos investidores. Sendo que o nível de risco varia de acordo com o tamanho do banco.

Investimentos de médio risco - Alternativas e como montar uma carteira

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Dessa maneira, bancos menores e com Índice de Basileia abaixo de 11% são mais arriscados do que os grandes bancos com índices mais altos. É claro que os bancos mais arriscados, geralmente, oferecem taxas de juros mais interessantes. Por isso, o perfil de investidor é essencial na escolha do CDB de acordo com o risco que você está disposto a correr.

Como os investidores moderados gostam de correr riscos controlados, os CDBs são interessantes, pois, apesar de terem uma certa dose de risco, eles também possuem uma proteção. Desse modo, caso o investidor leve calote, ele receberá seu dinheiro de volta por meio do Fundo Garantidos de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição.

3- LCIs e LCAs

As Letras de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) são títulos emitidos pelos bancos com o objetivo de arrecadar dinheiro e destinar para os respectivos setores imobiliário e do agronegócio.

O funcionamento das LCIs e LCAs é similar aos CDBs, porém, como o dinheiro é destinado para setores que o Governo tem interesse em incentivar, elas são isentas de Imposto de Renda (IR).

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Outra vantagem das LCIs e LCAs é que elas também contam com a proteção do FGC. Entretanto, os prazos desses títulos geralmente são mais longos e devem ser mantidos até o vencimento. Portanto, essa é uma opção de investimento de médio risco, pois possui risco de liquidez.

4- Debêntures

As debêntures são títulos emitidos por empresas que precisam arrecadar dinheiro para financiar seus projetos. Elas são bastante parecidas com os CDBs, porém, elas são bem mais arriscadas, já que não contam com a cobertura do FGC. Justamente por não terem proteção é que as debêntures não costumam entrar em carteiras conservadoras.

Por ser uma opção de investimentos mais arriscada, o retorno oferecido pode ser bem interessante. Além disso, se forem debêntures de áreas de infraestrutura, que o Governo tem interesse em incentivar, esses títulos são chamados de debêntures incentivadas e possuem isenção de IR.

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5- Fundos de investimentos para o perfil moderado

Existem diversos tipos de fundos de investimentos, com graus de riscos variados. Dessa forma, para os investidores de perfil moderado, é possível aplicar tanto em fundos moderados, quanto fazer uma mistura de fundos mais seguros com fundos de alto risco.

Os fundos de renda fixa, por exemplo, aplicam em ativos de renda fixa e, por isso, são considerados como investimentos menos arriscados. Já os fundos de ações, são mais arriscados, pois oscilam de acordo com as variações das ações que compõem a carteira do fundo.

6- Ações

Para finalizar nossa lista de investimentos de médio risco, temos os ativos mais famosos do mercado: as ações. Em síntese, as ações são pequenas frações de uma empresa negociadas na bolsa de valores. Ao adquirir ações, o investidor se torna um sócio minoritário com direitos, como, por exemplo, o recebimento de dividendos.

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O grande risco das ações é que elas podem se desvalorizar e o investidor pode perder todo o dinheiro aplicado. Contudo, elas também podem se valorizar e aumentar consideravelmente o patrimônio do investidor. Apesar do risco da desvalorização existir em todas as ações, algumas são consideradas mais seguras do que outras.

Por exemplo, ações de small caps podem apresentar uma valorização alta e rápida. Entretanto, como são empresas pequenas, elas podem falir mais facilmente do que as grandes empresas. Já as blue chips, são as gigantes da bolsa. Como são companhias consolidadas, elas apresentam um crescimento menor, mas são mais difíceis de falirem.

Como montar uma carteira para o perfil moderado?

Todos os investimentos de médio risco anteriormente citados podem fazer parte de uma carteira conservadora, moderada ou arrojada. O que vai diferenciar cada uma dessas carteiras, é a porcentagem destinada a cada tipo de ativo. Por exemplo, um investidor conservador, pode preferir manter a maior porcentagem em renda fixa.

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No caso da carteira moderada, normalmente os investidores optam por um risco controlado. Isso significa que a maior parte do patrimônio estará aplicado em ativos menos arriscados ou de risco moderado e uma parte estará aplicada em ativos mais arriscados e que podem trazer altos retornos.

A porcentagem destinada para cada tipo de ativo dependerá dos seus objetivos. Por isso, antes de montar uma carteira, defina quais são seus objetivos e metas para alcançá-los. Depois disso, determine a porcentagem a ser destinada a cada tipo de ativo. Uma estratégia que pode te ajudar é a Alocação de ativos, o que é? Definição, classes de ativos e como fazer

Fontes: Renovainvest, Btg pactual digital e Focalise

Imagens: Onze, Unibas, Arsendenetim, W1 consultoria, Wbs Brasil, Academia washington e Compara online