19 de outubro de 2020 - por Sidemar Castro
O mercado de ações é o lugar onde as empresas negociam ações e os investidores podem comprar ou vender essas ações. Quando uma empresa deseja aumentar seu capital, ela emite ações que representam uma parte de sua propriedade.
Assim, investidores podem comprar essas ações, tornando-se proprietários parciais da empresa.
Quer começar a investir em ações? Comece por aprender tudo sobre o mercado de ações nesta matéria.
O que é mercado de ações?
O mercado de ações é um ambiente onde se negociam ações de empresas de capital aberto. Essas ações representam pequenas partes do capital dessas empresas. Ao comprar uma ação, você se torna acionista e passa a ter direito a uma parte dos lucros da empresa.
As negociações de ações ocorrem principalmente na bolsa de valores, como a B3 no Brasil. A bolsa facilita a compra e venda de ações, garantindo transparência e segurança nas transações. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regula e fiscaliza o mercado para proteger os investidores.
Investir no mercado de ações pode ser uma maneira eficaz de aumentar seu patrimônio. Os investidores podem ganhar de duas formas: através da valorização das ações e dos dividendos pagos pelas empresas. No entanto, é importante lembrar que o mercado de ações também envolve riscos, e os preços das ações podem variar bastante.
Para começar a investir, você precisa abrir uma conta em uma corretora de valores. Depois, é essencial estudar e entender o mercado, além de definir uma estratégia de investimento que se alinhe aos seus objetivos financeiros. Diversificar seus investimentos também é uma boa prática para minimizar riscos.
Vantagens versus Riscos
As principais vantagens e riscos de se investir no mercado de ações são:
Dividendos: Os dividendos sem dúvida representam uma vantagem de se investir em ações preferenciais. Afinal, eles são uma espécie de pagamento ao acionista que pode transferir o dinheiro para sua conta no banco, ou reinvestir na empresa.
Em caso de reinvestimento, o acionista consegue aumentar a sua posição e na próxima divisão de proventos, o valor recebido será ainda maior.
Poder de voto: As ações ordinárias trazem consigo o poder de voto. Essa é uma vantagem para os investidores que querem fazer parte das tomadas de decisões e do futuro da empresa.
Variações: As oscilações do mercado podem ser vistas como um risco ou como uma vantagem. Isso porque, quando as ações estão em baixa, o recomendado é investir. Por outro lado, quando as ações estão em alta, é legal vender. O lucro vem com a diferença de preço entre a compra e venda de ações.
Em resumo, a variação de mercado pode ser uma oportunidade de investir em ações de empresas que você acredita na futura valorização. Porém, pode representar uma perda se você optar por vender na baixa.
Liquidez: Liquidez é a facilidade com que o investidor consegue vender um ativo e fazer o resgate do dinheiro investido. O risco de liquidez é a dificuldade de venda que o ativo pode ter. Ou seja, você quer vender uma ação, mas ninguém quer comprar.
Desempenho da empresa: Por fim, existe ainda o risco de que a empresa que você investiu apresente um desempenho ruim, ou pior, vá à falência.
Em ambas as situações, os preços das ações podem cair e você sair no prejuízo. Portanto, é importante analisar detidamente a empresa antes de investir.
Custos
Apesar de não tem um valor mínimo estipulado, todos os investimentos possuem algum tipo de custos. No caso dos investimentos no mercado de ações, os custos são referentes à:
Corretagem: Os custos das taxas de corretagem vão variar dependendo das corretoras. Elas podem ser um valor fixo ou uma porcentagem do investimento.
Imposto de Renda (IR): O imposto de renda deve ser pago mensalmente através do DARF. O Documento de Arrecadação de Receitas Federais incide em operações acima de R$ 20 mil no mês. Dessa maneira, em operação acima desse valor, o IR é de 15%. Por outro lado, para Day Trade, independentemente do valor negociado, o IR é de 20%.
Emolumentos: Para finalizar, temos ainda os emolumentos. Os emolumentos são as taxas cobradas pela bolsa de valores brasileira. Dessa forma, eles são uma porcentagem descontada em cima do volume total de cada negociação de compra e venda de ações.
Como funciona o mercado de ações?
O mercado de ações funciona como um intermediador entre as empresas e os investidores. O seu funcionamento se dá, basicamente, pela compra e venda de ações. No geral, todas as operações são realizadas pela internet através dos Home Brokers das instituições financeiras.
Negociação
O mercado de ações é um ambiente onde investidores compram e vendem ações, que são frações do capital de empresas de capital aberto. A negociação ocorre principalmente em duas etapas: o mercado primário, onde as ações são vendidas pela primeira vez durante a oferta pública inicial (IPO), e o mercado secundário, onde as ações já emitidas são trocadas entre investidores.
No Brasil, a B3 é a principal bolsa de valores, facilitando essas transações. As operações podem ser realizadas por meio de plataformas digitais, conhecidas como home brokers, que permitem que os investidores emitam ordens de compra e venda.
Regulação
A regulação do mercado de ações é fundamental para garantir a transparência e a equidade nas negociações. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a B3 estabelecem regras que as empresas devem seguir para operar no mercado.
Essas regras incluem requisitos de divulgação de informações financeiras e práticas de governança corporativa, visando proteger os investidores e manter a integridade do mercado. A supervisão contínua ajuda a prevenir fraudes e manipulações, como o insider trading.
Intermediação
A intermediação no mercado de ações é realizada por corretoras e bancos de investimento que atuam como intermediários entre os investidores e a bolsa. Essas instituições facilitam as transações, oferecendo aos investidores acesso às plataformas de negociação e serviços de consultoria.
Elas também ajudam as empresas a se prepararem para abrir capital, garantindo que atendam aos requisitos regulatórios necessários. Além disso, as corretoras podem oferecer diferentes tipos de contas e serviços personalizados para atender às necessidades dos investidores.
Investidores
Os investidores no mercado de ações podem ser tanto pessoas físicas quanto jurídicas. Eles buscam adquirir ações com o objetivo de obter rentabilidade através da valorização dos ativos ou do recebimento de dividendos.
Os investidores são classificados em várias categorias, incluindo investidores institucionais, como fundos de pensão, e investidores individuais, que podem variar em experiência e estratégia. A diversidade no perfil dos investidores contribui para a dinâmica do mercado, influenciando os preços das ações por meio da oferta e demanda.
Empresas
As empresas que operam no mercado de ações são aquelas com capital aberto, ou seja, que disponibilizam suas ações para negociação pública. Para serem listadas na bolsa, elas devem passar por um processo rigoroso que inclui auditorias financeiras e a apresentação de um prospecto detalhado sobre suas operações.
Ao abrir capital, essas empresas buscam captar recursos para financiar suas atividades e expandir seus negócios. Essa interação entre empresas e investidores é crucial para o desenvolvimento econômico, pois permite que as empresas inovem e cresçam com o apoio do capital disponível no mercado.
Quais são as formas de negociação no mercado de ações?
1) Mercado Primário
No mercado primário, as ações são vendidas diretamente pela empresa ao público pela primeira vez, geralmente durante uma Oferta Pública Inicial (IPO). Essa etapa é crucial para as empresas que buscam captar recursos para financiar suas operações e crescimento.
Os investidores que compram ações nesse estágio tornam-se acionistas da empresa desde o início.
2) Mercado Secundário
Após a emissão inicial, as ações são negociadas entre investidores no mercado secundário. Aqui, os preços das ações flutuam com base na oferta e demanda. Os investidores podem comprar e vender ações a qualquer momento, permitindo que realizem lucros ou perdas com base nas variações de preço.
Essa forma de negociação é onde ocorre a maior parte das transações.
3) Negociação Direta
A negociação direta permite que investidores comprem e vendam ações entre si sem a intermediação de uma bolsa de valores. Embora menos comum, essa forma pode ocorrer em ambientes informais ou por meio de plataformas digitais que conectam compradores e vendedores diretamente.
4) Day Trade
O day trade é uma estratégia onde os investidores compram e vendem ações dentro do mesmo dia, buscando lucrar com pequenas variações de preço. Essa abordagem requer atenção constante ao mercado e um bom entendimento das tendências de curto prazo, sendo mais arriscada devido à volatilidade.
5) Swing Trade
O swing trade envolve manter ações por um período mais longo do que o day trade, geralmente dias ou semanas, para capturar movimentos de preço mais significativos. Os traders analisam gráficos e tendências para decidir quando entrar e sair das posições, equilibrando risco e retorno.
6) Investimento em ETFs
Os Fundos de Índice (ETFs) permitem que os investidores comprem uma cesta de ações em uma única transação. Assim, isso proporciona diversificação instantânea e é uma maneira eficiente de investir em um índice específico ou setor do mercado, reduzindo o risco associado à compra de ações individuais.
7) Opções de Ações
As opções são contratos que dão ao investidor o direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender ações a um preço predeterminado até uma data específica. Essa forma de negociação permite estratégias complexas, como proteção contra perdas ou especulação sobre movimentos futuros dos preços das ações.
8) Aluguel de Ações
O aluguel de ações é uma prática onde um investidor empresta suas ações a outro investidor em troca de uma taxa. Isso é comum em estratégias de venda a descoberto, onde o investidor espera que o preço da ação caia antes de comprá-la novamente para devolvê-la ao proprietário original.
Quais são os tipos de ativos negociados no mercado de ações?
1) Ações Ordinárias (ON)
As ações ordinárias são aquelas que dão ao investidor o direito de voto nas assembleias da empresa. Em outras palavras, isso significa que, ao adquirir esse tipo de ação, você pode participar das decisões importantes da companhia.
Além disso, os acionistas ordinários têm direito a receber dividendos, que são partes dos lucros distribuídos pela empresa.
2) Ações Preferenciais (PN)
As ações preferenciais não oferecem direito a voto, mas, em compensação, dão prioridade no recebimento de dividendos. Assim, isso pode ser vantajoso para investidores que buscam uma renda mais estável e previsível.
Em caso de liquidação da empresa, os acionistas preferenciais também têm preferência no reembolso do capital investido.
3) Units
Ações units são pacotes que combinam ações ordinárias e preferenciais em uma única unidade de negociação. Essa combinação permite ao investidor diversificar sua participação na empresa, aproveitando os benefícios de ambos os tipos de ações.
As units são uma forma prática de investir em diferentes classes de ações sem precisar comprá-las separadamente.
4) Fundos Imobiliários (FIIs)
Os fundos imobiliários são investimentos coletivos que aplicam recursos em empreendimentos imobiliários, como shoppings, escritórios e galpões logísticos. Ao investir em FIIs, você se torna cotista do fundo e recebe rendimentos proporcionais aos lucros gerados pelos imóveis.
É uma maneira de investir no mercado imobiliário sem precisar comprar um imóvel diretamente.
5) ETFs (Exchange Traded Funds)
Os ETFs são fundos de investimento que replicam a performance de um índice de mercado, como o Ibovespa. Eles são negociados na bolsa de valores como se fossem ações e oferecem uma forma prática e diversificada de investir em um conjunto de ativos.
Estes fundos são ideais para investidores que buscam diversificação com custos mais baixos.
6) Debêntures
Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos no mercado. Ao comprar uma debênture, você está emprestando dinheiro para a empresa em troca de uma remuneração, que pode ser fixa ou variável.
As debêntures são uma alternativa interessante para quem busca rendimentos superiores aos oferecidos por títulos públicos.
7) BDRs (Brazilian Depositary Receipts)
Os BDRs são certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira. Eles permitem que investidores locais tenham acesso a ações de grandes companhias internacionais sem precisar abrir conta em corretoras no exterior.
Os BDRs são uma ótima opção para diversificar a carteira com ativos globais.
Esses são alguns dos principais tipos de ativos negociados no mercado de ações. Cada um tem suas características e vantagens, permitindo que os investidores escolham aqueles que melhor se adequam aos seus objetivos financeiros.
Quais são os tipos de ofertas no mercado de ações?
1) Oferta Pública Inicial (IPO)
O IPO é a primeira venda de ações de uma empresa ao público, marcando sua entrada no mercado de ações.
Nesse processo, a empresa emite novas ações, e os recursos obtidos vão diretamente para o seu caixa, permitindo que ela financie projetos ou expanda suas operações. É um passo importante para empresas que buscam capital e maior visibilidade.
2) Follow-On
Após um IPO, as empresas podem realizar ofertas subsequentes chamadas follow-on. Nessa modalidade, novas ações são emitidas para captar mais recursos, mas a empresa já está listada na bolsa.
Assim como no IPO, o dinheiro arrecadado vai para o caixa da empresa. Essa oferta é comum quando a companhia precisa de capital adicional para novos projetos ou para fortalecer sua posição financeira.
3) Oferta Primária
A oferta primária refere-se à emissão de novas ações que são vendidas diretamente ao mercado. Os recursos gerados vão para a empresa emissora, permitindo que ela utilize esse capital para investimentos ou expansão.
Este tipo de oferta é fundamental para empresas que desejam aumentar seu capital social.
4) Oferta Secundária
Na oferta secundária, são vendidas ações já existentes, geralmente por sócios ou investidores que desejam desinvestir ou reduzir sua participação na empresa. Os recursos obtidos vão para os vendedores e não para a empresa.
Esse tipo de oferta pode sinalizar mudanças na estrutura acionária e deve ser analisado com cautela pelos investidores.
5) Ofertas Mistas
As ofertas mistas combinam elementos das ofertas primárias e secundárias. Parte das ações emitidas é nova (primária), enquanto outra parte é composta por ações já existentes (secundárias).
Assim, os recursos são divididos entre o caixa da empresa e os vendedores. Essa abordagem oferece flexibilidade tanto para a empresa quanto para os investidores.
6) Mercado Balcão
O mercado balcão é um ambiente menos regulamentado onde ações e outros ativos podem ser negociados fora da bolsa de valores. As transações são menos transparentes e podem ocorrer diretamente entre compradores e vendedores.
Esse tipo de mercado é importante para empresas que não atendem aos requisitos da bolsa, mas ainda desejam acessar investidores.
Como investir no mercado de ações
O primeiro passo para negociar ações na bolsa de valores é pesquisar sobre a empresa que você quer investir.
Faça uma análise do histórico da empresa, da gestão e leve em consideração também os dados financeiros. Se possível, faça uma análise fundamentalista, assim você corre menos riscos.
Posteriormente, escolha uma corretora. As corretoras são intermediadoras entre os investidores e a bolsa de valores. Na escolha de sua corretora leva em consideração as taxas cobradas, os serviços e o funcionamento da plataforma.
Depois de escolhido a corretora, basta abrir uma conta. Normalmente, a abertura de conta é gratuita, online e não demora. Por fim, faça uma transferência bancária para a sua conta na corretora e invista.
Enfim, agora que você sabe como funciona o mercado de ações, veja o vídeo de Raul Sena, o Investidor Sardinha, e descubra quais erros não cometer:
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Fontes: Toro, Btg pactual, André Bona, Infomoney, Suno, Investalk, Top Invest